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Alexandre Borges e o desafio de viver Raul

Intérprete de Raul em Caminho das Índias, Alexandre Borges fala de seu papel mais intenso na TV e confessa como gostaria que fosse o fim de seu personagem na trama

<i>por Aline Cebalos</i> <br> <br> Publicado em 04/09/2009, às 12h38 - Atualizado em 08/09/2009, às 17h15

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Alexandre Borges em ensaio na Ilha de CARAS - Arquivo CARAS
Alexandre Borges em ensaio na Ilha de CARAS - Arquivo CARAS
Alexandre Borges tem dado o que falar na pele de Raul, em Caminho das Índias, novela global escrita por Glória Perez. Na trama, ele era um empresário bem sucedido, casado, pai de uma adolescente e infeliz. Acaba simulando sua própria morte, foge com a amante e tempos depois descobre que foi enganado e perde tudo. É uma história com tons de ficção, mas foi tão bem orquestrada pelos envolvidos que parece mesmo um caso da vida real. E é esse caso que tem mexido com os sentimentos do intérprete, que chega a gravar de oito a nove horas em alguns dias. Em entrevista ao Portal CARAS, Alexandre, que é casado com a também atriz Julia Lemmertz e pai de Miguel fala da experiência de viver seu papel mais intenso na TV. - Como estão as gravações na reta final da novela? - Intensas! Com várias cenas de encontros. Essa trajetória final do Raul me traz um certo alívio, porque é um personagem, agora arrependido, culpado, perdido... E por uma coisa do destino é descoberto e começa a pagar pelo que fez, fica cara a cara com as pessoas, é preso e tenta esclarecer os motivos que o levaram a fazer o que fez. Tudo o que está acontecendo está servindo para ele sacar que errou e que tem que sofrer as conseqüências, sabendo que não terá chance de compreensão. - Com cenas tão intensas, como consegue sair da gravação sem se abalar ou envolver com a história? - Não é que eu viva aquilo, embora esteja completamente entregue e atento à trajetória do Raul. Na verdade não são cenas específicas que acabo levando comigo, mas sim, ele por inteiro, sua história. Eu fico bastante mexido também, mas ao mesmo tempo me dá uma completa satisfação, um prazer, uma alegria enorme por poder dar vida a um personagem tão bem escrito pela Glória. Um papel tão complexo, cheio de momentos diversos... É um grande prazer. - Considera o Raul seu personagem mais intenso? - Com certeza, ainda mais por conseguir mexer com as pessoas de modo tão variado. Tem gente que tem raiva dele, que torce por ele, que tem dó... Está sendo uma grande oportunidade para mim. Acredito que estamos cumprindo a função de entreter as pessoas. - Como foi gravar a cena em que Julinha, papel de Vitória Frate, descobre que Raul está vivo? - Foi um misto de sentimentos. Uma das maiores felicidades da minha vida é ser pai, o amor que tenho pelo meu filho e a importância que ele tem na minha vida são imensuráveis. Quando encaro um homem, quando visto um personagem que fez a filha sofrer uma desilusão tão grande, me dá uma sensação dilacerante. Tento me colocar em seu lugar e sinto sentimentos misturados, pelos valores que eu prezo e que ele menosprezou e só agora se deu conta disso. É um homem em pedaços, muito triste. Acho bonito o fato de a Julinha tentar impedir a morte do pai, depois de tudo que passou. É uma lição para todo mundo do quanto as relações familiares e de sangue são poderosas. - Gostaria que Raul fosse perdoado? - Não estou muito preocupado com o fato de Raul ser perdoado ou não. Minha intenção é contar a história de que um cara bem sucedido pode perder tudo de uma hora para a outra e que a cabeça do ser humano te prega peças. Quero mostrar o quanto é importante dar valor à família e amar as pessoas. Nunca é tarde para reconquistar uma pessoa que você ama, as coisas podem até não ser como eram antes, mas você tem que tentar. Não se pode passar a vida sem falar com seus pais, irmãos... - Raul fez coisas horríveis: enganou a família, inventou uma morte e fugiu com a amante. Que fim gostaria que ele tivesse? - Não sei quanto tempo vai se passar nesses últimos capítulos. Primeiramente, acho que ele deveria ser preso, por ter pego o dinheiro, por ter falsificado documentos... Acredito que, a partir daí, ele deva recuperar a vida dele. Mesmo sem dinheiro, sem nada, Raul é bem melhor agora do que era quando rico. Agora ele tem espiritualidade, caráter, é uma pessoa bem melhor. - Com o fim da novela, quais são seus planos? - Descansar e colocar a vida em ordem. Respirar um pouco, curtir a família... Se bem que eu sempre curto minha família, mesmo trabalhando. Não sei se vou viajar, o Miguel está na escola e a Júlia está com uma peça em São Paulo. Mas, para falar a verdade, quero produzir, trabalhar, pai de família precisa de trabalho, não dá para ficar muito tempo de férias.