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Débora Rodrigues acelera na vida e nas pistas

Única piloto de fórmula truck do país, ela concilia o sucesso na carreira com a dedicação à família

Redação Publicado em 09/12/2010, às 12h36 - Atualizado em 07/06/2012, às 23h25

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Débora e o clã: a mãe, Elisa, os filhos Jacqueline e João Paulo, o marido, Renato, e o caçula, Renatinho. - FOTOS: ADILSON FÉLIX / AGRADECIMENTO: MARIAH FLOR
Débora e o clã: a mãe, Elisa, os filhos Jacqueline e João Paulo, o marido, Renato, e o caçula, Renatinho. - FOTOS: ADILSON FÉLIX / AGRADECIMENTO: MARIAH FLOR
Ponto de referência. É assim que Débora Rodrigues (42) se define dentro de sua profissão, piloto de Fórmula Truck. Com 12 anos de carreira e única mulher a correr na categoria, a paixão pelos caminhões veio da infância, influência de seu pai, Lázaro Rodrigues (63), também caminhoneiro. "As pessoas sabem quem eu sou, mas não conhecem o campeão da prova. Isso acontece por eu ser a única mulher", conta a pioneira corredora. Nascida em Bela Vista do Paraíso, no Paraná, ela morou em várias cidades do Estado, até que, em Teodoro Sampaio, município de São Paulo, começou a sair do anonimato. Engajada no Movimento Sem Terra, o MST, lutou para conseguir um lote de terra para a família - sua mãe, Elisa de Moura Ferreira (60), separada de Lázaro, e seus dois filhos, os estudantes João Paulo (22) e Jacqueline (24), de seu primeiro casamento, aos 17 anos de idade. "Estávamos em uma fase forte de ocupações e a mídia do mundo inteiro estava lá", relembra Débora, com o amado, o piloto Renato Martins (52), companheiro de equipe, a RM Competições, com quem tem Renatinho (2 anos e 10 meses). A partir de então, ela tornou-se símbolo de sensualidade após ensaio para uma publicação masculina, além de iniciar carreira como apresentadora de televisão. Hoje, Débora é o espelho da mulher moderna: divide seu tempo entre as provas e os cuidados com a família. "Consigo conciliar tudo, o que é uma qualidade feminina. A diferença é que tenho uma profissão incomum, mas estou acostumada a trabalhar, cuidar da casa, dos filhos, do marido. É algo natural", comenta a amante da velocidade, que abriu as portas de sua casa, em Alphaville, na Grande São Paulo, com exclusividade para CARAS. - Como conheceu o Renato? Débora - Estava apresentando o programa Fantasia, no SBT, e fui convidada pelo Otávio Mesquita, que fazia participação no Programa do Gugu, para fazer uma brincadeira com a Fórmula Truck. Até então, só conhecia os caminhões pela TV. Nesse dia, ganhei vários adesivos de caminhões e colei no espelho do camarim. Um câmera passou e perguntou se eu gostava de correr, porque ele conhecia um piloto da categoria: era o Renato. Foi amor à primeira vista. - Como é a relação de vocês? Débora - Aquele ditado de que toda panela tem sua tampa realmente é verdade. Nós gostamos das mesmas coisas. Falamos sobre caminhões, motos, viajamos e pescamos sempre. Temos tudo em comum, inclusive a profissão. Renato - Ela é uma pessoa difícil, de gênio forte, mas é corajosa, batalhadora, um exemplo de mãe, pega no pé até dos filhos mais velhos. É uma mulher maravilhosa, por isso estamos juntos há 13 anos. - É um desafio destacar a feminilidade na Fórmula Truck? Débora - No início, enfrentei certa resistência, pois precisei brigar na Justiça e pedir autorização para a federação automobilística. Mas ganhei e corro até hoje. - Qual é o segredo da boa forma e disposição para as provas? Débora - Durante a semana, corro de kart e faço academia. Minha alimentação é normal, como praticamente de tudo e não fico sem carne. Só não sou de comer muita salada. - O tempo trouxe mudanças para a sua vida? Débora - Agora que estou mais madura, uso da psicologia para educar o Renatinho. Quando a Jacque e o João eram pequenos, tinha pouca paciência, porque trabalhava demais e dormia só quatro horas por noite. Mas, às vezes, sobram puxões de orelha (risos). - Quais são seus planos? Débora - Estou com o projeto do programa Oficina da Mulher, que tem como objetivo abrir os olhos das mulheres e ensiná-las um pouco de mecânica para que não sejam enganadas pelos profissionais. E ainda tem a política. Muitos me cobram, mas só vou entrar no dia em que achar que vou fazer a diferença. - Você se sente realizada? Débora - Não posso reclamar. Meus filhos, minha mãe e o Renato são tudo para mim. Esta casa é especial e amo minha profissão. Só tenho a agradecer todas as oportunidades que tive ao longo da minha vida e procuro me aperfeiçoar, andar para a frente.