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A paternidade renova o cantor Paulo Ricardo

Cantor revela como formar uma família mudou o seu olhar para a vida

por Fabricio Pellegrino Publicado em 10/08/2016, às 07h55

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Paulo Ricardo e a mulher, Gabriela, em casa, em São Paulo, com os três filhos, Isabela, Luís Eduardo e Diana - ROGÉRIO PALLATTA
Paulo Ricardo e a mulher, Gabriela, em casa, em São Paulo, com os três filhos, Isabela, Luís Eduardo e Diana - ROGÉRIO PALLATTA

Há pouco mais de duas décadas, Paulo Ricardo (53) participava com a banda RPM de uma gravação do programa Cassino do Chacrinha, da Rede Globo, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Fora do estúdio, milhares de fãs tumultuavam a rua que dava acesso ao local. A confusão minava a paciência dos moradores da região, que sofriam para conseguir chegar em casa. Entre os vizinhos irritados estava a então adolescente Gabriela Verdeja (38), que na contramão das meninas de sua geração, não tinha fantasias amorosas com o astro do momento. Paulo seguiu a carreira de rockstar com noites viradas em shows para multidões. Ela, publicitária formada em Jornalismo, virou triatleta e despertava às 5 da manhã para treinar. O relógio dos dois só coincidiu em 2011. Ainda assim, graças a um primo de Gabriela, amigo do cantor, que resolveu promover um encontro entre os dois. O casal logo descobriu um ritmo em comum: ela deixou de ir para a cama tão cedo e ele parou de se deitar tão tarde. “Dei Graças a Deus por ter ganho uma pessoa calma na minha vida”, agradece ele, no apartamento do casal, nos Jardins, região nobre de São Paulo. Assim começou a maior das revoluções do cantor: a formação de uma família. No próximo Dia dos Pais, ele comemorará a data com os três filhos frutos da união com Gabriela: Isabela (4), Luís Eduardo (2) e Diana (9 meses). “Hoje, o assunto mais importante da minha vida são eles”, assume, orgulhoso.

O reflexo disso está em seu mais recente CD, Novo Álbum, com músicas dedicadas à mulher, Eu e Você, e a Isabela. A canção homônima em homenagem à filha ganhou clipe com a participação da pequena. Para completar, a imagem do herdeiro do meio estampa a capa do projeto. “O mundo já está cheio de violência e eu queria muito fazer algo novo, de esperança, de amor. Ter filhos facilitou bastante esse processo, pois escrevo sobre o que estou vivendo”, reflete. A paternidade, inclusive, deve render bons capítulos na autobiografia que ele lançará em um ano.

Sonhava em formar uma família tão grande assim?
Quando conheci a Gabriela, já tinha 48 anos e ela, mais de 30. Naturalmente, duas pessoas apaixonadas conversam sobre casamento, filhos... Não queríamos ter filho único, um casal me parecia mais tranquilo. Eu queria a experiência de ser pai de um menino e de uma menina. Mas a Diana não nos deu tempo para pensar se teríamos ou não um terceiro filho. (risos)

Ser pai o transformou?
Minha vida já mudou completamente quando conheci Gabriela. Por trabalho, e por gosto, saía muito: shows, festas, pré-estreias... Quando a conheci, a convidava para eventos e ela negava. Aí, ficávamos em casa vendo filme. Só que ela pegava no sono, pois era atleta, às 21h. E eu, às 4h. Aí, nos alinhamos para deitar à meia-noite. Vê-la dormir com facilidade me dava inveja. (risos) E eu desejei essa paz de espírito.

Como o Paulo é como pai?
Gabriela - Um paizão alucinado pelas crianças, que brinca, rola na grama. Por ser mais velho, não imaginava que colocaria tanto a mão na massa. Luís Eduardo é grudado nele. Quando Paulo está em casa, dá mamadeira e também o coloca para dormir.

O que definiria como o maior desafio da paternidade?
Ter filho é difícil. Trata-se de uma experiência intensa. Você precisa de muita responsabilidade e preparação para se dedicar a eles.

E a melhor parte?
Você é obrigado a estar bem de cabeça e fisicamente para acompanhar o pique das crianças. Tenho de me adaptar a eles e não o contrário. E tudo isso é muito gratificante. Toda visão de mundo deles passará pelo seu filtro. Isso faz você repensar posturas e ideias.

Como surgiu a música para Isabela no CD Novo Álbum?
Foi na primeira vez em que ela deitou na nossa cama e dormiu. Se a mãe dormindo já me dava sensação de paz profunda, imagine a filha. Eu deitei ao lado dela e fiquei escrevendo a letra no celular.

A canção diz ‘o mundo desacelera pra ver Isabela.’ Você também desacelerou para vê-la?
Muito! Por mais que esteja correndo e preocupado, quando chego em casa, esqueço tudo e vou brincar com eles. É uma higiene mental. Não posso dividir este momento com outras preocupações, preciso estar ali intensamente.

Como o Luís Eduardo foi parar na capa do CD?
Quando ele nasceu, fizemos fotos com uma fotógrafa especializada em recém-nascidos. Aí, pensei que isso pudesse funcionar na capa do CD. Chamei o fotógrafo Angelo Pastorello e passamos uma tarde clicando, mas as imagens precisavam de atitude, não queria que confundissem com disco infantil. Acho que deu certo.

Já chorou com os filhos?
Várias vezes, mas sempre de alegria. Li que ‘o amor é 90% responsabilidade, seja lá o que for os outros 10%, deve ser algo incrível.’ Com três filhos, descobre- se que o amor é 90% ou mais de responsabilidade. Tento ser uma pessoa melhor, me colocar no ponto de vista do outro e ter como principal objetivo fazer com que aquilo dê certo.