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Brucelose pode ser contraída ao se consumir leite e carnes cruas

Orlando Jorge Gomes da Conceição Publicado em 10/02/2006, às 17h29

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Orlando Jorge Gomes da Conceição
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A brucelose é originária de bovinos, suínos, caprinos e outros animais. É causada por algumas variedades da bactéria Brucella. Os humanos a contraem pelo contato com fluidos como baba ou sangue de animais doentes. Os mais atingidos, então, são fazendeiros, veterinários, vaqueiros, tratadores, tiradores de leite e outros profissionais que cuidam diariamente de gado. Mas todas as pessoas estão sujeitas à doença, seja nas milhares de pequenas cidades existentes Brasil afora, seja nos grandes centros urbanos, já que se pode contaminar também ao se beber leite que não foi fervido nem pasteurizado e ao se consumir carne crua ou mal-passada, queijos, coalhadas e outros produtos feitos com leite de animais que têm brucelose. A doença em humanos deve-se a quatro variedades da bactéria. A Brucella pode entrar no organismo pela boca e por ferimentos na pele. Ela cai na corrente sanguínea e se aloja nos gânglios mais próximos. Caso o número de bactérias seja pequeno e as defesas orgânicas da pessoa estejam em bom estado, é provável que as neutralize. Quando ocorre o contrário, ou seja, as bactérias são muitas e as defesas orgânicas se encontram deficientes ou o próprio corpo reaja mal ao microrganismo, as Brucellas se multiplicam, espalham-se por todos os gânglios e também para órgãos como fígado, baço e ossos, inflamando-os. Está caracterizada, portanto, a brucelose. Os primeiros sintomas podem ser febre e aumento do volume dos gânglios em conseqüência da inflamação. Outras indicações são mal-estar geral, fraqueza, calafrios, perda de peso, dores de cabeça, nos músculos e nas articulações. Se a brucelose não é detectada e tratada, pode se tornar crônica. O portador passa a apresentar os sintomas ininterruptamente. É o que ocorre com a maioria dos doentes. É mais complicada, claro, quando atinge indivíduos imunodeprimidos, como pacientes de AIDS, transplantados e quem faz quimioterapia para o tratamento de câncer. Para eles pode até ser fatal. Embora não se saiba por quê, também um pequeno número de pessoas saudáveis às vezes morre em virtude de brucelose. Parece que reagem mal à Brucella. Têm septicemina, ou seja, infecção generalizada, e até vão a óbito. O ideal, claro, é prevenir-se. É possível evitar a brucelose com algumas medidas práticas. Não consuma carnes cruas nem mal-passadas. Beba apenas leite fervido ou pasteurizado. Não adquira produtos lácteos (queijos, iogurtes e coalhadas, por exemplo) de origem desconhecida. Quando estiver em fazendas e sítios, evite o contato com fluidos de animais. Isso é igualmente fundamental para os profissionais que cuidam de gado. Pessoas que trabalham em frigoríficos e açougues, de outro lado, precisam usar sempre luvas. Também é importante tratar da saúde do gado e educar os trabalhadores quanto aos riscos e os cuidados. Quem consumiu carnes cruas ou mal-passadas ou bebeu leite não fervido nem pasteurizado e tem sintomas deve consultar um médico infectologista ou - onde não houver esse profissional - um clínico geral. A brucelose é diagnosticada mediante exame específico de sangue. Na fase aguda, é possível identificar a própria bactéria; depois que se tornou crônica, em geral se pesquisam os anticorpos. Infelizmente, os exames estão disponíveis só nos grandes laboratórios e nos institutos oficiais, como o Adolfo Lutz, na capital paulista e em Campinas (SP), e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Detectada a brucelose, o tratamento emprega alguns antibióticos até comuns. Ela é perfeitamente curável.