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Cristiana Oliveira: "Sou o que sou graças aos erros do passado”

Na Ilha de Caras, atriz fala da fase avó e de equilíbrio pessoal e espiritual

CARAS Publicado em 23/04/2015, às 10h00 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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De férias da TV, ela aproveita a tranquilidade de Angra dos Reis para fazer um balanço de sua fase atual - CADU PILOTTO
De férias da TV, ela aproveita a tranquilidade de Angra dos Reis para fazer um balanço de sua fase atual - CADU PILOTTO

Ícone de beleza na TV, Cristiana Oliveira (51) vivenciou estrondosa fama nos anos 1990 como a Juma Marruá da novela Pantanal, brigou com a balança por muitos anos e enfrentou dramas pessoais. Hoje, consegue avaliar com maturidade todos os passos que a fizeram chegar à sua melhor fase, agora espiritualizada. “Levei muita porrada na vida, mas não dramatizo minha trajetória. Sou o que sou graças aos erros do passado”, afirma ela, na Ilha de CARAS, em Angra dos Reis, litoral fluminense. “Me olho hoje, aos 51, e não quero ter 20, nem 30, nem 40, nem 50. Quero ter meus 51 e estar bem para brincar com meu neto”, garante a mãe de Antonia (16) e Rafaela (27) e avó de Miguel (2), herdeiro da primogênita. “Meu prazer é curtir meu neto. Vamos juntos ao clube, à pracinha, jogo bola com ele... É a minha alegria”, conta a avó coruja.

De férias da televisão, Cristiana está dedicada à família e a eternizar sua história em um livro. “É uma biografia em que conto como foi a primeira vez que engordei, falo de rejeição e da minha fase de insegurança. É pessoal, não uma receita”, explica ela, que também vive fase tranquila no amor. “O coração está bem e eu não estou solteira. Mas este é um assunto só meu”, declara.

Que balanço você faz da sua fase atual?
Ano passado foi de aprendizado, de convivência com pessoas e de muito trabalho e viagens. Foi difícil lidar com a ausência da família, já que fiquei três meses morando no Rio Grande do Sul, gravando Animal, do GNT, e depois continuei com a peça Feliz por Nada, adaptação do livro da Martha Medeiros, pelo Brasil. Em dez dias cheguei a me apresentar em sete cidades. Além disso, sigo com minhas palestras sobre autoestima, que já apresento há uma década.

De onde tira tanto pique?
Sou uma pessoa superativa. Faço exercícios todos os dias. Isso me faz estar com tudo circulando. Além disso, sou feliz, tenho Deus ao lado o tempo todo. Ele é maior do que tudo.

Considera-se espiritualizada?
Estou, não era. Passei a ser faz pouco tempo. Minha filha Rafaela foi batizada na igreja evangélica aos 17 anos e eu sempre a ouvia falar. Eu dizia: ‘Se eu tiver de ir, Deus me chama’. E Ele me chamou. Sou evangélica, mas tenho uma visão ecumênica, no sentido do conhecimento e respeito a outras crenças. Sempre acreditei em Deus, mas nunca deixei que ser curiosa com outras religiões.

O que a atraiu na religião?
Não sei. Simplesmente aconteceu! Toda quarta vou ao culto e é o meu momento com a Rafa. Isso me aproximou mais ainda dela, apesar de sempre termos sido muito próximas e com uma ligação muito forte. A gente chama de ‘quarta fofética’ ao invés de ‘quarta profética’. Depois do culto, saímos para jantar e conversamos sobre o que foi falado. Passei o réveillon com minha filha na igreja e foi lindo, com 3000 pessoas orando...  Mas não sou neurótica, jamais seria uma pessoa fanática. Sou uma mulher equilibrada, com maturidade.

Quando volta à TV?
Estou de férias, não estou pensando em nada por enquanto. Televisão é legal para caramba, mas o teatro me sustenta muito. Quero voltar com Feliz por Nada, com Luiza Thiré e Wladimir Winter. Conheço a Luiza há 20 anos e ela é uma das minhas melhores amigas, de coração. E a peça trata disso, de mulheres de 40 anos que se encontram e começam uma amizade. As pessoas saem chorando, e nem é de tristeza, é de identificação.

Como é a sua rotina?
Eu mesma administro minha casa. Tenho uma academia lá e não abro mão de malhar. Faça chuva ou faça sol estou lá, cerca de duas horas por dia. Aos finais de semana, gosto de arrumar a casa, lavo banheiro, cozinha, suo para caramba! Agora que estou de férias não tenho muita rotina, curto meu neto, vou para o clube, pracinha, jogo bola com ele... E estou dedicada ao meu livro.

Fale sobre ele...
É uma biografia. Escrevi alguns capítulos, mas tem uma ghost-writer. Eu falo sobre autoestima, alimentação, o que deu certo para mim, do sacrifício de treinar seu corpo a desejar o exercício físico. Conto como eu me autossabotei por causa do outro, da minha fase de insegurança. Provavelmente, será lançado no segundo semestre do ano.

E como está a sua autoestima aos 51 anos?
Muito boa, mas não é arrogante, é dentro do limite. Sou consciente dos meus defeitos e do que poderia melhorar e, às vezes, não faço. Me acho bonita, às vezes, horrorosa. O que quero é saúde e estar bem de dentro para fora. Há 15 anos eu tinha um corpaço, perfeito, mas era infeliz. Porque eu só comia sashimi de salmão e salada e fazia quatro horas de exercícios. E de que adianta? Não estava bem. Hoje mantenho o mesmo peso desde 2012, 70 kg em 1,79m, e estou envelhecendo naturalmente como qualquer pessoa, mas sem exagero de querer colocar preenchimento na boca, de me esticar. Se eu quiser fazer isso, vou fazer, mas de uma forma sutil. Quero envelhecer com dignidade e saúde.

Qual recado daria para a Cristiana do começo da carreira?
Invista bem seu dinheiro e seu tempo em coisas que te construam. Não perca tempo com determinadas coisas e pessoas. Para eu ser quem sou hoje, precisava que aquela Kriquinha vivesse os momentos dela de dor, sofrimento. Mas não me faço de vítima. Quando sofro, sofro sozinha. Não acho que nada na vida é culpa dos outros, só acontece quando você permite. Posso até chorar, quando estou com dor, mas sou incapaz de ficar deitada em uma cama, sem fazer nada. Sou corajosa e guerreira. A maturidade me trouxe um filtro e hoje entram pouquíssimas pessoas na minha vida, que me amam de verdade. Já fui muito traída, por amigos, e perdoei. Não guardo rancor de ninguém. Se Deus perdoou, por que não eu?