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Etimologia

por <b>Deonísio da Silva</b>* Publicado em 04/01/2010, às 14h07 - Atualizado em 05/01/2010, às 20h53

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Etimologia
Climático: de clima, do grego klima, inclinação - no caso, inclinação da Terra em relação ao Sol. Tornou-se clima no latim, clima, região identificada por suas condições atmosféricas e pelas influências sobre a vida no planeta. Clima veio a designar no português conjunto de favorecimentos a que algo ocorra, da vida ao amor, como na expressão "pintou um clima", identificando situação em que há atração entre duas pessoas. Em dezembro último, no frio de Copenhague, capital da Dinamarca, realizou-se a mais recente Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 15). O resultado foi um fracasso porque nações poderosas, como os Estados Unidos, China e Índia, não foram convencidas do perigo que representa a emissão de gases industriais para o aquecimento global, que, se subir mais 1,5, poderá levar ao desaparecimento de nações como as Ilhas Maldivas, segundo alertou seu presidente, Mohamed Nasheed. Talvez a conferência devesse ter sido realizada no deserto do Saara, mas durante o dia, quando o calor pode beirar os 50 graus. Daí talvez fosse mais fácil convencer os recalcitrantes de que o mundo vem esquentando. Distribuidor: de distribuir, do latim distribuere, repartir, benefícios, impostos ou tributos, entre divisões do povo romano, conhecidas como tribus, tribo. Distribuidor tem vários significados, como peça de motores; funcionário de fórum ou de cartório, que distribui os processos; e dono de empresa que distribui livros, revistas e jornais, como foi o caso do editor Alfredo Machado. Ele trabalhou como jornaleiro, depois se tornou um dos editores do Suplemento Juvenil, no Rio de Janeiro. Seu patrão era Adolfo Aizen (1907-1991), pioneiro na edição de gibis, com quem trabalhou dos 12 aos 17 anos. Pediu aumento e lhe foi negado. Procurou a Editora Globo, onde passou a ganhar três vezes mais. Aizen ficou tão chateado com sua saída que voltaram a se falar apenas nove anos depois, quando ambos viajavam para a Europa, o ex-patrão e o ex-empregado, agora também patrão, pois era dono da Distribuidora Record de Serviços de Imprensa, que foi o embrião da maior editora de livros da América Latina, a Record. Jornaleiro: de jornal, do francês journal, o que se faz num dia, depois consolidando-se para designar publicação diária de notícias, mais o sufixo "eiro", usual no português para designar ofícios, como padeiro e ferreiro. Os jornaleiros foram os primeiros meninos de rua do Brasil. Vendiam os jornais nelas e, aos gritos, anunciavam as manchetes, na esperança de convencerem os transeuntes a comprar a edição. Para pegar os jornais diretamente das distribuidoras ou nas sedes das empresas que os editavam, andavam pelas ruas e muitas vezes dormiam nas calçadas, esperando os jornais saírem. Dona Darcy Vargas (1895-1968), mulher de Getúlio Vargas (1883-1954), fundou a Casa do Pequeno Jornaleiro, que ainda existe no Rio. Os menores foram tirados das ruas, ganhando um lugar para dormir. Ali recebiam também alimento e estudo. Mico: do caribe miko, dito também meko, levado ao espanhol mico e daí ao português mico, designando o macaco em geral e em particular o sagui. Está presente na expressão "pagar o mico", que significa meter-se em situação embaraçosa. A origem é um jogo infantil em que todas as cartas são identificadas com figuras de animais que formam par, com macho e fêmea. Mas a carta com a figura do mico não faz par com nenhuma outra. O jogo termina quando todos os pares são formados. Quem fica com a carta do mico é o perdedor, e paga por isso. Têxtil: do latim textilis, pelo francês textile e pelo inglês textile, tecido, entreleçado. A pronúncia brasileira foi influenciada pelo inglês. Este adjetivo aparece com frequência qualificando uma indústria de grande atuação em cordas, roupas e embalagens, trabalhando com plantas como algodão, linho e juta. Calcula-se que, em fins do século XIX, grande parte do investimento industrial ia para o setor têxtil, que alocava parte dos recursos na fabricação de sacas de juta para o transporte do café em grãos. A juta não tem o glamour do algodão, do linho e da seda, presentes na roupa de celebradas beldades nacionais e internacionais, atuando mais nos bastidores, servindo de transporte ao que elas comem e bebem.