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Casal que vai viver em outro país em geral expõe a união a duro teste

Luiz Alberto Py Publicado em 13/11/2007, às 16h42

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Luiz Alberto Py
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Com a globalização, aumenta o número de pessoas que se mudam de um país para outro. Funcionários de grandes empresas se deslocam levando a família consigo. Essas mudanças em geral ocorrem por longo período, obrigando tanto o casal quanto os filhos a um processo de ajustamento a outra cultura. Muitas vezes a adaptação é difícil e perturbadora do ponto de vista da vida emocional. Há grandes dificuldades a superar. Para começar, existe a necessidade do aprendizado de outra língua. As crianças precisam se adaptar ao currículo escolar diferente e a processo educacional diverso do que até então vinham vivendo. Toda a família tem de criar um novo círculo de amizades e relacionamentos. Se até uma simples mudança de bairro requer a adaptação à nova vizinhança, podemos imaginar o quanto é difícil viver em um país diferente daquele onde fomos criados. Minha atenção profissional foi alertada para a questão quando comecei a ser procurado por pessoas vindas de outros países viver e trabalhar no Brasil. Como já vivi nos Estados Unidos com minha família, o que enriqueceu minha experiência nessa questão, e também pelo aprendizado que tive da língua inglesa, pude ajudar tais pessoas a terem sucesso no complexo processo de adaptação. Em geral é o marido quem lidera a mudança. A mulher o acompanha e cabe a ela a parte mais difícil, que é ajudar os filhos - quando existem -, apoiar o marido e ainda lidar com as próprias dificuldades. A relação amorosa do casal costuma sofrer. A promoção profissional que uma mudança dessas implica gera insegurança no homem e extraordinária dedicação ao trabalho. Assim, ele não só gasta a maior parte do tempo com questões profissionais, deixando mulher e filhos em segundo plano, como também sua afetividade se desloca para longe da família. As crianças sofrem e a mulher, além de ter de lidar com o duro sentimento de estar sendo posta em segundo plano, ainda precisa ajudar os filhos, que se ressentem da ausência afetiva do pai. É nessa hora que a possibilidade de uma ajuda profissional surge no horizonte feminino. Das experiências que tenho tido ao atender mulheres nessa situação, colhi algumas observações que podem ser úteis. A primeira é a necessidade de o casal buscar o diálogo. Os parceiros têm de reservar um tempo para estar juntos e recuperar a intimidade prejudicada pelo excesso de trabalho do marido e pelo aumento da demanda de atenção pelos filhos. Tais momentos de intimidade devem ser preservados de queixas e de reclamações, embora normalmente sejam justas. As ponderações sobre o que está faltando à família devem ser feitas com calma e serenidade. É importante que a razão predomine e a emoção seja manifestada de preferência apenas pelos sentimentos positivos. Ajudando o marido a perceber as dificuldades impostas à família e procurando junto com ele formas de superá-las, a mulher terá a chance de resgatar um casamento que pode afundar. Ela precisa perceber que é a capitã da nau em perigo e só ela terá a capacidade de encontrar um porto seguro emocional para a família. Assumindo esse papel, será capaz de salvar o casamento, a família e ainda contribuir para o melhor desempenho profissional do marido, além de abrir um espaço de entendimento para o casal.