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CENTENÁRIO DO MESTRE OSCAR NIEMEYER

ARQUITETO DAS LINHAS CURVAS UNE SERENIDADE E VITALIDADE E EMOCIONA O SEU CLÃ

Redação Publicado em 21/12/2007, às 13h12

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CENTENÁRIO DO MESTRE OSCAR NIEMEYER - Marcelo Bruno/KDL
CENTENÁRIO DO MESTRE OSCAR NIEMEYER - Marcelo Bruno/KDL
por Ana Silvia Mineiro e Luciana Azevedo Pouco antes de completar 100 anos, no sábado, 15, o arquiteto Oscar Niemeyer não estava convencido da importância das homenagens e das comemorações pelo seu centenário. "Um dia escrevi um artigo para uma revista em que falava com esse ser interior que existe dentro de nós e conversa com a gente a vida inteira. E ele dizia: 'Oscar, não vai nessa conversa de 100 anos. Isso tudo não tem nenhum sentido'. Mas, agora, isso é um motivo que me agrada porque os amigos e familiares comparecem. Isso é bom para mim", disse ele, durante sua badalada festa de aniversário organizada na Casa das Canoas - projeto de 1952 e um dos marcos arquitetônicos do mestre das linhas curvas -, no bairro carioca de São Conrado. Niemeyer tinha razão. Os amigos compareceram em peso. Chico Buarque (63) levou a mãe, Maria Amélia (97). "Oscar é meu amigo há 80 anos. Daqui a 10 anos, volto para comemorar os 110 anos dele", emocionou-se ela, em uma cadeira de rodas para não se cansar, segundo Chico. "Os 100 anos de Oscar representam para a humanidade uma maravilha. É uma vida muito bonita. São 100 anos dessa lucidez, dessa vontade de trabalhar e de namorar", afirmou o compositor, que ouviu sua música A Banda ser tocada na sua chegada à casa. Rodeado pela mulher, Vera Lúcia Guimarães (61), com quem se casou em novembro do ano passado, a filha única, Anna Maria Niemeyer -da união de 76 anos com Annita Baldo (1909-2004) -, quatro netos, 13 bisnetos e seis trinetos, o patriarca era coberto de atenções e mimos. "Ele é meu amigo, meu companheiro, meu mestre. É único para mim", disse Vera, enquanto acendia a cigarrilha do marido, um dos prazeres cultivados por Niemeyer. "Ele nunca cansou de repetir que, se a pessoa tem 10% de sanidade, já é o suficiente para melhorar a vida. Acho que, se todos fizessem os 10% de Oscar, a gente viveria em um mundo perfeito", afirmou o engenheiro Carlos Renato Niemeyer (39), bisneto do arquiteto. Niemeyer recebeu ainda os parabéns de políticos, como o ministro do Esporte, Orlando Silva (36) - com a mulher, a atriz Ana Cristina Petta, e a filha, Maria (10 meses) -, o ex-ministro José Dirceu (61), o senador Marco Maciel (67), o ex-governador paulista Orestes Quércia (69), o deputado federal Ciro Gomes (50), e o governador de SP, José Serra (65). "Se tivesse que resumir o Niemeyer, diria que ele é alguém que sabe viver, ficar ligado no futuro e, no fundo, ser otimista também", afirmou Serra. O bolo do arquiteto servido aos convidados reproduzia uma de suas obras mais recentes, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói (RJ), que começou a ser construído em 1991. O arquiteto, que além de prédios, em consonância com sua militância comunista, projetou vários monumentos de protesto, como o de Volta Redonda (RJ), contra a morte de três operários da CSN, ganhou também o abraço de Marília Guimarães (60), presidente do Comitê de Defesa da Humanidade, e dos atores Hugo Carvana (70), Antônio Pedro (67), Letícia Spiller (34) e Felipe Camargo (47), acompanhado de sua mãe, Corina Baldo (75). "A irmã do meu avô era a Annita, que foi casada com Oscar a vida toda. A gente sempre freqüentou a casa dele, especialmente na minha infância. Eu o chamava de tio Oscarzinho", lembrou Felipe.