Alinne Moraes e Ana Araújo levam glamour verde-amarelo a Cannes

Discursos emocionados, comentários polêmicos, divisão de opiniões, homenagens, promissores estreantes, veteranos cheios de vitalidade... A 64ª edição do Festival de Cannes teve de tudo um pouco e ao chegar ao fim, na noite de domingo, dia 22 de maio, já deixou saudade. Aclamada como um dos mais importantes eventos da sétima arte, junto às competições de Veneza e Berlim, a mostra francesa provou fazer jus aos superlativos com uma temporada regada a glamour, em que atores, diretores e produtores se desdobraram para promover seus filmes e garantir um lugar ao sol - leia-se flashes - na disputada Croisette. Em 2011, a almejada Palma de Ouro de Melhor Filme foi para a A Árvore da Vida, produzido e interpretado por Brad Pitt (47) e dirigido pelo recluso cineasta norteamericano Terrence Malick (67). Habituada a monopolizar os olhares em território nacional, Alinne Moraes (28) conferiu pela primeira vez o frenesi que assoma a Riviera Francesa nesta época. Deslumbrante em longo branco bordado com contas negras do estilista Reinaldo Lourenço (50) e joias de Ara Vartanian (35) - o look total custou cerca de 60000 reais, incluindo os escarpins Louboutin -, a atriz prestigiou a exibição de La Conquête, de Xavier Durringer (47), que narra a chegada do presidente francês Nicolas Sarkozy (56) ao poder. "Estou feliz e empolgada com o red carpet, estrear aqui é muito bom. Para esta primeira vez eu não tenho segredo, quem sabe da próxima, já consigo elaborar algum! Vou com o pé direito", comentou Alinne, que atuou na fase inicial da novela Cordel Encantado e está escalada para participar da série O Astro, com estreia prevista para o dia 12 de julho. Cheia de pique, ela ainda participou de sessão de fotos com o fotógrafo Kenneth Willardt (44) para grife cosmética. No Palais des Festivals, casa oficial do evento, a paulista circulou entre atores internacionais como a ucraniana Milla Jovovich (35) e a francesa Laetitia Casta (33), com o amado, o italiano Stefano Accorsi (40), além de Florence Pernel (44) e Denis Podalydes (48), ambos do elenco do filme. Queridinha dos fashionistas por conta da versatilidade, Milla investiu em um longo bordado, no penteado com ar retrô e no batom vermelho no mesmo tom dos detalhes do vestido. "Ao longo dos anos, sempre mudei meu estilo", afirmou a atriz. Outra brasileira que marcou presença no evento foi a arquiteta brasileira Ana Araújo (30), que namora o músico britânico Ronnie Wood (63), há cerca de um ano. Com silhueta de fazer inveja, a beldade aproveitou a estada na Côte d'Azur para abusar de looks arrasadores e mostrar em primeira mão seu novo visual: franja, corte chanel acima dos ombros e fios castanho com luzes mais claras. "Somos do signo de gêmeos, formamos uma combinação perfeita. Somos grandes amigos e temos uma relação saudável. Ana é uma garota exemplar, linda e que sempre me apoia", observou o guitarrista da banda Rolling Stones, que aponta a namorada como principal incentivadora na sua batalha contra o alcoolismo. O casal marcou presença na exibição de Melancholia, drama dirigido pelo dinamarquês Lars von Trier (55) e estrelado pela americana Kirsten Dunst (29). Pela performance, a loira arrebatou o prêmio de Melhor Atriz, já o polêmico cineasta foi banido da mostra após declarar em uma entrevista coletiva ser nazista e simpatizante de Adolf Hitler (1889-1945). "O conselho dirigente lamenta profundamente que o evento tenha sido usado por Lars von Trier para expressar comentários inaceitáveis, intoleráveis e contrários aos ideais de humanidade e generosidade que presidem sobre a existência do festival", disse a organização em comunicado. Impecável, o estilista Ricardo Almeida (55), com sua amada, Daiane Meurer (18), badalou pela primeira vez em Cannes a convite da marca de scotch que o tem como um de seus embaixadores brasileiros. "Ficamos impressionados com a receptividade e a estrutura", elogia ele. Outra poderosa brasileira ali era a atriz fluminense Gisele Fraga (41), que promovia seu filme, The River Sorrow. "Participar da produção foi fantástico. Além de a equipe ser maravilhosa, fiz amigos. Cresci como artista e como mulher", afirma Gisele, já com sede de mais experiências nos sets. De azul-marinho, cor que adora, a atriz e cineasta Jodie Foster (48) cruzou o red carpet na mesma noite e conquistou elogios pela elegância. Mesmo fora da competição, Um Novo Despertar, o qual ela dirige e atua ao lado de Mel Gibson (55) foi bem recebido pela crítica. "Mel é um ator notável, capaz de mostrar o lado cômico e o sombrio. Sobretudo, compreende que os personagens enfrentam dificuldades", defendeu Jodie sobre o amigo, que encarou sérios problemas pessoais desde que vieram à tona gravações de sua postura antissemita e dele gritando com a ex-mulher, a atriz Oksana Grigorieva (40). Presidido por Robert De Niro (67), o júri contou com o ator inglês Jude Law (38), os diretores Olivier Assayas (56), Johnnie To Kei-Fung (56) e Mahamat-Saleh Haroun (50), as atrizes Martina Gusman (32) e Uma Thurman (41), a produtora chinesa Nansun Shi e a roteirista norueguesa Linn Ullmann (43). Uma, que desde Kill Bill Vol. I e II, de 2003 e 2004, não emplaca um sucesso, encontrou no festival imperdível chance de reeguer sua carreira. "Estou muito honrada em ter sido convidada para compor o júri. Por coincidência, estive em Cannes pela primeira vez com Robert trazendo um filme que fizemos há 20 anos. Estar sob sua presidência é fantástico", afirmou Uma. "Preparei-me vendo outros filmes dos diretores que competem na mostra. Mas não vou falar nada sobre o que comentamos em nossas reuniões, sou uma boa jurada", brincou ela. Os modelitos trazidos na mala pela atriz, como o longo azul Royal colado ao corpo que usou na premiação, também conquistaram fãs. A nota triste ficou por conta da morte de um integrante de sua família, o que a levou a se ausentar por dois dias. As demais convidadas exibiram guarda-roupas tão ecléticos quanto a seleção de filmes que disputava a Palma de Ouro. Românticos, comportados, reveladores, drapeados, cheios de brilho, monocromáticos, estampados, transparentes, esvoaçantes... houve de tudo. Estilista da grife L.A.M.B, a cantora Gwen Stefani (41) encontrou no festival e nas festas paralelas a deixa para mostrar sua linha com ar de altacostura, mas também vestiu looks de concorrentes dos quais é fã. Com o marido, o roqueiro Gavin Rossdale (45), a loira conferiu a exibição de This Must be the Place com vestido branco Armani. Já na sessão de A Árvore da Vida, optou por macacão de paetês byStella McCartney (39) - modelito usado há algumas semanas por Iman (55), na concorrida gala do Metropolitan, em Nova York. Gwen aproveitou a estada na Riviera para relaxar a bordo do iate do milionário russo Roman Abramovich (44) e gravar um filme publicitário para a empresa de cosméticos da qual é garota-propaganda. "Gosto de me envolver com projetos ligados a arte e este comercial é um dos melhores que já vi", comentou ela. A atriz Rosario Dawson (32) foi outra que fez a alegria dos fashionistas, surgindo mais linda a cada noite. De tomara que caia sereia vermelho ou com vestido azul de ombro só, estava igualmente correta. "Aqui é um dos poucos lugares do mundo em que você se sente como uma modelo o tempo todo. É divertido ver tantas pessoas bonitas e cheias de estilo", disparou. "Estou tão encantada com Cannes que decidi estender minha estada por mais uma semana antes de começar as viagens promocionais do meu novo filme, The Zookeeper", acrescentou Rosario. Estrelado por Sean Penn (50) e pela novata Eve Hewson (19), herdeira de ninguém menos que Bono (51), do U2, o longa This Must be the Place teve première das mais concorridas. Marcaram presença também a top alemã Claudia Schiffer (40), a empresária Roberta Armani (40) e a roqueira Courtney Love (46). Estreante, Eve se mostrou confortável diante dos fotógrafos e segura quanto à escolha do figurino. Dirigido por Paolo Sorrentino (40), o filme levou o troféu concedido pelo júri ecumênico, mas o favorito Sean viu a estatueta de Melhor Ator acabar nas mãos do francês Jean Dujardin (38), do filme mudo L'Artiste. Com torcida fiel, Pedro Almodóvar (61) causou impacto com La Piel que Habito, que narra a terrível vingança de um cirurgião plástico que teve a filha violentada. "Pode parecer um longa de ficção científica, mas isso já é em parte realidade, com as experiências transgênicas e a decodificação do genoma humano. Felizmente, em nossas sociedades trabalhos como esses são bem controlados pelas leis de bioética", afirmou o espanhol, que participou do festival com Tudo Sobre Minha Mãe (1999), Volver (2006) e Abraços Partidos (2009), mas ainda não levou a Palma. No elenco, Antonio Banderas (50), Elena Anaya (35), Blanca Suárez (22) e Marisa Paredes (65). "Tive de trabalhar com economia de gestos e interiorizar os sentimentos. É um personagem incapaz de sentir a dor dos outros e eu precisava encarnar tal frieza. O espectador não fica aterrorizado pelas imagens. Há diálogos ditos de maneira natural, mas que são, na verdade, horripilantes", descreveu Banderas, que voltou a ser dirigido pelo cineasta após 21 anos e viajou a Cannes com a mulher, Melanie Griffith (53). Talvez inspiradas no enredo de Almodóvar, algumas convidadas circularam com looks infelizes. Uma das musas de Almodóvar, Rossy De Palma (46) causou estranhamento com corselet, mangas bufantes, colar e adereço na cabeça exagerados. Já Clotilde Hesme (31) circulou com blusa-tela. Mas, sem o exagero ao lado do sublime, Cannes não seria Cannes.