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Ritual fortalece a união e reduz o impacto das crises na vida a dois

Redação Publicado em 18/05/2011, às 10h11

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Leniza Castello Branco
Leniza Castello Branco
Apesar da liberação sexual conquistada nas últimas décadas, as cerimônias e as festas de casamento estão cada vez mais sofisticadas e profissionais. Parece que, quanto mais a mulher fica independente, mais ela precisa de um grande ritual para marcar sua mudança de papel. Os rituais são tão importantes que resistem ao tempo e à tecnologia. Cada país, religião, cidade ou comunidade acrescenta suas tradições, mas a cerimônia básica continua a mesma. O ritual transforma a pessoa, é como se fosse um procedimento mágico, que a ajuda a passar de um estágio a outro da vida, e, principalmente, a se despedir do estágio anterior. Ele produz um processo psíquico que facilita a transição. É umrito de passagem. Todas as sociedades têm os seus - para sair da infância e entrar na juventude, para o ingresso e a saída da escola, para a entrada na faculdade e no casamento, entre inúmeros outros. Muitas vezes é tão grande o entusiasmo com a cerimônia, a festa e o vestido que o fundamental, que é a relação entre os noivos, fica em segundo plano. É claro que todos querem uma bela festa, e alguns sofrem por não ter meios de fazer o vestido mais caro ou alugar o melhor salão. Mas o importante é que haja o ritual, que ele fale ao inconsciente dos noivos, com a troca de alianças, em meio a flores, música, convidados queridos e um bolo. Isso pode ser feito com poucos gastos e muito significado, emoção e alegria. Quando a noiva sai da casa do pai, e entra com ele de braço na igreja, está se despedindo da condição de menina para assumir a de mulher. A morte da garota, da donzela, é acompanhada por todos. Ela agora cumprirá um novo destino, formará uma nova consciência, de mulher e mãe. Solteira, era filha, cuidada, protegida. Casada começa um outro ciclo. O ritual a prepara para isso. Um ano antes, em geral na companhia da mãe, ela já começa a escolher o vestido, o templo, a música, a comida e vai se envolvendo na grande mudança de sua vida. Para o homem a transformação também não é pequena. A despedida de solteiro marca o fim da vida irresponsável, ele vai ser marido e pai. Ao receber a mulher das mãos do pai dela, este simbolicamente lhe diz: "Eu lhe entrego a minha filha, cuide dela". É um momento marcante. Cada aspecto da cerimônia tem seu simbolismo. A palavra "aliança" vem de aliar, fazer um aliado, um companheiro. Quando ela é colocada por um no dedo do outro, este está dizendo, sem palavras, através do símbolo, que se compromete naquela relação. Em espanhol, a palavra para "algema" é esposa, pois tal objeto se assemelha a duas alianças que prendem. O sacerdote diz as palavras do culto e os noivos as repetem. Eles juram perante Deus que serão companheiros até que a morte os separe. Sabem que hoje a morte referida pode ser não a de um dos dois, mas a do amor, mas juram e se comprometem da mesma maneira. Casamento não é só felicidade e alegria. Há momentos difíceis, crises, desilusões. A força do ritual ajuda a vencer essas dificuldades, pois valoriza a confiança e a lealdade. O amor pode acabar, mas a verdade não. O dever de um para com o outro é o de ser fiel ao juramento, ao afeto, à aliança que trazem no dedo. Quem ama não trai, age como gostaria que o outro agisse, mesmo que isso doa. É o que se espera de alguém com quem firmamos um compromisso.