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Falar mal e excluir o ex da vida dos filhos traz problemas afetivos sérios

por Karine Rizzardi* Publicado em 30/08/2010, às 17h46 - Atualizado às 17h47

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Falar mal e excluir o ex da vida dos filhos traz problemas afetivos sérios
Falar mal e excluir o ex da vida dos filhos traz problemas afetivos sérios
Todo processo de separação conjugal é doloroso. A situação fica pior ainda quando o pai ou a mãe põe os filhos contra o outro a ponto de nutrir ódio por ele. Os psicólogos chamam esse jogo emocional devastador de síndrome da alienação parental, expressão criada em 1985 pelo psicanalista americano Richard Gardner. Em geral ela é praticada por quem tem a guarda do filho. A pessoa lança mão de artifícios baixos, como dificultar o contato da criança com o ex-parceiro, falar mal e contar mentiras com o objetivo de romper laços afetivos com o parente, podendo desencadear crises de angústia, ansiedade e depressão. Motivada por raiva e sentimento de vingança em relação ao antigo parceiro, o manipulador usa os filhos como arma. Além de interferir nas visitas, faz de tudo para excluir o parente da vida da criança e se coloca como vítima do ex- cônjugue, explorando com riqueza de detalhes seus sentimentos negativos e as más experiências vividas pelo então casal. Todo indivíduo que tenta dividir uma família tem dificuldade para reconhecer que os filhos devem ser respeitados como pessoas e que têm o direito de amar e serem amados tanto pelo pai como pela mãe, independente da separação. Muitos homens e mulheres aflitos procuram os consultórios em busca de ajuda para tentar reverter a situação. Felizmente, agora há mais uma forma de evitar essa prática criminosa. Foi aprovado em 7 de julho último o Projeto de Lei 4053/08, que revisa a guarda do pai ou da mãe que cometem esse abuso psicológico contra o filho. De fato, as consequências psicológicas na criança ou no adolescente são devastadoras. Eles agem com sentimento constante de raiva e ódio contra o genitor, recusando-se a dar-lhe atenção, visitá-lo ou comunicar-se com ele. Os filhos sentem-se obrigados a pensar do mesmo modo que o parente manipulador, do contrário correm o risco de ser punidos, até com ameaças de abandono. Como são dependentes emocionalmente daquele que os controla, retraem-se e demonstram medo de desagradar ou de se opor a quem devem obediência e, assim, o problema se mantém. Como se vê, existem ex-parceiros que não têm maturidade para separar uma "briga de casal" de uma "briga familiar". Por isso, é necessário Acompanhamento psicológico familiar urgente para superar o problema. Se isso não for tratado a tempo, os próprios filhos tenderão a ser mais imaturos na área afetiva. Poderão ainda ter problemas com drogas, desenvolver o transtorno de ansiedade e o de pânico e até tentar o suicídio. A principal conseqüência desse desajuste, porém, é que os filhos tendem a repetir no futuro o que aprenderam com pais disfuncionais. Quem sofre com a síndrome da alienação parental deve procurar ajuda psicológica e jurídica. Já aqueles que provocam tal situação devem se lembrar de que é imoral acabar com a imagem do ex-parceiro. Afinal, tudo na vida é passageiro. Se hoje o filho ou os filhos estão a seu favor, não significa que continuarão no futuro. Em uma separação, os parceiros devem ter atitudes nobres para diminuir a dor mútua. Só é capaz de ter conduta digna quem tem a mente lúcida e amadurecida, pois, como diz Heródoto, "a força não tem lugar onde se precisa de talentos!"