A BARRIGA DE JENNIFER LOPEZ E A FILHA DE MADONNA ROUBAM CENA

Junte uma mulher influente, uma marca poderosa, uma causa social que agrega as pessoas e está aí a fórmula do sucesso, comprovada na noite de gala que Madonna (49) organizou com a grife italiana Gucci e o Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, para beneficiar a Raising Malawi, entidade que a popstar apóia para ajudar crianças órfãs infectadas com o vírus HIV no Malavi, país africano no qual adotou seu filho caçula, David Banda (1), e onde, ela mesma diz, "deixou seu coração". "Sempre me perguntam porque escolhi Malavi e eu digo que não escolhi, fui escolhida", declarou ela, que iniciou com o marido, o diretor de cinema britânico Guy Ritchie (39), a negociação de adoção de David em 2006 e só conseguiu concluí-la em dezembro de 2007, quando o governo do país oficializou a condição. A noite de gala foi uma maneira notável e inovadora de a Gucci comemorar a abertura de sua nova loja-conceito na 5ª Avenida, em Nova York, a maior de todas as lojas da grife no mundo. De uma supergrávida Jennifer Lopez (38), portando saltos altíssimos em detrimento de estar prestes a ter seus gêmeos a qualquer momento, o que aconteceu dias depois no centro médico North Shore, em Long Island, a vários casais notáveis de Hollywood - do mais fashion, Tom Cruise (45), que não parava de sorrir e mascar chiclete, e Katie Holmes (29), que na contramão da maioria não vestiu Gucci, mas modelo vermelho Alexander McQueen; ao mais rico, Salma Hayek (41), de Gucci, e o empresário François-Henri Pinault (45) -, a uma Gwyneth Paltrow (35) com modelo rosa-bebê da marca apoiadora do evento e à modelo brasileira Michelle Alves (29), estava todo mundo lá. "A gente não está acostumada a dizer não para a Madonna", brincou Gwyneth, amiga e companheira de yoga da anfitriã em Londres, cidade em que ambas, casadas com ingleses, vivem. "Ela é uma fera." E alguém duvida do poder de Madonna? Quando a artista burlesca Dita Von Teese (35) leiloou por 600 000 dólares (1,2 milhão de reais) para o empresário japonês do ramo de lingerie Mika Noguch a "experiência de sonho" - um fim de semana que incluía viagem a Nova York, hospedagem no Ritz-Carlton, quatro ingressos vip para o próximo show de Madonna, aula de ginástica aeróbica com a cantora e Paltrow e sessão de fotos com o fotógrafo americano Steve Klein -, a platéia explodiu em um aplauso digno de show de rock. E, mesmo antes de começar o leilão do evento, que arrecadou um total 5,5 milhões de dólares (11 milhões de reais), a venda de ingressos já tinha levantado 3,7 milhões de dólares (7,4 milhões de reais). A renda será revertida para o braço do Unicef que se dedica às crianças africanas, e para os órfãos infectados pela aids em Malavi. "Eu tinha a Gucci e o Unicef do meu lado, então, estava bem apoiada", disse Madonna. "A festa não está chiquérrima?" De fato. Não só pelas presenças célebres e pelas demonstrações de solidariedade, mas estava claro que o evento beneficente não era uma ocasião qualquer. Foi realizado, como disse a própria Madonna, "em um território que pertence ao mundo", a sede das Nações Unidas em Nova York, onde uma tenda transparente oferecia uma linda vista de Manhattan e arranjos de milhares de rosas brancas e cor-de-rosa espalhavam aroma de flores pelo ambiente. Tem mais: é possível que este evento marque o início de uma nova era no festivo e glamouroso mundo do luxo. Em vez de optar por uma festa de arromba para celebrar o novo endereço na própria loja de três andares na sofisticada 5ª Avenida, a Gucci escolheu realizar a ação e ajudar a quem precisa. Embalados pelo caráter solidário da festa, os convidados - apesar do luxo e roupas de grife que os cercavam -, se envolveram pessoalmente com sua intenção, dando à noite sentido mais social e menos superficial que os tapetes vermelhos de todo dia. "Estou muito orgulhosa. Quem poderia acreditar que tantas celebridades participariam dessa festa beneficente?", perguntou a diretora criativa da Gucci, Frida Giannini (34), que se sentou para jantar ao lado de Tomkat, o apelido que a imprensa americana criou para o casal Tom Cruise e Katie Holmes, que, desde que adotou novo corte de cabelo, usa franja idêntica à da editora-chefe da Vogue America, a temida e elegante Anna Wintour (58), na mesa ao lado. François-Henri Pinault, o marido de Salma Hayek e pai de sua filha, Valentina, nascida em setembro passado, é o presidente da PPR, poderoso grupo que cuida de várias grifes de luxo, Gucci incluída, e estava presente como marido, como apoiador da causa e como profissional. O CEO da empresa italiana, Mark Lee, reforçou que, tendo a marca assumido os custos da noite, a totalidade do dinheiro levantado seria entregue direto à Raising Malawi e ao Unicef. Desde 2005, a Gucci apóia programas em Malavi e Moçambique que beneficiam crianças órfãs soropositivas. Madonna voltou a afirmar sua intenção de, até 2010, construir uma escola para meninas no país africano. Claro que a cantora usou Gucci - um vestido discreto de jérsei cinza, criado para ela especialmente por Frida, que também desenhou os sapatos que a filha de Madonna, LourdesMaria Ciccone Leon (11), a companhia oficial da mãe na noite, usou no evento - o marido da estrela, Guy Ritchie (39), não estava presente. Lourdes desfilou seus sapatos novos no palco enquanto participava do leilão, erguendo uma varinha de luz a cada negócio fechado, e ao dançar ao som de Rihanna (20). A cantora, aliás, que nunca tinha estado na presença de Madonna, se confessou nervosa. "Espero não chorar de emoção", torceu ela, que se comportou direitinho diante da diva. Mas foram os componentes do Coral de Crianças da África que roubaram a cena. Eles abriram a celebração com um entusiasmo inocente que emocionou e também rendeu aplausos calorosos. Entre as curiosidades oferecidas, em leilão conduzido pelo comediante americano Chris Rock (43), estavam, por exemplo, uma viagem ao Malavi para duas pessoas, quatro noites de estada no hotel Four Seasons de Nova York, bagagem Gucci personalizada e dois convites para o próximo desfile da Gucci, arrematados por 60 000 dólares (120 000 reais); quatro convites para a final do American Idol e para a entrega do Nickelodeon Kids Choice Awards, por 100 000 dólares (200 000 reais); viagem a Paris e visita ao vinhedo Chateau Latour, por 120 000 dólares (240 000 reais); e um pacote esportivo que incluía um encontro com A-Rod (32) - o jogador de basquete nova-iorquino Alex Rodriguez, que joga no New York Yankees - e uma hora batendo bola com o astro do futebol David Beckham (32), por 320 000 dólares (640 000 reais), que Salma Hayek arrematou dando o lance vencedor em cima de Anna Wintour. "Madonna me procurou e me convidou para ser o leiloeiro", disse Rock. "Eu disse a ela que topava, mas que o ideal seria ela chamar um leiloeiro de verdade e me deixar apenas dizendo besteiras para incitar as pessoas a gastar mais." Bem-humorada com o resultado de sua iniciativa, e com a prova de poder que foi realizar uma festa capaz de causar inveja à entrega do Oscar pela substancial presença de celebridades, Madonna brincou: "Bem, foi só mais uma das nossas festinhas caseiras." Ironia à parte, a incansável popstar estava visivelmente emocionada. "Minha fama se deve a vários motivos: levantar bandeiras, ser uma provocadora, nunca desistir, sempre me reinventar, ser membro de um culto e até seqüestradora", disse ela, se referindo às acusações que recebeu quando levou David Bana de sua terra natal para sua casa em Londres. "E por ser ambiciosa, abusada e nunca me contentar com o segundo lugar. E quero que vocês se sintam tão inspirados quanto eu estou agora." Quem ousaria recusar tal oferta? Perseguindo novos objetivos sem abandonar os antigos, a mãe de três crianças - além de Lourdes e David Madonna tem outro filho natural, Rocco (7) -, está sempre envolvida em novas aventuras. A mais recente, apresentada no Festival Internacional de Cinema de Berlim, foi o primeiro filme em que assina a direção, Filth and Wisdom, cuja estréia a estrela acompanhou na capital da Alemanha, alguns dias depois da festança em Nova York. E viva Madonna!