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Aguinaldo Silva critica vilão ‘sem causa’

O autor diz que é perversão o fato de que os autores deixam seus vilões fazer maldades sem motivo

Redação Publicado em 08/08/2011, às 13h11 - Atualizado às 15h43

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Aguinaldo Silva, autor de Fina Estampa - Roberto Filho/Agnews
Aguinaldo Silva, autor de Fina Estampa - Roberto Filho/Agnews

O escritor Aguinaldo Silva (67) fez algumas considerações sobre a teledramaturgia brasileira no início da tarde desta segunda-feira, 8, e criticou os vilões de algumas novelas que, segundo ele, lutam sem uma causa.

“Eu disse que os vilões das novelas atuais beiram a perversão, e isso causou certo reboliço. Alguém disse que os vilões são assim mesmo e  citou alguns dos meus pra fortalecer seu argumento: Odete Roitman, Nazaré Tedesco. Vou dizer a vocês o que torna o vilão um pervertido: é quando ele pratica todo tipo de maldades sem ter uma causa que as justifique. Pois, assim como os heróis da novela, os bons vilões têm uma causa que precisam levar a bom termo”, explicou Aguinaldo no Twitter.

“Odete Roitman queria preservar os valores em que acreditava, e pra isso precisava encaminhar na vida o filho, que não passava de um fraco. Nazaré queria provar ao mundo que mãe não é quem pariu, mas quem criou e tratou a cria com todo o amor do mundo”, disse, referindo-se às vilãs de Vale Tudo e Senhora do Destino, ambas de sua autoria.

“Assim, tanto Nazaré como Odete tinham motivos que faziam o telespectador pensar: "ah, agora entendi porque elas são desse jeito". Mas desde que Flora saiu por aí a praticar todo tipo de maldades sem ter nenhum motivo credível pra isso os vilões das novelas mudaram”, falou, criticando a personagem de Patrícia Pilar, em A Favorita.

Em seguida, Aguinaldo comentou sobre as maldades de Léo, interpretado por Gabriel Braga Nunes em Insensato Coração, folhetim que ocupa o horário nobre da Globo. “O vilão de Insensato Coração no começo tinha até um motivo: provar ao pai que não era tão ruim quanto ele achava. Um dia minha empregada disse: se ele quer provar ao pai que não é ruim, então por que faz tantas maldades? Ou seja, sua causa era duvidosa. É isso que eu chamo de perversão nas novelas atuais, o fato de que os autores deixam seus vilões fazer maldades gratuitamente, sem motivo”, justifica.

“É por que o público gosta disso? Acho essa tese discutível. O público gosta do gênero e o vê mesmo que seja pra dizer: que novela horrível!”, concluiu. A próxima novela do escritor, Fina Estampa, estreia no dia 22 de agosto.