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Jurema Reis diz que viver índia a fez repensar o tempo: "Era uma pessoa ansiosa"

A atriz interpreta a índia Jurema na novela 'Novo Mundo': "Ela me conecta diretamente com a minha ancestralidade"

Kellen Rodrigues Publicado em 18/07/2017, às 12h54

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Jurema Reis é a índia Jurema em 'Novo Mundo' - Globo/Raquel Cunha
Jurema Reis é a índia Jurema em 'Novo Mundo' - Globo/Raquel Cunha

A experiência de interpretar a índia Jurema em Novo Mundo trouxe grandes mudanças para Jurema Reis. Para mergulhar no papel ela passou alguns dias na aldeia Parkateje, em Marabá (Pará), onde foi batizada com nome indígena, encarou os jogos olímpicos anuais da tribo e fez uma reavaliação sobre os valores da vida.

"Eu 'era' uma pessoa ansiosa. Estou trabalhando essa calma que existe aqui dentro, dando valor a coisas realmente importantes", diz a atriz. "Obviamente essa tranquilidade chega com a maturidade e com tempo. Mas toda a minha passagem pela aldeia, assim como todo o estudo e vivência no universo indígena me fez ver isso com mais clareza", conta.

Aos 29 anos, ela encara sua quinta personagem na Globo e comemora as conquistas com a personagem homônima. "Ela me conecta diretamente com a minha ancestralidade, é um presente".

Veja o bate-papo!

- Como foi sua experiência na aldeia Parkateje? 
Ficamos na aldeia (eu, Giulia Buscaccio, Allan Souza Lima, Rodrigo Simas e Chay Suede) por uns dias. Lá convivemos com os índios, ouvimos suas histórias, participamos de suas atividades... E até fomos batizados com nomes indígenas. Essa foi uma experiência incrível! O que me deixou encantada, não só na aldeia, mas em todos os registros de vídeo que vi, é como eles lidam com o tempo. Não existe urgência. Eles contemplam a vida, o todo ao seu redor. Foi um aprendizado imenso.

- Qual atividade mais "diferente" você participou na aldeia?
Quando chegamos estava acontecendo os Jogos Olímpicos – anualmente os índios da Parkatejê fazem essa competição. Divididos em equipes, eles correm com varas, com toras de madeira super pesadas de 70 kg, atiram com arco e flecha... E nós participamos dessa festa. Eu corri com varinha. Nessa corrida, em torno de um descampado, a equipe fica disposta ao longo de todo o percurso e dá várias voltas. Eu corria muito rápido e passava a varinha para outra índia que corria muito e passava a varinha adiante e assim ia... E novamente voltava para mim! Sempre faço atividade física, então poderia ser fácil (risos), mas olha, vou te falar... Foi difícil! A corrida era de pés descalços e o estímulo da competição era algo que me colocava com sangue nos olhos! E isso tudo foi incrível, mesmo ficando completamente moída nos outros dias.

- Qual seu nome indígena e o significado?
Um dos momentos mais importantes da nossa passagem pela aldeia, sem dúvida, foi quando fomos batizados. Ganhei um nome com um significado lindo, e que tem muito de mim, da minha conexão e ligação com a natureza: ÁURYKWYI, que significa quem gosta de dançar na chuva.

- No que essa experiência mudou sua vida?
Eu "era" uma pessoa ansiosa (risos). Estou trabalhando essa calma que existe aqui dentro, dando valor a coisas realmente importantes. Obviamente essa tranquilidade chega com a maturidade e com tempo. Mas toda a minha passagem pela aldeia, assim como todo o estudo e vivência no universo indígena me fez ver isso com mais clareza. Sou muito grata por Jurema me proporcionar essa grandiosidade.

- E de que forma isso ajudou em seu trabalho na novela?
Foi uma oportunidade maravilhosa poder ficar imersa na cultura indígena. Fizemos muitas leituras, trabalhos corporais e de prosódia com a Ana Kfouri e a Íris Gomes, e esse conjunto de atividades me ajudou a compreender esse mundo do índio. Conhecer a Jurema, dar vida a essa índia, que tem o meu nome, que tem muito de mim. Ela me conecta diretamente com a minha ancestralidade, é um presente!