CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Amar é importante, mas não é tudo. Um casal precisa ter afinidades

Redação Publicado em 21/02/2012, às 15h07 - Atualizado em 17/12/2012, às 14h29

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
-
-

Na música Velha Infância, Arnaldo Antunes (51), Carlinhos Brown (49), Davi Moraes (38), Marisa Monte (44) e Pedro Baby (33) falam dos efeitos do amor: “Você é assim/ Um sonho pra mim/ E quando não te vejo/ Eu penso em você/ Desde o amanhecer/ Até quando eu me deito.” De fato, esse é um sentimento que transforma a vida das pessoas. Invade sem pedir licença e muda o roteiro que cada um planejou para si. Mas o sucesso ou o fracasso do casamento não depende só dele. Amar é fundamental, mas, como escreveu o escritor francês Albert Camus (1913-1960), “se o amor fosse o bastante, as coisas seriam simples demais”. Pura verdade!

Todo relacionamento precisa da contribuição dos dois envolvidos para seguir adiante. Quanto mais afinidades existir entre eles, maior será a chance de quererem estar juntos, de estabelecerem trocas. Isso será mais importante ainda com o tempo, quando o amor não for tão intenso como antes. São as afinidades que vão fazer os dois desejarem continuar caminhando lado a lado, apesar dos percalços de qualquer relação. Quanto mais histórias compartilhadas ou construídas pelo casal, maiores serão os espaços para o diálogo, a troca e a parceria. Um amor, por mais grandioso que seja, se esvazia com o tempo, se não houver afinidades. Pode até demorar, mas acaba desencantando.

Vejamos um exemplo. Uma mulher trai o marido. Se a única coisa que segura essa relação é o amor, o sentimento de inferioridade dele e a dor pela rejeição e pelo machismo melindrado levarão a relação a um ponto final, sem direito a vírgula. Mas se há respeito e admiração pelo crescimento do outro, se ela é a pessoa com quem ele mais gosta de conversar e se há projetos em comum, por terem os dois personalidades parecidas, essa etapa poderá ser vencida, porque a relação vai além do sentimento ou do desejo. Mágoas vão existir, mas poderão ser superadas. Agora, se não houver nada disso, só o amor ferido, dificilmente os dois seguirão juntos.

Por tudo isso, antes de iniciar uma vida em comum, é importante que cada parceiro reflita sobre estas três questões:

a) O que eu desejo no relacionamento? Quais são minhas necessidades, além do amor? É importante que a pessoa tenha consciência do que está buscando, independentemente do outro;

b) Eu acredito nessa relação? Vale a pena o investimento afetivo? Afinal, ao iniciar uma vida em comum, espera-se que ela seja duradoura e é bom lembrar que isso significa assumir compromissos e que nem sempre o amor combina com os contratempos do dia a dia. Como diz a canção Velho Piano, de Dori Caymmi (68) e Paulo César Pinheiro (62): “Ah! O amor muda tanto/ parece que o encanto/ o cotidiano desfaz”;

c) Tenho coragem para enfrentar o dia a dia? De acordo com o psiquiatra norte-americano David Viscott (1938-1996), “você se compromete quando sua coragem é maior do que suas dúvidas, seus medos”. Essa coragem é que vai fazer com que cada um enfrente os desafios da rotina e os maremotos da relação, e tenha, ainda, a humildade de reconhecer os próprios erros para fazer valer o projeto comum. A coragem ajuda a entender o amor e as voltas que a vida dá, e a perceber quando é hora de parar, rever a história e retomar o caminho, para seguir em frente, começando tudo de novo!