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Reconstrução de mama deve ser iniciada logo após a mastectomia

Felipe Lehmann Coutinho (CRM 65929). Publicado em 29/09/2008, às 16h44 - Atualizado em 28/08/2012, às 09h56

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Felipe Lehmann Coutinho
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Realizada no tratamento de alguns tipos de câncer, a mastectomia, retirada total da mama, mutila o corpo da paciente e pode ter conseqüências desastrosas para a autoestima da mulher - uma reação até esperada; afinal, estamos falando da perda de um símbolo importante de feminilidade. Por isso, o ideal é reconstruir a mama, com cirurgia plástica, no mesmo momento da mastectomia. É o que chamamos de reconstrução imediata da mama. Assim, a paciente é poupada de acordar da cirurgia sem uma parte tão especial de seu corpo. A Organização Mundial da Saúde define a saúde como "estado de completo bem-estar físico, mental e social, não consistindo somente da ausência de uma doença". De acordo com esse conceito, a cura do câncer de mama pode se dar por meio da mastectomia, mas a saúde plena da paciente só será restabelecida com o seu completo bem-estar físico, mental e social. Ou seja, a reconstrução mamária é uma necessidade. Ela pode ser realizada com tecidos do corpo da mulher, com o uso de prótese ou combinando os dois recursos. As regiões que podem ser empregadas na reconstrução são a abdominal e a das costas. Quando se utiliza o abdome, o resultado é como o de uma plástica de abdome e a mama reconstruída mantém boa semelhaça com a original, inclusive ao toque. O uso da prótese de silicone ou do expansor de tecido tem a vantagem de não requerer cirurgia em outra região do corpo, pois não precisa de área doadora. O resultado, nesse caso, é muito bom para mamas pequenas e outras situações bem selecionadas. O expansor tecidual também pode ser colocado logo após a mastectomia. Ele é como um pequeno balão desses de festa. Três semanas após ser implantado, inicia-se o processo de expansão, que consiste em seu preenchimento com pequenas quantidades de soro fisiológico, em intervalos semanais. Assim, é possível distender a musculatura e a pele que a recobre até atingir forma e volume próximos ao da mama preservada. Enquanto isso, se preciso, a paciente faz quimioterapia e/ou radioterapia. Quando todo o tratamento clínico termina, pode-se iniciar a segunda etapa da reconstrução da mama, a simetrização. Nessa fase pode ser preciso operar a outra mama para se obter um equilíbrio de volume e de forma entre as duas. A última etapa é a reconstrução do complexo aréolo-mamilar. A aréola pode ser reconstruída com tecido da "raiz" da coxa, "pele da virilha" ou com micropigmentação. O mamilo é refeito com pele da mama reconstruída ou com enxerto de metade do mamilo da outra mama. Em geral o intervalo entre a primeira e a segunda etapas é de seis meses e entre a segunda e a terceira, de quatro a cinco meses. A reconstrução fica completa em um ano, com ótimos resultados. Todo esse processo pode ser feito na rede particular, com cobertura dos planos de saúde, e no serviço público, em centros de referência como Hospital das Clínicas, Hospital São Paulo, Hospital Pérola Biyngton, entre outros da capital paulista e de todo o país. O tratamento do câncer de mama é feito por uma equipe constituída de mastologistas, patologistas, oncologistas, radiologistas, cirurgiões plásticos, psicólogos, fisioterapeutas. Juntos, e com a participação da mulher, eles decidem os caminhos a trilhar. A combinação de esforços permite que em pouco tempo ela se livre da doença e ainda se sinta de novo inteira e segura com relação ao seu corpo.