CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Bebês que nascem de cesariana têm mais taquipnéia transitória

Joaquim Eugênio Bueno Cabral Publicado em 07/02/2008, às 13h00 - Atualizado em 10/11/2012, às 03h26

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Joaquim Eugênio Bueno Cabral
Joaquim Eugênio Bueno Cabral
Caracteriza-se a taquipnéia transitória quando o bebê que nasceu em um tempo de gestação normal - acima de 37 semanas - apresenta um ritmo respiratório acelerado. A taquipnéia transitória do recém-nascido pode atingir meninos e meninas em geral já na primeira hora de vida. É tido como normal o bebê que respira cerca de 60 vezes por minuto. Os que respiram mais do que isso são considerados taquipnéicos. Os sintomas são: aumento da freqüência respiratória; esforço para respirar, que é evidenciado por movimentos nas aletas nasais; gemidos durante a expiração; e respiração também abdominal, para auxiliar a musculatura torácica na expansão dos pulmões. Nos casos mais graves, pode haver até arroxeamento da pele, por baixa oxigenação. A causa é a presença de líquido nos pulmões do recém-nascido. O mecanismo é o seguinte: na gestação, o pulmão do bebê fica cheio de líquidos. Próximo ao nascimento, começa a ocorrer a reabsorção do líquido, o que, no momento em que a criança nasce, deve ter-se completado. Mas pode ocorrer uma reabsorção incompleta e o bebê nascer ainda com um pouco de líquido nos pulmões. Isso dificulta a expansão do órgão e também a respiração. O bebê é então obrigado a acelerar o seu ritmo respiratório para suprir de ar seu organismo. Alguns fatores predispõem à taquipnéia transitória, como a semana de gestação em que o bebê nasce, mãe diabética, trabalho de parto prolongado e complicado e utilização de remédios, como sedativos, pela mãe. Mas o fator mais importante é o tipo de parto: normal ou cesariana. Enquanto o trabalho de parto, sobretudo as contrações, favorece a reabsorção do líquido dos pulmões, a cesariana sem o trabalho de parto aumenta o risco de taquipnéia. Estatísticas de 2005 da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Itaim, indicam que 13% dos bebês que nascem de cesariana e 3% dos que nascem de parto normal podem ter taquipnéia transitória. É possível diminuir o risco de o bebê vir a ter taquipnéia com algumas medidas básicas. Grávidas devem controlar doenças como o diabetes, ingerir remédios que predispõem à taquipnéia transitória só com indicação de seu médico e evitar a opção por cesariana apenas por conveniência própria. Já os médicos precisam ter consciência de que, ao abreviar o trabalho de parto da grávida ou optar pela cesariana, quando poderia insistir em que seja parto normal, põem o bebê sob a ameaça da taquipnéia. O diagnóstico inicial é clínico. Havendo dúvida, o médico pode recorrer a exames que comprovem o problema. Deve descartar, também por meio de exames, outras doenças, como infecções de origem materna e malformações cardíacas. O tratamento da taquipnéia consiste em manter o bebê monitorado por aparelhos em incubadora, na UTI, sob temperatura constante e com suplementação de oxigênio. Em geral, em 90% dos casos o fenômeno é superado em até 48 horas. Nos casos restantes, às vezes o esforço da criança é tão intenso que sua saúde passa a correr perigo. Assim, é necessário aumentar a oferta de oxigênio, o que é feito com a colocação de cateteres em suas narinas. Nos estados mais graves - muito raros -, quando a oxigenação continua insatisfatória, recorrese à respiração artificial. Embora haja risco, por exemplo, de infecções, os resultados têm sido muito bons. Quase não ocorrem óbitos.