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A arte que imita a vida de Mário José Paz

Dono de pousada e do único cinema de Búzios, o Cine Bardot, o ator Mário José Paz empresta sua história para o ‘Maradona’ de ‘Viver a Vida'

<i>por Thais Arbex</i><br><br> Publicado em 25/01/2010, às 18h50 - Atualizado em 26/01/2010, às 15h58

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Mário José Paz - TV Globo/Divulgação
Mário José Paz - TV Globo/Divulgação
O convite era para duas ou três cenas, mas seu personagem cresceu. "Hoje ele já tem casa e quer reconstruir uma família ao lado da Dorita e da Rafaela. Foi uma ótima surpresa", afirmou Mário José Paz, com o sotaque argentino de Santa Fé, Buenos Aires, em conversa com o Portal CARAS. Em Viver a Vida como o encantador Garcia, ou Maradona como o apelidaram Dora e Rafaela, personagens de Giovanna Antonelle e Klara Castanho, ele tem ganhado cada vez mais destaque na trama de Manoel Carlos. "Não tinha a expectativa de que o personagem pudesse crescer tanto. É a primeira vez que faço um papel maior na TV, festeja o ator de 58 anos, que assim como seu personagem é argentino naturalizado brasileiro e vive em Búzios. "Muitas pessoas vêm a Búzios procurando os personagens da novela, mas quando chegam aqui só encontram o Garcia", diverte-se Mário, que é bem conhecido na antiga vila de pescadores na década de 1960, e não só pela carreira de ator. O que pouca gente sabe é que Mário José Paz é criador do único cinema de Búzios, o Cine Bardot, que recebe o Festival de Cinema da cidade, também organizado por ele há mais de 15 anos. Morador de Búzios há 30 anos, o ator, formado pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras), também é dono da pousada Vila do Mar. E agora, seguindo os passos do personagem, se tornou proprietário de restaurante, o recém-inaugurado Sinatra Fusion Food. "Minha vida, assim como a de muitos argentinos, é em Búzios e muito parecida com a do Garcia", contou ele. Confira abaixo a conversa de Mário José Paz com o Portal CARAS: - Como surgiu a oportunidade fazer 'Viver a Vida'? - Sou formado como ator pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras), onde conheci minha esposa, a Ana, com quem construí uma família e tive meus quatro filhos, Roberta, Miguel, Francisco e Manoela. Mas nunca vivi da carreira de ator. Na verdade, ela sempre acompanhou a minha vida de empresário. Vez ou outra, faço algumas pequenas participações, como no filme Se eu fosse você", onde fiz o psiquiatra do Tony Ramos e da Glória Pires, e na novela Caminho das Índias. - Então o Garcia é o seu primeiro papel de destaque na TV? - Depois da participação em Caminho das Índias, me chamaram para um papel pequeno em Viver a Vida. O convite era para eu fazer duas ou três cenas, mas o personagem foi crescendo e se tornando enorme. Minha maior relação com a dramaturgia era com os milhares de filmes que venho assistindo ao longo da vida. Sou um cinéfilo desesperado. E sempre costumo dizer que, apesar de ter estudado teatro durante 8 anos, os filmes que assisti formaram a minha melhor escola. Não só em relação à arte, mas também em relação à vida. Foi deles que tirei essa naturalidade que deposito no Garcia. - Você esperava que o personagem pudesse crescer? - Não tinha a expectativa de que o personagem pudesse crescer tanto. É a primeira vez que faço um papel maior na TV. Estou muito feliz com tudo o que está acontecendo. Estou gostando de me relacionar com esses excelentes profissionais e de descobrir esse universo que eu não conhecia. Tem sido muito agradável. - E como tem sido o assédio do público? - Muitas pessoas vêm a Búzios procurando os personagens da novela, mas quando chegam aqui só encontram o Garcia. O Maradona é um personagem muito forte. Tem sido difícil andar por Búzios como eu andava antes. Minha vida, assim como a de muitos argentinos, é em Búzios e muito parecida com a do Garcia. Existem muitos Garcias e muitas Doritas em Búzios. São homens solitários, melancólicos, sem família. São, em sua maioria, argentinos paqueradores e gentis, que assim como o personagem, se envolvem com jovens mães solteiras ou que precisam sobreviver. Confesso que eu mesmo fui um Garcia durante muitos anos. - Hoje, 25 mil argentinos moram em Búzios. Como você chegou na cidade? - Em 1978, quando eu tinha 28 anos, vim para Búzios visitar um amigo. Minha ideia era passar uns dez dias, mas me apaixonei pelo pôr-do-sol daqui e acabei ficando para o resto da vida. Montei a pousada e, em 1994, fundei o cinema. Como um bom cinéfilo, para mim cinema é qualidade de vida. E as coisas foram acontecendo assim, sem muito planejamento. - Como tem conciliado a vida de ator e empresário? - Viajando muito. Agora a estrada faz parte da minha vida. Fico 4 ou 5 dias em Búzios e 2 no Rio. Mas tenho uma equipe que me ajuda muito. - O que você espera para o Garcia a partir de agora? - Mário não sabe absolutamente nada sobre Maradona. Ele sabe que o filho da Dora não é dele. Mentiu para ela ao lembrar de uma noite de amor que não existiu. Mas é uma mentira para a sobrevivência dele, que se apegou tanto às duas. É uma mentira perdoável. O resultado final é com o Maneol Carlos. Assim como na minha vida, não crio expectativa em relação ao futuro. Vou vivendo dia após dia.