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A vitória de Chico Anysio pela vida

Em seu apartamento, com a amada, Malga, ele dá exemplo de superação

Redação Publicado em 08/09/2010, às 09h43 - Atualizado às 10h25

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Com a mulher Malga, humorista , Chico Anysio, recorda os 20 dias de internação. - FOTOS: GEORGE MAGARAIA/IMAGENS MAGASAC E JOÃO MÁRIO NUNES
Com a mulher Malga, humorista , Chico Anysio, recorda os 20 dias de internação. - FOTOS: GEORGE MAGARAIA/IMAGENS MAGASAC E JOÃO MÁRIO NUNES
Ainda em recuperação dos 20 dias internado por causa de uma hemorragia digestiva, Chico Anysio (79) dá exemplo de otimismo após o drama. "Foram os piores momentos da minha vida. Então, hoje, poder acordar já é uma vitória", desabafou com exclusividade para CARAS em seu apartamento na Barra da Tijuca, Rio, ao lado da mulher, Malga di Paula (40). Além de passar por duas cirurgias no Hospital Samaritano, o humorista teve parte do intestino grosso retirada e também apresentou um quadro de pneumonia. "Encontraram um pólipo obstruindo o intestino. Havia o risco de ser um câncer. Felizmente, a biópsia mostrou que não era", acrescentou ele, falando com dificuldade. "Minha voz ainda não está inteiramente controlada, tenho um pigarro que insiste em ficar", completou. Apaixonado pela carreira, que completou 63 anos, o artista não adiou a apresentação do espetáculo Chico.Tom, no Citibank Hall, Rio, marcada para sábado, 4. Ele subiu ao palco em cadeira de rodas e conversou com seu público por alguns minutos. "Ainda estou convalescendo, três coisas estão difíceis: levantar, ficar de pé e andar", explicou ele, ovacionado pela plateia. O comando do show ficou com Tom Cavalcante (48). O estado de saúde de Chico foi visto com um grande susto por Malga. "Ele sempre é levado para o hospital devido ao problema do pulmão (há quase 25 anos, Chico convive com um enfisema). Internam por precaução enquanto realizam os exames. Fazia tempo que ele não ia tão mal", ressaltou ela. "Três horas após a primeira cirurgia ele estava cantando feliz. Mas depois, começou a se sentir enjoado. Os médicos desconfiaram da obstrução e aí na segunda operação a recuperação foi lenta. Nos 12 anos em que estamos juntos, de todas as vezes que Chico foi internado essa foi a que ele mais sofreu", afirmou Malga, que trabalha como empresária. "Abri uma firma para fazer business entre a Turquia e o Brasil. O projeto da minha vida, neste momento, é construir um memorial para São Jorge, na região da Capadócia", explicou. - Chico, onde você busca forças para driblar os problemas? - No trabalho, na Malga, nos filhos. Mas para um cara de 79 anos que teve de intervir no intestino duas vezes, a morte passa a ser algo provável, é como se Ele já estivesse aqui me olhando. - Você pensou no pior? Chico - Claro que pensei. Ninguém dura para sempre. Mas acho que sou iluminado. Ao longo da vida superei 19 cirurgias. É nosso dever adiar a morte o máximo possível. Não tenho medo dela, mas sim de ver quanta coisa vou perder, porque a vida é tão bonita e um dia dela vale por 50... Malga -Chico tem medo de me perder pela vida e eu de perdê-lo pela morte. É claro que posso ir antes, ninguém sabe o dia de amanhã. Mas após a segunda cirurgia, foi muito ruim vê-lo dormindo no CTI. Perdi um sobrinho há pouco mais de um ano. Então, as emoções se misturaram, saí de lá desesperada. Fora isso, tenho sempre a sensação de que Chico é imortal, porque ele passa por cada uma, sacode a poeira e toca a vida. l