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O recanto alto-astral de Cris Nicolotti

A múltipla artista exibe com exclusividade seu colorido lar na capital paulista

Redação Publicado em 18/01/2011, às 17h39 - Atualizado em 24/01/2011, às 19h21

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A atriz de Malhação mostra a ampla sala do seu apartamento nos Jardins, em São Paulo. - Adilson Félix
A atriz de Malhação mostra a ampla sala do seu apartamento nos Jardins, em São Paulo. - Adilson Félix
As paredes com cores fortes e quentes do amplo apartamento na capital paulista são reflexo de como a multitalentosa atriz Cris Nicolotti (53) enxerga a vida. Sorridente e esbanjando energia, ela mostra que está sempre disposta a abrir seus horizontes profissionais e não cansa de celebrar cada conquista. "Eu sou super intensa, acho que a vida é muito curta, por isso eu busco alegria em tudo o que faço". Sucesso na novela global Malhação, no qual interpreta a educadora Vera, ela toda a semana cruza a ponte aérea para reencontrar a família. "Como as gravações são no Rio, eu acabo ficando a semana lá, mas sempre que posso volto para casa", entrega ela, ao lado do filho Luca Nicolotti (19), de relacionamento anterior. Nascida na Itália, Cris veio para o Brasil ainda muito jovem e aqui criou raízes e construiu a sua história. Desde os 16 anos, quando iniciou sua carreira no teatro, muitas transformações aconteceram. "Eu sempre soube que queria ser atriz", confessa ela, que conta com o apoio do marido, o músico e publicitário Cacá Bloise (60). Além de atriz, cantora e apresentadora, ela também é publicitária, pinta, escreve e se mostra uma excelente dona de casa. Foi nesse clima de descontração, rodeada pelo pet Ozzy Osbourne, ao som do violão de seu filho e regado a muito cafezinho, que Cris abriu o seu refúgio pela primeira vez e mostrou que seu talento, com certeza, transcende a telinha. - Quando chegou ao Brasil? - Nasci em Turim, norte da Itália, cheguei em São Paulo em 1960 e daqui nunca mais saí. Antes, morei em Milão e Monza. - Como você iniciou a sua carreira artística? - Comecei a fazer teatro infantil quando tinha 16 anos, mas sempre quis ser atriz. Aí, fui emendando uma coisa na outra. Depois, fundei o teatro da escola e o grupo da faculdade. Eu sou publicitária. Acho que toda essa etapa foi fundamental. - Como é para você interpretar a Vera em Malhação? - É uma personagem muito engraçada, que está dentro do núcleo de humor, onde tem muita garotada. Eu adoro fazer. Malhação é um produto no qual você se diverte muito, os personagens são mais leves, mas a responsabilidade é grande, pois inclui mensagens fortes. Aborda assuntos como homossexualidade, gravidez na adolescência, namoro em idade mais avançada, aposentadoria... - Você usa esse seu lado mãe como referência na TV? - Essa parte mãezona eu uso totalmente. Uma frase que meu filho diz em casa é a mesma que o ator de Malhação fala. É uma fase de descobertas, de aproveitar a vida. - O Luca costuma acompanhar o seu trabalho? Ele te assiste? - Ele cresceu na minha barriga, me vendo atuar. Mas ele assiste Malhação, comenta as cenas e gosta muito do meu trabalho como atriz. Meu filho foi o melhor presente que a vida poderia ter me dado até hoje. Ele nasceu no dia de Natal. - Por isso você fez essa tatuagem com o nome dele? - A tatuagem tem um mês, eu queria tapar uma horrorosa que tinha há tempos. (risos) No Rio, eu conheci um tatuador e fiz essa com o nome do meu filho e uma libélula. Eu gosto do significado. Ela vive um dia só, fica embaixo da água, aí se transmuta, voa, vive intensamente aquele dia e acabou. É mais ou menos esse o sentido. - Como você se define? - A vida é curta demais e o dia de hoje nunca mais volta. Por isso, procuro viver com intensidade, mesmo que eu passe o dia sentada em um sofá pensando. Eu busco alegria em tudo, acho que a gente vem a esse mundo para ser feliz. E também para evoluir. Para isso, você vai levar a existência inteira e talvez muitas outras. Busco em mim essa consciência e quanto mais procuro, mais vejo que preciso mesmo ir atrás dela. Gosto de tudo simples: roupa, comida... E sou hipercaseira. - Além de atriz você é cantora. Como descobriu esse talento? - A música vem como complemento do teatro e sempre esteve presente na minha vida. Eu já fiz muito jingle também e tenho alguns hits no YouTube que me renderam um contrato com a Som Livre. Agora eu gravei um disco com 12 faixas em italiano, no qual canto os maiores sucessos do estilo no idioma. O nome é Cris Nicolotti - New Bossa in Italia. A gravação foi feita com o meu marido e com Eduardo Filipovich, mas ainda não deu tempo de fechar contrato com nenhuma gravadora. - No seu apartamento existem vários quadros seus e você também tem um ateliê. Faz muito tempo que pinta? - Fui vítima de erro médico durante um procedimento estético na região dos olhos e na época passei a não enxergar direito. Comecei a pintar para não entrar em depressão. No início, usava cores bem fortes e coloridas. Foi aí que tomei gosto pela coisa e faço isso até hoje. Eu me definiria como uma fênix, já passei por cada coisa nessa vida... A vida sem cor não tem graça. - O que mais você gosta de fazer longe da TV e dos palcos? - Gosto de cozinhar. Faço um risoto de pêra com gorgonzola que é uma delícia. Toda a família adora. E como toda italiana, eu não vivo sem café. Curto muito receber os amigos em casa, de estar com a família, de ouvir o meu filho tocar violão e também de ler e escrever. Agora estou fazendo um livro que, por enquanto, se chama Os Cigarros que a Gente Fuma de Madrugada na Mesa da Cozinha. Fala de coisas que pensamos mas nunca dizemos ao parceiro. É um texto ácido, cruel, poético e ao mesmo tempo transparente. Pela falta de tempo, o processo de assinar com uma editora anda lento, mas quero que aconteça o mais breve possível. - Com tanta atividade simultânea, como fica o relacionamento a dois? - O Cacá é um marido maravilhoso, além de um ótimo pai, mesmo sendo o padrasto do Luca. Temos 11 anos de casados. Também somos parceiros em vários trabalhos. A distância não atrapalha em nada. Ele me apoia integralmente.