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Tentar ver qualidades e defeitos da pessoa amada evita decepções

por Rosa Avello* Publicado em 08/03/2010, às 14h49 - Atualizado às 14h50

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Tentar ver qualidades e defeitos da pessoa amada evita decepções
Tentar ver qualidades e defeitos da pessoa amada evita decepções
Os antigos acreditavam que o coração era o órgão responsável por nossos sentimentos e emoções. Hoje sabemos que é no cérebro, mais especificamente na região chamada amígdala, que eles se processam. Se as pessoas soubessem mais sobre esse assunto, muitas brigas e conflitos afetivos seriam evitados. Hoje está claro, por exemplo, que, ao colocar intencionalmente a atenção em alguma coisa, aumentamos o significado que ela tem para nós. Assim, se durante muito tempo damos excessiva importância aos problemas que não resolvemos, o cérebro valoriza-os, ao mesmo tempo em que diminui o registro daqueles que foram solucionados. Isso faz com que nos sintamos sobrecarregados e evitemos pensar no assunto, deixando crescer ainda mais a lista dos problemas sem solução. Conclusão: ficamos cada vez mais deprimidos e fragilizados. Por outro lado, se colocamos a atenção nos problemas que resolvemos, o cérebro torna isso mais significativo. Nossa autoestima e nossa autoconfiança aumentam e ficamos estimulados a resolver problemas em lugar de evitá-los. O ideal, portanto, é equilibrar a atenção que dedicamos às coisas. O que isso tem a ver com amor? Tudo. Quando conhecemos alguém que nos interessa, colocamos atenção em suas qualidades, nas coisas que acreditamos ter em comum, enaltecemos tudo que a pessoa faz por nós. Em contrapartida, damos atenção mínima aos seus pontos negativos e negamos as diferenças que tem conosco. Em outras palavras, o idealizamos. Com o tempo, a realidade se faz presente e a idealização não se sustenta. Aí começam os problemas. Sentimos-nos traídos, enganados. A verdade é que nosso cérebro distorceu nossa visão. Ao cair na real, cometemos outro erro: passamos a depositar atenção dobrada nos defeitos da pessoa e nas diferenças que tem conosco, eliminamos seus pontos positivos, negamos o que temos em comum - parece que o antigo amor-perfeito agora só faz coisas que nos aborrecem e por isso desejamos nos afastar. Imagine, leitor, o inferno em que se transforma a vida do casal. Fica difícil fazer com que um entenda que o outro não pretende magoar ou aborrecer, que a mágoa e a dor podem ser fruto do significado que um dá ao comportamento do outro. Significado esse que teria menos importância se fosse entendido como parte da pessoa e não o todo. As coisas seriam mais fáceis se nos empenhássemos em colocar atenção igual no que o outro tem de positivo e de negativo. Teríamos uma visão mais equilibrada, seríamos mais justos, mais tolerantes. Uma forma de alcançar essa habilidade é valorizando os aspectos positivos toda vez que aparecem. E fazer isso com forte intenção. Boa ideia é preparar uma lista das coisas positivas que se percebe no outro ao longo de um dia. Como o cérebro registra melhor o que escrevemos com nossa letra, vale a pena usar as mãos. Tente também brincar com o assunto. Faça um abecedário de coisas bacanas que vê no parceiro - Apoio, Bondade, Carinho... - e depois convide-o a fazer uma lista das qualidades que vê em você. E comparem o que escreveram. Pode ser divertido e produtivo. O objetivo é manter o foco nas virtudes do outro, pois a primeira coisa que fazemos quando ele nos aborrece é esquecê-las.