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Ana Hickmann, em família, pronta para recomeço

Após atentado de fã que quase lhe custou a vida, estrela volta à TV: ‘Não vou mudar a rotina’

por Valença Sotero Publicado em 01/06/2016, às 18h33

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Na véspera de voltar ao comando do Hoje em Dia, a apresentadora com o marido, Alexandre, e o filho, Alê Jr., recebe CARAS no lar paulistano - ROGÉRIO PALLATTA
Na véspera de voltar ao comando do Hoje em Dia, a apresentadora com o marido, Alexandre, e o filho, Alê Jr., recebe CARAS no lar paulistano - ROGÉRIO PALLATTA

Nove dias após sofrer uma tentativa de assassinato por um rapaz que se dizia seu fã, Ana Hickmann (35) busca forças na família para voltar à rotina de trabalho e superar o susto que quase lhe tirou a vida. “Tive certeza absoluta que iria morrer. Ele olhou nos meus olhos, não piscava, e disse com muita segurança que me mataria, que dali eu não sairia, que chegara o meu dia”, conta a apresentadora do Hoje em Dia, da Rede Record, sobre o atentado que sofrera de Rodrigo Augusto de Pádua (30), em Belo Horizonte, onde estava — com o casal de cunhados Gustavo Corrêa (39) e Giovana Oliveira (39); ele, seu sócio, ela, sua assessora de imprensa —, de passagem para lançamento de sua grife de roupas. O rapaz, que, armado, invadiu o quarto onde Ana se preparava para o evento, após fazer dois disparos que feriram gravemente Giovana, foi rendido por Gustavo e acabou morto com dois tiros. “Hoje, já consigo contar a história sem chorar. Ele mirou para a minha cabeça e apertou o gatilho. Parece roteiro de um filme de terror. Jamais pensei que isso um dia pudesse acontecer na vida real”, completa Ana, cercada pelo carinho do marido, o empresário Alexandre Corrêa (44), e do filho, Alexandre Jr. (2), em seu apartamento na capital paulista, estrategicamente localizado no mesmo bairro de sua emissora. Um dia antes de voltar ao ar no matinal diário e à toda sua agenda profissional — “Não vou deixar de fazer nada”, faz questão de reforçar — a estrela recebeu CARAS com exclusividade. Serena e segura, ela é firme ao dizer que não mudará sua atitude nas redes sociais nem seu contato com os fãs e faz questão de se declarar eternamente grata ao cabeleireiro Julio Figueiredo (37): “Ele foi fundamental para que tudo terminasse bem. Correu com Giovana baleada para o hospital e se colocou a disposição da polícia após ter presenciado as agressões, além de ter gravado o áudio que virou prova no processo.”

Como foram os últimos dias?
Cheguei em casa sábado de madrugada. Domingo foi um dia muito difícil. Principalmente pela aflição por notícias da saúde da Giovana, que passou por duas cirurgias muito delicadas. Minhas irmãs vieram para a minha casa e ficamos todos juntos, tentando buscar forças um no outro. Depois da transferência da Giovana para São Paulo, na quarta-feira, e de toda a repercussão do caso na imprensa, decidi que não queria mais acompanhar a história pela mídia. Com meu marido e meu filho fui para a minha casa no interior, em Itu, a 75 km de São Paulo. Me fez bem rever as minhas coisas, as pessoas que amo, meus cachorros. É impossível não pensar que eu poderia não estar mais ali. O sábado, quando fez uma semana, foi muito difícil. Perto da hora do ocorrido, lembrei, me emocionei, chorei.

Está tendo alguma ajuda profissional?
Sim! Nunca fiz terapia, mas pedi ajuda a um psicólogo amigo. Não só para mim, mas para toda a família. Está sendo difícil para todos nós. Ele diz que é para eu falar a respeito, por para fora, chorar se tiver vontade... Até essa sensação de medo passar. É uma mistura de insegurança, com alegria de estar viva e felicidade de ter a família junto a mim. O barulho da porta batendo, por exemplo, ainda me assusta bastante.

Chegou a tomar algum medicamento?
Durante três dias tive de tomar remédio para dormir. Quando deito a cabeça no travesseiro é quando as lembranças voltam. Mas, por enquanto, nada de antidepressivos. Às 6 da manhã quando meu filho chama ‘Mamãe’, me dá coragem de levantar, começar o dia e tocar a vida. Nesse momento, tenho a certeza que não quero ficar na cama. Meu melhor remédio está sendo oração e a família. Voltar ao trabalho vai ser muito bom para mim.

Mudou a sua relação do Deus?
Sempre fui de rezar bastante e acredito muito em Deus. Mas nunca agradeci tanto por estar aqui, bem, inteira e, apesar de tudo o que aconteceu, sem nenhum arranhão. Papai do Céu me deu a chance de voltar para casa, ver o meu filho e o meu marido, sentir o cheiro deles. Já posso dizer que Ele gosta muito de mim e me deu provas que acreditar Nele e pedir sua força e proteção faz toda a diferença. Quando tudo passou e a poeira baixou, tive certeza de que tenho uma missão a cumprir por aqui. Tenho muita coisa boa ainda para fazer nessa vida.

Depois de uma semana em casa com a família, amanhã você volta ao trabalho. Já se sente preparada para retomar a rotina e, novamente, estar em exposição?
Depois de cinco dias protegida dentro de casa, me questionei se estava preparada para sair à rua e encontrar gente. E fiz isso. Em Itu, fui pessoalmente comprar algumas coisas. Assim que desci do carro, os primeiros minutos foram difíceis... Comecei a transpirar e fiquei com a boca seca. Mas foi só a primeira pessoa se aproximar com uma palavra de carinho que tudo passou. Se antes se aproximavam pedindo para fazer uma selfie, essa semana, o que mais escutei foi: ‘Posso te dar um abraço?’ Aprendi o que significa na prática a palavra solidariedade. Solidariedade de atenção, de dar força, de pedir para eu voltar logo. Agora, quando choro não é de tristeza, mas sim de alegria e conforto. E isso me deu força para querer voltar logo ao trabalho. Eu não quero parar com a minha agenda, nem com a minha vida.

Pretende mudar sua relação com as redes sociais?
Não! Sempre interagi nas redes sociais como algo positivo e vai continuar sendo assim. Por ali, as pessoas sempre foram muito presentes e carinhosas comigo. Meu trabalho sempre foi movido a esse relacionamento, dentro e fora da TV. E quando não é pela internet, é no corpo a corpo, na rua. Eu não vou evitar as pessoas. Nunca fiz isso e não vai ser agora. Além dos eventos profissionais, vou continuar indo ao supermercado e ao Ceagesp comprar minhas plantas, por exemplo. Quero voltar à minha vida normal, voltar a ser a Ana que sempre fui.

Como está a Giovana?
Ainda não há previsão de alta e estamos sonhando com o dia que ela voltará para casa. Emocionalmente, parece bem. Talvez a melhor de todos nós. Sempre foi muito centrada e está sendo muito forte. Fisicamente, foi quem ficou com a maior conta. Uma bala atravessou o braço e, a outra, entrou pelo abdome, perfurou órgãos vitais, entre eles o intestino, e ainda está alojada no fêmur. Hoje, já sabemos que não há mais risco de vida nem haverá sequelas. Ela ficou bastante machucada, mas vou fazer de tudo para que essas marcas não fiquem no seu corpo.

Planos para o futuro?
Essa é uma página que nunca vai sair da minha história, mas não quero ficar marcada por isso. Eu tive uma segunda chance e quero que esse drama fique pequeno diante de tantas coisas boas que vou realizar daqui para frente. Quero ver meu moleque crescer, minha família aumentar e meu marido feliz.