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ANOREXIA

A doença que engana

Redação Publicado em 06/12/2006, às 15h14

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Veja a foto e diga qual das três mulheres retratadas seria internada 8 dias depois da foto e faleceria de anorexia 18 dias mais tarde
Veja a foto e diga qual das três mulheres retratadas seria internada 8 dias depois da foto e faleceria de anorexia 18 dias mais tarde
Trata-se da linda Ana Carolina Reston, ao meio, sendo preparada para a sessão de fotos para o site Chic, seu último trabalho, dia 18 de outubro. A olhos leigos, Carol parecia distante do perfil da anorexia, um processo de inanição auto-provocado pelo medo mórbido de engordar, que afeta especialmente jovens entre 13 e 20 anos. Segundo o psicoterapeuta Marco Antonio De Tommaso, a doença pode ter início com uma dieta inocente, que vai sendo restrita até tornar-se um semijejum. "A anoréxica sempre se verá gorda", alerta Tommaso. O caminho até um final trágico, como o de Carol e da ex-estudante de moda Carla Sobrado Cassalle, morta na quinta, 16, dois dias depois de Carol, em Araraquara (SP) - aos 21 anos, com 45 quilos para 1,70m - pode ser sutil. Tommaso alerta os pais para alguns indícios da doença: constantes idas ao banheiro logo após as refeições são comuns entre as anoréxicas - que geralmente também são bulímicas, ou seja, provocam o vômito para manter o estômago vazio. Elas - que são maioria, para cada 20 mulheres, há um homem anoréxico - também evitam convívio social que envolva comida. Às vezes são exímias cozinheiras, mas jamais provam os seus pratos, e falam de dieta, peso e remédios emagrecedores o tempo todo. Algumas exercitam-se em excesso, embora a endorfina - substância liberada pela atividade física que traz a animação e o bem-estar - não "apareça": as anoréxicas geralmente são taciturnas e retraídas. "É uma doença e tem que ser vista como tal. O tratamento é lento e a assistência deve ser constante, para sempre", ensina a nutricionista Alexandra Magna Rodrigues, do projeto Saúde Modelo, que recebe todas às quintas-feiras modelos de várias agências paulistanas na Unifesp, em São Paulo, para dar orientações sobre dietas saudáveis e fazer exames médicos gratuitos. "Oferecemos até serviços de fonoaudiologia, para modelos que precisam da voz. Mas todas às quintas-feiras sobram muitas vagas. Talvez as meninas não achem glamouroso ir ao médico. Ou talvez falte mais comprometimento das agências com seu casting", lamenta Alexandra.