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Comemorar o Dia dos Namorados restaura a força inicial da atração

por Nahman Armony* Publicado em 30/05/2011, às 15h47 - Atualizado em 01/06/2011, às 03h37

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Comemorar o Dia dos Namorados restaura a força inicial da atração
Comemorar o Dia dos Namorados restaura a força inicial da atração
A propósito do Dia dos Namorados, que vem aí, um jovem rebelde poderia dizer: "Que história é esta de um dia determinado para ser Dia dos Namorados!? Para mim, todos os dias são dias de minha namorada, pois a amo diariamente, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo. E, quando meu transbordamento de ternura ameaça provocar uma enchente, eu lhe compro um presente, que é o meu coração falando para o dela. Não compro presente no Dia dos Namorados. Seria me render ao mercantilismo desta sociedade que só pensa em lucro e dinheiro e isto mancharia a autenticidade de nosso amor. Não me deixo capturar pelas garras do marketing capitalista". Talvez ele tenha alguma razão. Mas, para muitos, o Dia dos Namorados reaviva a força inicial de atração, imantando corpos e espíritos. Uma renovação que pode até desgastar-se no correr do ano, mas, quem sabe, ganhará novo fôlego no próximo Dia dos Namorados. O jovem iconoclasta talvez não saiba que há uma lenda sustentando o Dia dos Namorados como uma comemoração de amor. Ela tem como pivô um padre chamado Valentim (século III) e que se tornou santo: São Valentim. Na verdade, são duas lendas. Uma fala de um Valentim que, desobedecendo às ordens do imperador romano Cláudio II (214-270), casava os apaixonados - teríamos aí o amor romântico -, a outra refere-se a um Valentim que, preso pelo mesmo imperador por questões religiosas, era constantemente visitado pela filha do carcereiro, e amou-a com um amor cristão. Prevaleceu a do amor romântico. Tais origens levam a crer que as primeiras celebrações do Dia dos Namorados pouco tinham de mercantilistas. Podemos mesmo imaginar que o comércio veio ao encontro do desejo dos namorados de se presentear na data, embora certamente a oferta de presentes tenha se intensificado com o tempo. As celebrações rituais surgiram por uma necessidade psicológica da humanidade. Pensemos nas de aniversário: o aniversariante recebe todas as atenções da família, o que repete em outro nível aquilo que viveu como bebê, quando todos os olhares da família convergiam para ele. Com o passar do tempo, aquela dedicação exclusiva se perde e a criança se iguala a irmãos, primos e amigos. Mas fica a nostalgia e o desejo de repetir aquela sensação de ser a pessoa mais importante do mundo. A comemoração natalícia tem a função de reavivar esses sentimentos primitivos, reafirmando a singularidade e a aceitação incondicional daquela pessoa e contribuindo para a preservação de sua individualidade e autoestima. Com o Dia dos Namorados, dá-se algo semelhante. Revive-se o amor, o encanto, o enlevo, a alegria das primeiras descobertas, reencontrando-se o norte da relação amorosa que poderá ter sofrido desvios no embate diário de personalidades diferentes. Como no início da relação, um só existe para o outro e isso os remete a um passado remoto, quando a mãe só existia para o seu rebento, e a um passado mais recente, quando a relação dos namorados era um encantamento só, nada mais existindo no mundo. Certamente esta renovação influencia os caminhos labirínticos do namoro. Aqui o jovem rebelde poderá me perguntar: "E se o Dia dos Namorados não trouxer nenhuma repercussão para a vida futura do casal?" Eu responderei: pelo menos ele terá tido 24 horas de intenso enlevo, o que já vale a pena.