CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Etimologia

Redação Publicado em 19/07/2011, às 10h25 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
-
-

Amarelinha: do francês antigo marelle, escrito também marrelle e mérelle, todas com o significado de pedra, mas que veio a designar a brincadeira infantil, da qual há registros já na Antiguidade clássica, em que se pula num pé só no interior de quadrados riscados no chão, menos naquele onde caiu a pedra do jogo. A designação nada tem a ver com a cor amarela. Como as crianças parecem mancas ao saltarem sobre os quadrados, em Portugal o nome do jogo é pé-coxinho.

Barista: do italiano barista, de bar, do inglês bar, barra, balcão diante do qual as pessoas consomem bebidas e petiscos. Barista consolidou-se como equivalente italiano ao inglês bartender desde que o café expresso, surgido na Itália, ganhou o Brasil há poucas décadas. Por isso as diversas modalidades de café servido nesses locais têm nomes italianos. Caffè espresso já foi aportuguesado para café expresso, mas permanecem outras denominações, como capuccino (café curto, com leite e chocolate), mocaccino (com calda de chocolate), machiatto (leite vaporizado com café expresso), caffè freddo (café gelado) e caffè correto (café com um pouco de grapa, aguardente italiana), entre outros. Já o irish coffee é denominação inglesa para café com uísque. No Brasil, têm grande aceitação o café carioca (café expresso com mais água) e o pingado (café com leite). No livro Em Frente!, de Howard Schultz (58) com Joanne Gordon (42), é contada uma história sobre a paixão de Schultz pelo café, reiterada ao presenciar a delicadeza, a atenção e o cuidado com que um barista italiano o atende: “Certa manhã, em Milão, eu estava caminhando do meu hotel a uma feira comercial quando deparei com um pequeno café. ‘Buon giorno!’, um senhor me cumprimentou, como se eu fosse um antigo cliente”. E acrescenta: “Todas as pessoas naquele minúsculo café pareciam se conhecer e senti que estava testemunhando um ritual diário”. O livro, no qual os baristas são personagens reverenciados, vai muito além de uma narrativa sobre a arte de fazer um bom café, constituindo-se em apologia de sempre se fazer bem o que se faz. Ou, como diziam os antigos romanos, “Age quod agis” (faça bem o que você faz). Carioca: do tupi kari’oka, pela composição kara, de kara ‘iwa, caraíba, homem branco, e oka, casa, casa de branco. A moradia do português, de pedra e cal, foi uma novidade para os índios. As primeiras construções que deram tal qualificação ao habitante do Rio de Janeiro foram erguidas na Praia do Flamengo, em 1503, ao lado de um rio que nascia na Tijuca, mas que recebeu também o nome de Carioca. O Largo da Carioca tem este nome porque as águas do rio chegavam ali, no chafariz. Carioca passou a denominar o habitante do município do Rio, e fluminense o do Estado. Carioca designa também um tipo de café expresso.

Espaguete: do italiano spaghetti, barbantinhos, plural de spaghetto, diminutivo de spago, barbante, cordel, pela semelhança que a pasta toma ao ser beneficiada e pronta para ser jogada na panela. O plural designa também um tipo de filme, o faroeste spaghetti, western spaghetti, cujo representante máximo foi o genial cineasta italiano Sérgio Leone (1929-1989).

Ramadã: do árabe ramadán, ardente, designando o nono mês do calendário muçulmano, que coincide com a época mais quente do ano. Nesse período, o fiel, do nascer do dia ao anoitecer, deve observar o jejum, um dos cinco pilares do Islã. Os outros são aceitar o credo (“Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta”), rezar cinco vezes por dia (em árabe, depois de fazer a higiene), pagar as dádivas rituais (2,5% de seus rendimentos) e fazer a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida. Como o calendário muçulmano é lunar, o ramadã não cai sempre na mesma data.

Trela: do latim vulgar tragella, variação do clássico tragula, correia de couro com a qual se prendem os animais, especialmente o cão de caça. Dar trela é liberar um pouco mais a correia, permitindo mais espaço para o cão. A expressão veio a designar o ato de permitir que a pessoa fale mais do que deve. Mas, como se faz com o cão, ela pode ser “puxada de volta” a qualquer momento. Andar para espairecer também é dar trela.