CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Arquivo / Joias e Acessório

JOIAS & ACESSÓRIOS: O joalheiro preferido de Hollywood

Neil Lane queria ser pintor, mas se tornou um dos maiores designers de joias do mundo. E amigo de Angelina Jolie, Johnny Depp e Barbra Streisande Hollywood

Redação Publicado em 23/05/2011, às 15h33 - Atualizado em 24/05/2011, às 21h25

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
MADE IN USA: Neil Lane na sua loja em Los Angeles, Estados Unidos - Divulgação
MADE IN USA: Neil Lane na sua loja em Los Angeles, Estados Unidos - Divulgação
O interesse pelas celebridades aumentou e as pessoas passaram a querer saber quem eram os designersdas atrizes. Naturalmente, o mundo olhou para Hollywood. Era lá que as coisas aconteciam. E era lá também que estava o novaiorquino Neil Lane. Ele mudou-se para Los Angeles a convite de um amigo e não se apaixonou pelo lugar logo de cara. Artista por natureza e joalheiro por necessidade, começou a criar joias para financiar sua arte, a pintura. Por sorte ou destino, estava no lugar certo, na hora certa. Começou seu negócio em 1989 e, hoje, tornou-se, ele próprio, uma celebridade. Johnny Depp, Jessica Simpson, Barbara Streisand, Angelina Jolie e Jennifer Hudson fazem parte do seu círculo de amizades e da sua lista de clientes. Para ele, joias conectam almas. "Elas são o presente mais precioso, pessoal e íntimo que alguém pode dar ou ganhar". Seu estilo, quase exagerado, mistura ares vintage e contemporâneo e se vale de matérias-primas pouco comuns, como os diamantes coloridos. "Para ser moderno é preciso olhar o passado. Hoje as joias estão mais interessantes - ou fazer joias é mais interessante - por causa dessa bolha fashion. As pessoas estão mais preocupadas com isso". Neil Lane e Hollywood são nomes indissociáveis. E, ambos, extremamente glamourosos. A seguir, ele fala de sua arte. JOIAS & ACESSÓRIOS: O que levou o senhor a se tornar um designer de joias? NEIL LANE: Nasci em Nova York e nunca havia pensado nisso. Mas sempre fui fascinado por cores. Minha mãe conta que quando eu era pequeno, saíamos para passear de tarde e, quando chegávamos em casa, ela encontrava um monte de cacos de vidro coloridos nos meus bolsos. Também coleciono joias antigas há mui- tos anos e sou apaixonado por diamantes. Mas digo que me tornei designer de joias porque Deus quis. Eu queria mesmo era ser artista. Pintor. Fui para Paris aos 16 anos estudar artes e tudo mais. J&A: E como o design de joias surgiu na sua vida? NL: Eu era um artista, um pin- tor. A venda de joias era apenas um hobby que ajudava a sustentar minha arte. Mas eu não estava pintando muito. E, sabe, é difícil ser artista. É muito duro ser pintor. E pintar, às vezes, é muito chato, porque leva tempo demais. Desenhar joias e vendê-las é uma coisa bem mais imediata e divertida. Você conhece as pessoas, conversa, negocia. Então, na década de 1980, quando um amigo me chamou para morar em Hollywood, eu fui. Ele estava construindo uma casa lá e me disse que alguém poderia gostar das peças que eu fazia e que talvez conseguisse vender algumas coisas. E mesmo sem gostar muito da cidade, insisti e fiquei. J&A: E por que o senhor não gostou de Hollywood quando se mudou para lá? NL: No começo, odiei. Eu vinha de Nova York, uma cidade excitante, pungente. Há 20, 25 nos, Hollywood era uma cidade muito "sonolenta", era como um subúrbio. Não tinha nada. Nem cafeteria nas ruas tinha! Naquela época, tudo ainda era incipiente na região. Inclusive o glamour. Mas bastante gente tinha um anel antigo, um diamante sem armação e me pedia que desenhasse algo mais moderno. Foi assim que comecei. Sempre foi tudo muito natural. J&A: Estar em Hollywood fez diferença para o seu trabalho e sucesso? NL: Com certeza as coisas teriam sido muito mais difíceis em outra cidade. O reconhecimento da minha marca ficou mais fácil a partir do momento em que as pessoas passaram a se interessar pelas roupas e joias que tais e tais atrizes estavam usando. E Hollywood está no centro dessa nova onda. O meu sucesso é uma associação desses acontecimentos e dessas mudanças. O interesse dos outros em Hollywood e no meu estilo é bastante orgânico. Crescemos juntos. Meus colares grandes, as pedras diferentes e enormes fazem suces- so hoje, porque as pessoas querem algo cada vez mais diferenciado e único. J&A: E quando a marca Neil Lane apareceu? NL: A marca apareceu no final dos anos 1980. E ganhou força há 10, 15 anos. Nessa época, Hollywood se tornou muito popular. Esse foi o grande impulso, quando a cidade começou a ser sinônimo de glamour, eu já estava lá. J&A: O que diferenciava o seu trabalho do realizado por outros designers? NL: Os anéis de noivado, por exemplo, eram chatos, sem graça, pouco interessantes. E comecei a desenhar coisas legais, descoladas, com pedras diferentes e novas lapidações. E isso é super "fashionable". As pessoas querem ser cada vez mais fashion. Elas querem joias diferentes. J&A: E existe alguma peça que você goste mais de criar? NL: Adoro fazer colares longos e anéis de noivado. Os primeiros porque os acho muito glamourosos. E os anéis, porque são superíntimos. Você, de uma certa maneira, acaba fazendo parte da vida do outro e daquela história. Depois, nascem os filhos e você desenha algumas coisas para eles também. Acredito que as joias sejam uma forma forte de conectar as pessoas. J&A: Você apenas desenha ou também produz as joias? NL: Eu só desenho as peças. Até porque, para fazê-las, é preciso um conhecimento muito específico. Precisamos de, pelo menos, seis diferentes artistas para cortar, polir e misturar os materiais. J&A: A sua marca é notória por não necessariamente lançar coleções. Mas também produz sem ter um pedido específico. Como isso funciona no dia a dia? NL: Faço joias o tempo todo e não espero pelos clientes. Se encontro uma pedra bacana, se tenho uma ideia legal, vou lá e faço. Também não sou um ditador, porque quero ver as pessoas felizes. Não precisa ser do meu jeito. Não sou desses artistas que dizem "ou é assim ou não é". Até porque, não existe mais apenas um estilo, como acontecia antigamente. Nos anos 1920, era só art déco e pronto. Com o estilo vitoriano, a mesmacoisa. Agora é multicultural, com muitos estilos, muitos designers, muitas referências. Mas as pessoas ainda adoram glamour. O glamour hollywoodiano. J&A: E só faz joias? NL: Sou um artista absoluto. Posso fazer outras coisas com o meu estilo. Outro dia fiz uma caixa para a Barbra Streisand e um anel especial para a Vanessa Paradis, mulher do Johnny Depp. Para a Angelina Jolie e para o Brad Pitt, já fiz um porta-retrato. J&A: O que te deixa mais orgulhoso em relação ao seu trabalho? NL: Ouvir uma estrela do cinema, no tapete vermelho, dizer que aquela joia que ela está usando é Neil Lane. Ou, ainda, ver Angelina Jolie falar "esse colar é do meu amigo Neil Lane". E não é uma coisa egocêntrica, não é ego não. Mas é bom saber que algumas das mulheres mais bonitas do mundo, que poderiam escolher qualquer coisa, escolheram sua marca. Também é muito bom ouvir gente dizendo "amo o meu colar, amo o meu anel". J&A: Tem gente que acredita que joias são uma prova de amor, uma herança familiar ou uma demonstração de status. O que elas significam para você? NL: Para mim, as joias têm muita energia. Com elas, as pessoas brilham, ficam felizes. Joias fazem bem para a alma. Tem a ver com beleza, claro, mas tem a ver com sentimentos também. Joias são o presente mais precioso e pessoal, íntimo, que alguém pode dar ou ganhar. Você pode usar um anel a vida toda ou alguma coisa que era da sua mãe e isso cria uma conexão. A joia é íntima demais, você usa perto do corpo. Usa um colar perto do coração. E, sempre que olhar para um anel de noivado, por exemplo, vai se lembrar do primeiro beijo, de toda a história, e se emocionar, sorrir. J&A: Isso tudo é muito transcendental. É isso mesmo? NL: Eu acredito que joias podem proteger. Ela são personal joys. Tem amor envolvido. Conectam a alma. Escreveram sobre elas na Bíblia. No Egito, todo mundo usava. São parte do nosso caráter. Quando eu faço um colar, faço old school, tudo à mão. É naturalmente humano. Adoro imaginar que você tirou o diamante da terra, lapidou, poliu. Isso tem um valor imeso. E ainda é muito bonito.