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As mulheres-fetiche de Pedro Almodóvar

<i>por Gabriel Perline</i><br><br> Publicado em 23/03/2009, às 21h07 - Atualizado em 24/03/2009, às 10h31

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Penélope Cruz, Pedro Almodóvar e Blanca Portillo - REUTERS
Penélope Cruz, Pedro Almodóvar e Blanca Portillo - REUTERS
O cineasta espanhol é, sem dúvidas, um dos maiores nomes do circuito alternativo mundial. Responsável por produzir grandes obras para as telonas, o roteirista é considerado o grande rei de Midas em seu país. Participar de uma produção de Almodóvar é marcar um antes e um depois em sua vida profissional e pessoal, assim como aconteceu com algumas de suas grandes musas. Ao contrário de importantes nomes do cinema mundial, Almodóvar iniciou sua carreira sem ter como investir em seus estudos. Saiu da pequena Calzada de Calatrava, localizada na província da Cidade Real, e mudou-se para Madri aos 16 anos de idade em busca de oportunidades no mercado cinematográfico. Desde sua mudança para a capital espanhola, o cineasta sempre viveu rodeado de lindas e importantes mulheres, embora tenha assumido sua homossexualidade ainda jovem. O universo feminino sempre o instigou e há quem diga que ele é um dos poucos homens que entendem e conhecem uma mulher como a palma de sua mão, explorando cada detalhe dos aspectos físicos e psicológicos do 'sexo frágil' em suas produções. Donas-de-casa, relações conjugais turbulentas, moças supermodernas, músicas, fotos, cores, janelas, movimentos de câmara extravagantes, a paisagem urbana (Madri), ambientes kitsch, amizade entre mulheres, homossexualidade, transexualidade e depravação eram os temas por onde transitavam suas grandes musas. Ele, que lançou sua nova produção, Los Abrazos Rotos (ainda sem tradução para o português), na última quarta-feira (18), em Madri, pode se considerar responsável pelo sucesso e reconhecimento internacional de muitas atrizes do cinema espanhol. Ciente de sua contribuição no estrelato de algumas mulheres, Almodóvar contempla, como um pai orgulhoso, a trajetória de suas pupilas, assim como ocorreu com sua maior atriz-fetiche, Penélope Cruz, eleita melhor atriz coadjuvante na premiação do Oscar por sua atuação em Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen. Além de Penélope, o espanhol foi responsável por apresentar ao mundo grandes e importantes nomes do cinema estrangeiro. Carmen Maura, Blanca Portillo, Victoria Abril e Rossy de Palma também atingiram grandes patamares no circuito europeu, graças às personagens que viveram em produções de Almodóvar. Penélope Cruz O primeiro contato da atriz com Almodóvar ocorreu na película Carne trêmula, em 1997. Após sua participação, o cineasta acreditou e investiu no talento de Cruz, com quem trabalhou em Tudo sobre minha mãe (1999), Volver (2006) e no mais recente Loz Abrazos Rotos. Atuar nos roteiros do espanhol, rendeu a Penélope importantes oportunidades no cinema norte-americano. Sucessos de bilheteria, como Don Juan, Profissão de Risco, Vanilla Sky, Sahara e Vicky Cristina Barcelona contaram com sua participação, sendo que o último lhe rendeu uma estatueta na última edição do Oscar além do título de queridinha do espanhol. Carmen Maura Sua estreia no cinema ocorreu em 1969, aos 24 anos de idade. Mas foi somente em 1980 que a atriz teve seu primeiro contato com o espanhol, no filme Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón (sem título em português). Desde então, Carmen manteve uma relação profissional de idas e vindas e recebeu, por excelência, o título de 'primeira mulher' de Almodóvar, com quem mantém uma relação de amizade desde que o conheceu. Atuou em Maus hábitos (1983), Que fiz para merecer isto? (1984), Matador (1986), A lei do desejo (1987) e Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988). Um pequeno desentendimento entre a dupla, cujo motivo nunca foi revelado, fez com que ficassem 18 anos sem trabalhar juntos. O reencontro ocorreu em Volver (2006), onde Carmen mostrou seu lado profissional mais maduro, depois de atuar em produções francesas, inglesas e argentinas. Rossy de Palma Além de seu talento profissional, ela ganhou a preferência de Almodóvar por suas características físicas. Sua feição forte, rosto largo e nariz adunco, lhe garantem uma fisionomia cubista, vulgarmente chamado na Espanha de perfil 'picassiano', por lembrar as personagens das obras do pintor Pablo Picasso. Contudo, ela se considera feliz com sua aparência e confessou que nunca pensou em se submeter às cirurgias plásticas por gostar de si e se aceitar como é. Seu biotipo marcante a tornou presença constante em desfiles de Jean-Paul Gaultier e Thierry Mugler. No cinema, Rossy estreou nas produções de Almodóvar em A Lei do Desejo (1987), e ganhou destaque em Mulheres à beira e um ataque de nervos (1988), Ata-me! (1990) e Kika (1993). Embora estejam há 16 anos sem trabalhar juntos, eles mantêm uma forte amizade até hoje. Victoria Abril A paixão pela profissão de atriz a fez descobrir que seu talento artístico ultrapassava as telonas. Após se dedicar durante anos ao cinema, ela passou a investir na carreira de cantora e chegou a se apresentar no Brasil em 2007. Com Almodóvar, Victoria atuou em três de seus principais clássicos, como A lei do desejo (1986), Ata-me! (1990) e Kika (1993). Blanca Portillo A atriz iniciou sua carreira artística no teatro, em 1994. Seu contato com o cinema ocorreu três anos mais tarde, onde descobriu que, além de atuar, também tinha uma vocação para dirigir películas. Ela trabalhou como diretora em quatro produções espanholas e seu primeiro contato com Almodóvar ocorreu em Volver (2006). Sua expressividade marcante na pele de Augustina, prima da personagem de Penélope Cruz, lhe garantiu o carisma do cineasta, que fez questão de convidá-la para integrar o elenco de sua nova produção, Loz abrazos rotos. Leonor Watling Ela pode ser considerada a musa silenciosa de Almodóvar por suas atuações discretas e marcantes nas produções do cineasta. Seu primeiro trabalho com o diretor ocorreu em Fale com ela (2002), onde deu vida à uma bailarina que passa 90% o filme em coma e engravida de um enfermeiro enquanto ainda estava inconsciente. Seu reencontro com Almodóvar ocorreu dois anos depois, em Má educação, onde fez uma breve participação. Seus trabalhos com o cineasta lhe rendeu fama internacional e convite para atuar em produções francesas, mexicanas e equatorianas. Em 2004, se lançou como cantora à frente do grupo Marlango, com quem gravou três álbuns. Lola Dueñas Seu olhar angelical lhe rendeu bons frutos nas telonas. Seu encontro com Almodóvar ocorreu em Fale com ela (2002), ao interpretar a enfermeira Matilde. Sua marcante participação garantiu o convite para trabalhar em Mar adentro, uma produção de Alejandro Amenábar, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2005. O reencontro com o cineasta espanhol ocorreu em 2006, ao interpretar Sole, irmã da personagem de Penélope Cruz, onde se consagrou como uma das queridinhas do diretor, que a convidou para participar de seu mais recente trabalho, Los abrazos rotos, na pele de uma leitora de lábios. Yohana Cobo A jovem atuou com Almodóvar somente em Volver, mas garantiu seu espaço no hall das queridinhas do cineasta. Com apenas 18 anos de idade na época e que participou do filme, Yohana mostrou bastante maturidade ao dar vida a uma jovem que sofreu tentativa de estupro de seu padrasto. Sua atuação lhe rendeu muitos elogios por parte da equipe técnica da produção e a promessa de Almodóvar de que irá utilizar a moça de 21 anos em seus futuros trabalhos.