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60 ANOS DE CANNES: GALA NO CINEMA

ANIVERSÁRIO DO FESTIVAL INTERNACIONAL INCREMENTA SUA RECEITA DE GLAMOUR

Redação Publicado em 23/05/2007, às 13h57

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As atrizes Gong Li, Andie MacDowell, de Giorgio Armani, e Michelle Yeoh desfilam no tapete vermelho na abertura do festival francês
As atrizes Gong Li, Andie MacDowell, de Giorgio Armani, e Michelle Yeoh desfilam no tapete vermelho na abertura do festival francês
por Analu Ribeiro Praia, cinema e celebridades tem sido desde sempre a fórmula imbatível do glamour do Festival Internacional de Cinema de Cannes, na França. Neste ano, para adicionar ainda mais charme ao fabuloso evento que reúne notáveis do primeiro time na linda cidade à beira do Mar Mediterrâneo, por onde transitam os maiores e mais valiosos iates do mundo - alguns inclusive hospedam os convidados- enquanto em terra firme acontece um ininterrupto desfile de moda, teve mais: o aniversário de 60 anos do evento, rock ao vivo da banda irlandesa U2 e a adesão definitiva do festival à ecologia. Cannes entrou na onda verde. Coincidência ou não, algumas atrizes desfilaram a cor no tapete vermelho. Porém, o verde pegou melhor no discurso do que no figurino. Foi o caso da atriz Daryl Hannah (46), que correu riscos escolhendo longo verde Giorgio Armani para a sessão de gala do filme No Country for Old Men, dos irmãos Joel (52) e Ethan Coen (49). A estrela de Splash, uma Sereia em Minha Vida (de 1984) e de Blade Runner (de 1982) chamou atenção por estar meio fora de forma. Quem não deixou a desejar foi Sharon Stone (49), chique e decotada em um longo preto e branco também de Giorgio Armani. De cabelos curtinhos e muito bom humor, ela alegrou o tapete vermelho a caminho da sessão de gala de Chacun son Cinema, onde 35 diretores produziram três minutos cada um neste filme sobre o futuro do cinema, realizado em homenagem aos 60 anos do festival. Entre os participantes do trabalho coletivo estão o polonês Roman Polanski (73), o espanhol Pedro Almodóvar (57) e o alemão Wim Wenders (61). Colaborou ainda o brasileiro Walter Salles Jr. (51), herdeiro do Unibanco. Vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 2007 por A Rainha, a britânica Helen Mirren (61) também prestigiou a apresentação. Porta-voz do movimento de conscientização contra o aquecimento global do planeta, Leonardo DiCaprio (32) aproveitou a atenção que sua chegada à Cannes atraiu para fazer seu discurso de "cidadão preocupado": "Não sou especialista no assunto, apenas tento viver minha vida sem violentar o meio-ambiente. Uso energia solar em minha casa e dirijo um carro flex", disse ele. "As perspectivas do que pode acontecer conosco são muito assustadoras. Os Estados Unidos, como a maior potência mundial e o maior poluidor do mundo, têm de tomar a dianteira e dar o exemplo." Se depender de sua atuação, DiCaprio vai salvar sua parcela do planeta. Ele estava em Cannes para lançar The 11th Hour, documentário que dirigiu e em que atua como narrador, que alerta sobre uma possível extinção dos seres humanos em decorrência da crise ambiental. O casal-sensação Angelina Jolie (31) e Brad Pitt (43) foi ao festival para o lançamento de A Mighty Heart - realizado pela produtora dele, Plano B -, em que ela atua como a viúva de Daniel Pearl, o jornalista americano do Wall Street Journal que foi aprisionado e decapitado por terroristas no Paquistão em 2002. A mulher, Marianne, estava grávida de Adam (5) quando ele morreu. O filme é baseado no livro que escreveu para contar ao filho quem era o pai que ele não conheceu. Angelina e Brad, que passam temporada com os quatro filhos em Praga, capital da República Tcheca, onde ela filma Wanted, levaram os herdeiros para Cannes. Para acomodar o clã "Brangelina", formado pelo cambojano Maddox (5), o vietnamita Pax Thien (3), a etíope Zahara (2) e a pequena Shiloh - única filha biológica do casal e que completa seu 1º aniversário em 27 de maio -, os astros reservaram quatro quartos no sensacional cinco estrelas Hotel Du Cap. A conta? Cerca de 9 000 euros a noite (27 000 reais). Enquanto as mulheres presentes ao festival capricharam muito no figurino, vestindo longos elegantíssimos e jóias maravilhosas - muitas delas da grife suíça Chopard, presente todos os anos em Cannes, adornando as estrelas e também fabricando a Palma de Ouro, prêmio máximo do festival -, os homens relaxaram na indumentária. Ou melhor, cada um interpretou o traje apropriado para o evento de sua própria maneira. Alguns - a maioria, diga-se - estavam de smoking, a roupa óbvia para uma gala. Outros, como Walter Salles Jr., Leonardo DiCaprio e o espanhol Javier Bardem (38), que fez o papel de um assassino que tenta reaver uma mala com dois milhões de dólares encontrada por acaso no deserto em No Country for Old Men, vestiram terno e gravata. Outros, nem isso. O excêntrico Wim Wenders, com seu cabelão e óculos, abusou da liberdade poética e vestiu um sobretudo. "Sinto falta de convites para trabalhar no cinema latino-americano", reclamou Bardem durante entrevista. "Recebo pouquíssimos." O estilista italiano Valentino Garavani (75) cruzou impecável o tapete vermelho, com um smoking perfeitamente cortado, acompanhado da bela Liz Hurley (41), que vestia longo vermelho desenhado por ele. O controverso documentarista americano Michael Moore (53) fez barulho mais uma vez. Seu trabalho sobre as falhas do sistema de saúde americano, Sicko, apresentado fora da competição, foi muito aplaudido, durante e após a exibição. O diretor, militante anti-Bush, não mede conseqüências para fazer oposição ao presidente americano. Ele diz estar consciente de que corre o risco de ser preso, pois a administração Bush o "denunciou judicialmente" por ter filmado parte do documentário em Cuba. A acusação é de que o diretor teria violado o embargo americano, em vigor há 45 anos, ao entrar na ilha. "Sou americano, vivo nos Estados Unidos, este é um país livre, devemos ter o direito de viajar livremente, de fazer o que queremos, sem ter de tomar certas precauções", defendeu ele, vencedor da Palma de Ouro em 2004 por Fahrenheit 11 de Setembro. A participação do U2, a banda irlandesa liderada pelo atuante Bono Vox (47) - ele já se reuniu com presidentes e viajou pelo mundo defendendo os direitos humanos e a justiça social -, aconteceu nas escadarias do Palais du Festival, como parte do lançamento de "U23D" (U2 em Terceira Dimensão), a que se assiste com óculos especiais. O filme, apresentado como o primeiro concerto filmado experiência mais próxima possível de um show ao vivo. Diante de milhares de convidados e fãs, a banda tocou duas músicas de seu repertório, Vertigo e Where the Streets Have No Name, mas antes Bono saudou o festival, dizendo "Feliz Aniversário, Cannes", em francês. O festival foi fundado em 1939, mas sua primeira edição, adiada com o início da Segunda Guerra Mundial, só aconteceria em 1946. Quase todos os filmes inscritos no primeiro evento internacional pós-guerra foram premiados na ocasião, fato que nunca mais se repetiria. A concorrência aumentou demais e hoje mais de 1 500 filmes vindos de 100 países competem por um lugar na seleção oficial de Cannes, que tem em torno de 20 filmes. No 60º aniversário do festival, eram 22 os concorrentes à Palma de Ouro, entre eles My Blueberry Nights, que abriu o festival, primeiro filme em inglês do diretor chinês Wong Kar Wai, com Jude Law (33) e a cantora Norah Jones (28). FOTOS: REUTERS