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Etimologia

por Deonísio da Silva* Publicado em 30/08/2010, às 19h15 - Atualizado às 19h15

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Etimologia
Etimologia
Adeus: da preposição a mais deus, do latim deus, deus, ser supremo, que para os antigos romanos não era apenas um, como impôs o cristianismo, religião monoteísta tornada oficial no império, no século IV. Eram muitos. A palavra resume o que desejamos a quem parte, que Deus o proteja, que vá com Deus, grafado com letra minúscula porque integra palavra composta. Mas tomou também o sentido de abandono, como em adeus às armas, adeus aos livros, adeus aos irmãos e adeus à família. Não raro aparece sem preposição alguma, como em adeus emprego, adeus juventude. Canjiquinha: de canjica, de origem controversa. Pode ter vindo do português canja, que por sua vez procede do malaio kanji, arroz com água; do ameríndio acanijic; ou ainda do quimbundo kandjika ou do quincongo kanjika, papa de milho grosso cozido. A canjica é doce típico da culinária brasileira. É consumida o ano inteiro, mas a demanda é maior nas festas juninas. O dicionário Aurélio a define assim: "Papa de consistência cremosa feita com milho verde ralado, a que se acrescenta açúcar, leite de vaca ou de coco, e polvilha com canela". Já a canjiquinha mineira, também feita de milho, porém quebradinho, é salgada e seus ingredientes incluem sal, cebola, alho e pimenta. O jornalista e escritor mineiro Jeferson Ribeiro de Andrade (62), um dos intelectuais que mais lutaram contra a censura na ditadura militar pós-64, em Nunca Seremos Felizes, aberto com a frase "o futuro é um amanhã que nunca chega", diz do acepipe: "A canjiquinha com costelinha é um dos pratos mais típicos das nossas Minas Gerais inteira. É apropriada para uma ocasião como esta, já que nem precisamos ter um acompanhamento, como o arroz. Faço com duzentos gramas de canjiquinha e um quilo de costelinha. Uso uma colher de gordura, uma de alho, uma de urucum". Guarda-civil: de guardar, do latim medieval guardare, radicado nas formas germânicas warda, buscar com a vista, e wardon, prestar atenção; e de civil, do latim civilis, aquele que vive na cidade, civitas, que tem direitos e deveres de cidadão. O guarda-civil é força auxiliar para manter a segurança das cidades. Com outros nomes, a função designava ainda na Grécia antiga aqueles que protegiam os cidadãos, que não eram todos os habitantes da cidade, vez que as mulheres, os estrangeiros e os escravos não gozavam de cidadania, situação semelhante à de Roma. No dia 3 de setembro, são homenageados o guarda-civil, o biólogo e as organizações populares. Iídiche: do alemão jüdisch deustch, judeu alemão, designando língua falada principalmente por judeus, desenvolvida no século IX, na Polônia, a partir de um dialeto alemão de forte influência hebraica e eslava. Era muito usada por judeus que habitavam a Europa Central e Oriental e, com a grande diáspora que os dispersou pelo mundo, tornou-se a língua franca dessa etnia. O iídiche enriqueceu consideravelmente a língua inglesa. O escritor judeu-polonês Isaac Basev Singer (1902-1991) escreveu seus livros em iídiche, ambientando suas histórias curtas num mundo que desapareceu: as pequenas comunidades judaicas das aldeias polonesas que se expressavam em iídiche. Joalheria: dito também joalharia, vem do francês joaillerie, cujo registro mais antigo é de 1434, na França, designando arte, conjunto de jóias ou estabelecimento onde o joalheiro fazia e vendia as peças. A palavra esteve bastante na mídia nos últimos meses por força de assaltos a joalherias na cidade de São Paulo. Torturar: de tortura, do latim tortura, ação de torquere, torcer, escrito também torcere, com fins de suplício. As primeiras torturas consistiam em torcer os membros dos condenados. Uma caixa de tortura denominada iron maiden, donzela de ferro, serviu de inspiração para o nome da banda de heavay metal (metal pesado) Iron Maiden. Na Idade Média, porém, iron maiden designava um instrumento de tortura para criminosos, traidores e hereges. Era uma caixa de ferro (iron, em inglês) com formato semelhante ao corpo de uma donzela (maiden, em inglês). Havia duas portas à frente, pelas quais a vítima entrava à força para receber um "abraço" de 21 pregos de pontas afiadíssimas. Na hora em que as portas eram fechadas, os pregos entravam no corpo da vítima. Na língua inglesa, a expressão iron maiden designa também a mulher excessivamente severa e exigente.