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Cesar Cielo: 'Não quero ser herói'

De férias das piscinas, Cesar Cielo, o maior atleta brasileiro da atualidade, revela um pouco da sua intimidade, fala sobre seus sonhos e como lida com a fama

<i>Por Thayana Nunes</i><br><br> Publicado em 01/09/2009, às 11h46 - Atualizado às 19h29

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Cesar Cielo - AgNews
Cesar Cielo - AgNews
Ele sentiu o gostinho da vitória que poucos atletas brasileiros já alcançaram. Nas Olimpíadas de 2008 em Pequim, emocionou o mundo ao chorar no pódio mais alto da competição, e neste ano, o nadador Cesar Cielo, voou mais alto: bateu o recorde na prova dos 100 metros nado livre e garantiu o primeiro ouro do país no Mundial de Esportes Aquáticos, em Roma, na Itália. Aos 22 anos, Cesar já entrou para a história. Mas como ele se sente? Como o Cesão, como é chamado pela família e amigos, se sente em meio à fama e ao título de melhor atleta brasileiro da atualidade? "Agora eu tenho a alegria de estar andando na rua e o pessoal me pedir autógrafos", brinca o nadador em entrevista ao Portal CARAS. Disciplinado e exemplo de determinação e superação, Cielo, que está de férias das piscinas, conta ainda que agora quer "um tempo sem fazer nada", e aproveita para assistir filmes em casa e cair na balada na capital paulista. Depois de tanto falar sobre recordes e competições, ele quer se sentir mesmo um "peixe fora d'água". Confira trechos da entrevista: - Como se sente sendo considerado o melhor atleta brasileiro da atualidade? - Muito feliz e satisfeito de poder ter conquistado tudo o que conquistei. - Existe alguma cobrança em ser exemplo para a nova geração de nadadores? - Não quero ser um super herói e exemplo para ninguém, mas ajudar o esporte de um modo geral. Estou buscando um objetivo pessoal. Não quero provar nada para ninguém. Acredito que esporte é uma boa saída para melhorarmos o país. - Como é a vida de atleta? - É uma vida muito mais regrada. Muito treinamento, concentração, disciplina. Dá pra contar nos dedos as vezes que a gente faz alguma coisa errada. Tem dia que você está cansado, e joga tudo para o alto, vai dormir às duas da manhã. Mas aí penso nos meus objetivos, olho os meu papeizinhos espalhados por toda a minha casa com o tempo que quero atingir e me centro. Esse ano, antes do mundial, foram seis meses muito intensos. Agora quero um tempo para não fazer nada. Quando me perguntarem: o que você vai fazer hoje? Quero poder responder: nada! Tem horas agora que até o telefone quando toca me irrita. Quero comer uma tranqueira e nem saber que dia da semana é. Estou descansando um pouquinho. - Você tem 22 anos de idade, dá para se divertir um pouco com essa vida disciplinada, dá para festar, namorar por lá, ou só quando vem para o Brasil? - Sair com os amigos, socializar é muito importante. Mas nos Estados Unidos é impossível, né? O bar fecha à uma hora da manhã, a gente sai de casa às sete e meia, e volta na hora que os brasileiros estão saindo de casa. Nos meses de treinamento não dá. Durante o campeonato fica ainda mais difícil, mas sempre tem um tempinho no final da temporada, aí sim, não tem com o que se preocupar, aí rola mesmo uma paquera. - E onde você gosta de ir para se divertir? - Com os campeonatos eu posso viajar muito e conhecer muitos lugares. Gosto muito de viajar pelos Estados Unidos. Nossa rotina é muito disciplinada, mas dependendo da competição, do nível, a gente consegue se divertir um pouco. E um lugar que gostei muito de sair foi em Nova York. Já fui duas vezes. Lá tem as melhores baladas do mundo! - Você é vaidoso? - Sou mais tranquilo, não sou nenhum metrossexual, mas é sempre bom se cuidar. Não sou muito de comprar roupa, mas fui para a Itália e comprei muitas roupas em Roma. A roupa se encaixa melhor. Os italianos são mais altos, a roupa tem um corte melhor pra mim. - Os nadadores se depilam antes da competição. Você também? - Eu não me depilo com cera, eu raspo mesmo. Depois da primeira vez, nunca mais consegui! Sabe a sensação de colocar a mão no fogo quando a gente é criança? A gente coloca uma vez e depois nunca mais! Mas normalmente os atletas se depilam dois dias antes da competição. - Você foi elogiado pelo Michael Phelps, é reverenciado pelo Gustavo Borges e até pelo ex-nadador olímpico Manoel dos Santos. Como está lidando com a fama? - Tem o seu lado bom e o lado ruim também. Mas estou curtindo muito. Aqui em São Paulo saí só algumas vezes. E as pessoas olham mesmo. Eu acho que ficam se perguntando: é ele mesmo? É bacana. - O que mudou do Cesar Cielo de antes, para o Cesar campeão? - Eu não mudei como pessoa. Como atleta tenho trabalhado para melhorar cada vez mais. O que mudou foi o desejo de querer buscar cada vez mais as melhores marcas. O que mudou é que agora eu tenho a alegria de estar andando na rua e o pessoal me pedir autógrafos. - E como atleta dá para ganhar dinheiro? - Como jogador de futebol? (risos) Não posso dizer que não dá, mas melhorou muito o esporte. É diferente da época do Gustavo Borges. A visibilidade ainda não é como o futebol, mas a frequência de bons resultados te dá a chance de ter mais patrocinadores. Agora o atleta é visto como um profissional. - É difícil conseguir patrocinadores no Brasil? - Não é fácil o patrocínio, mas dá para ter parceiros sim, patrocinadores individuais. Eu tenho apoio de marca de vestuário italiana, dos Correios e do Clube Pinheiros. Aqui no Brasil é muito diferente dos Estados Unidos. Chegar com uma medalha de ouro lá é muito bom, você ganha prêmios. O incentivo é maior. - Qual é seu maior sonho? - Quero conseguir o bicampeonato olímpico e manter as vitórias. Maior sonho é poder ficar satisfeito com a minha profissão e estar bem comigo mesmo. Estar bem com a cabeça e manter a força.