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Sucesso em Dubai, autor de Alto Astral tem desafio de levar adiante sinopse escrita por outra pessoa

Ex-funcionário da ONU e novelista de sucesso no Oriente Médio, Daniel Ortiz, autor de 'Alto Astral', fala à CARAS Digital sobre os desafios de levar adiante a última sinopse de Andrea Maltarolli, que morreu vítima de um câncer em 2009

CARAS Digital Publicado em 03/11/2014, às 16h00 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Daniel Ortiz, autor de Alto Astral - Foto Rio News
Daniel Ortiz, autor de Alto Astral - Foto Rio News

Formando em relações internacionais e ex-funcionário da ONU, Daniel Ortiz estreia Alto Astral com uma dupla responsabilidade. A novela, que nesta segunda-feira, 3,substitui Geração Brasil, marca seu primeiro trabalho com autor principal de uma produção da emissora, e é também uma história baseada na última sinopse escrita por Andrea Maltarolli, que faleceu em 2009 em decorrência de um câncer.

Colaborador de Silvio de Abreu - que neste trabalho exerce função de supervisor - em Passione e Guerra dos Sexos, Daniel acumula também experiência internacional. Após fazer um curso de roteiro em Los Angeles, nos Estados Unidos, o autor escreveu novelas no Peru e no México, de onde viajou para a Turquia, país em que recebeu o convite para escrever sua primeira novela em língua árabe.

Between Love and Past (algo como Entre o Amor e o Passado), levou Ortiz a Dubai, e foi exibida em 22 países árabes pela rede MBC, maior emissora de entretenimento da região. A trama fez grande sucesso - rendendo, inclusive, convites para novos trabalhos no país -, e elevou expressivamente a audiência da rede.

Agora, Ortiz tem o desafio de levar adiante a trama iniciada por Maltarolli, que além da sinopse chegou a deixar seis capítulos escritos. O material sofreu diversas modificações para se adaptar às idéias do novo autor. "O que eu achei que conseguiria aproveitar, eu aproveitei. Agora não adianta a história ser boa e você não conseguir levar adiante porque não tem seu gosto pessoal. O que deu para aproveitar, mantive, mas tem um momento em  que você não consegue mais se manter fiel ao original, vai desviando. Então eu acho que metade da novela é baseada na sinopse dela e a outra metade não, inclusive nos personagens", contou em entrevista exclusiva à CARAS Digital.

Leia agora os principais trechos:


- O que te deixa mais apreensivo, levar ao ar sua primeira novela como autor titular na Globo ou trabalhar em cima da sinopse da última sinopse da Andrea Maltarolli?

Eu acho que levar adiante a sinopse da Andrea Maltarolli veio de uma maneira tão orgânica... Pode ser uma coincidência, mas  quando eu peguei o que ela tinha escrito, o mentor espiritual do protagonista Caíque (Sérgio Guizé),  que será interpretado pelo Marcelo Médici, se chamava Ortiz, que é o meu sobrenome. Nessa hora eu senti que aquilo já estava vindo para mim de uma maneira do bem, então não teve esse peso.

- Ainda assim, é sua estréia a frente de uma novela da Globo...

Sim, sem dúvida, isso é uma grande responsabilidade, claro, penso muito nisso. Essa não é minha primeira novela, fiz uma novela de sucesso no Oriente Médio. Na verdade, comecei escrevendo para televisões do Peru e do México, aí fiz esta primeira novela em língua árabe e o Sílvio de Abreu me convidou para colaborar em Passione, depois de Guerra dos Sexos e então surgiu o convite para fazer Alto Astral. Agora, fazer novela na Globo, com essa repercussão, é uma responsabilidade e tanto.

- Há uma preocupação em se manter fiel à sinopse deixada pela autora?

Infelizmente, não cheguei a conhecer a Andrea pessoalmente, mas eu respeito muito o trabalho dela e tentei aproveitar ao máximo. Antes de morrer,  ela deixou seis capítulos escritos. Muita coisa do primeiro capítulo eu deixei, algumas cenas inteiras que ela escreveu eu deixei também, até por respeito e para homenageá-la.

- E daí por diante, nos outros capítulos, a história segue como previsto por ela?

O que eu achei que conseguiria aproveitar, eu aproveitei. Agora não adianta a história ser boa e você não conseguir levar adiante porque não tem o seu  gosto pessoal. O que deu para aproveitar, eu mantive, mas tem um momento em  que você não consegue mais se manter fiel ao original, vai desviando. Então eu acho que metade da novela é baseada na sinopse dela e a outra metade não, inclusive nos personagens.

-  Quais, por exemplo?

Um bom exemplo disso é a Samantha, interpretada pela Claudia Raia. Toda essa história da personagem da Claudia Raia ser trambiqueira, por exemplo, não existia. Existia uma personagem que era paranormal e muito boazinha, mas essa é uma vilã engraçada, fiz mudanças.


- Em que medida o Silvio de Abreu opina nos rumos da trama?

O Silvio é um mestre. Desde que eu comecei a escrever a história, mando para ele o que produzi e ele me dá sugestões, corrige capítulos, aponta o que pode não funcionar. Com os capítulos é a mesma coisa: eu mando para o Silvio, ele opina, corrige se tem erros... é uma parceria mesmo. É um supervisor que veste a camisa, não abandona, porque gosta de fazer esse trabalho. A palavra final, claro, em questões mais subjetivas, é sempre do autor, até porque ele quer que o autor iniciante se sinta confiante para seguir seus próprios rumos, mas ele sempre aponta para mim o que não vai funcionar, o que não deve ser feito, porque sabe fazer como poucos.