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A história de superação de Antonia Fontenelle

Em casa, a atriz Antonia Fontenelle de 'Balacobaco' conta que passou fome no Rio após deixar o Piauí, onde foi adotada

Redação Publicado em 09/10/2012, às 11h09 - Atualizado às 23h52

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No dúplex carioca onde vive com o ator e diretor Marcos Paulo, diante da cadeira desenhada por Oscar Niemeyer, Antonia celebra hoje sua trajetória de conquistas e vitórias. - Selmy Yassuda
No dúplex carioca onde vive com o ator e diretor Marcos Paulo, diante da cadeira desenhada por Oscar Niemeyer, Antonia celebra hoje sua trajetória de conquistas e vitórias. - Selmy Yassuda

Vinte e um anos após deixar o Piauí para tentar a vida no Rio, Antonia Fontenelle (39) se orgulha de suas vitórias. “Busquei sombra e água fresca. Do lugar onde vim, o sol torra! Consegui com meu trabalho”, festeja a Marlene da novela da Record Balacobaco. O caminho para o sucesso, no entanto, não foi fácil. “Nos três primeiros meses, comia miojo com salsicha. Senti fome”, lembra. Mas, com força de vontade, garra e determinação, deu a volta por cima e tornou-se uma atriz conhecida e uma audaciosa produtora de cinema. Neste mês, com o marido, o diretor Marcos Paulo (61), começou a rodar o longa Sequestrados“É preciso ousadia para fazer um filme de 12 milhões”, afirma ela, cujo primeiro trabalho cinematográfico em parceria com o amado foi Assalto ao Banco Central (2011). É com a mesma coragem que encarou o desafio de criar sozinha o filho, Samuel (16), da união de três anos e meio com o ator Fernando Almeida (1974-2004). “A perda do pai foi dolorosa. Mas desde que engravidei sabia que precisaria assumir responsabilidades”, afirma a atriz, que cogita ainda adotar uma criança nordestina. 

– Como é a sensação de conquistar tantas coisas?

– Muitas vezes Marcos diz que sou louca porque tenho a crença de que as coisas mais impossíveis podem dar certo. (risos) E dão. Mas nada veio de mão beijada. Fui buscar e elas chegam.

– Como era sua vida no Piauí?

– Sou filha única, adotiva. Brincava debaixo de um cajueiro, adorava comer melancia da carne branca, rara por lá. Destruía a roça com um facão para tentar achá-la. (risos) Montada em um jegue, ia pegar água em um poço distante. Aos 18 anos, decidi que queria ser atriz e vim para o Rio.

– E a sua mãe biológica?

– Quando tinha 15 anos, minha mãe Adelaide foi me conhecer, mas não senti nada por ela, nem revolta. Mais tarde, fiz um espetáculo em Brasília e mandei chamar a família inteira. Ela é cearence e foi trabalhar na construção da nova capital. Teve 13 filhos, fui a décima-terceira. Um tio biológico me deu para minha mãe Luzia, tinha 2 meses.

– Marcos já esteve no Piauí?

– Sim e saiu de lá chorando, viu como a vida pode ser difícil. A simplicidade é enorme. Marcos ficou perplexo de como sou diferente do mundo que vim. Mas cada um tem o seu destino.

– E quais outras dificuldades enfrentou na vida?

– Após o casamento com o pai do Samuel, vivi nove anos com um lutador de vale tudo. Me anulei por causa dele, tinha consciência. Era um amor absurdo. Mas depois voltei ao teatro.

– O que foi fundamental para superar os problemas?

– Além da garra e da força de vontade, a religião ajuda muito. Cheguei ao Rio católica, fui apresentada ao budismo e depois conheci Nara, minha mãe de santo. Era uma época difícil, tanto profissionalmente como afetivamente, estava me separando do segundo marido. Hoje sou muito bem cuidada por ela.

– Ano passado Marcos sofreu um câncer, como enfrentaram?

– A gente sempre foi bem unido. Ou as pessoas estão juntas no amor e na doença ou não estão. Para mim, não mudou nada. Só fiquei mais cuidadosa. Virei quase uma babá ou uma mãe. (risos)