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Débora Nascimento: reflexões sobre carreira e casamento

Protagonista da trama das 6, a estrela fala sobre afeto e vaidade

por Carlos Lima Costa Publicado em 03/05/2016, às 07h35

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Na Ilha de CARAS, a atriz de Êta Mundo Bom!, casada com o ator José Loreto, fala do desafio de viver pela primeira vez o papel principal na televisão - MARTIN GURFEIN
Na Ilha de CARAS, a atriz de Êta Mundo Bom!, casada com o ator José Loreto, fala do desafio de viver pela primeira vez o papel principal na televisão - MARTIN GURFEIN

Feliz por dar vida a Filomena de Êta Mundo Bom!, primeira protagonista de sua carreira, a atriz Débora Nascimento (30) admite que seria difícil viver sob os padrões impostos pela sociedade nos anos 1940, época em que se passa a história da trama das 6. “É um desafio enorme fazer as cenas de uma mulher tão submissa. O olhar é muito diferente dos tempos atuais, tanto em relação a sexo, quanto a homens, ao próprio corpo e à feminilidade. Prezo a igualdade nas relações, independentemente de ser de amor, amizade ou parceria de trabalho. Então, ia sofrer bastante, porque naquela época a mulher era realmente rebaixada”, assegurou ela, na Ilha de CARAS.

É com essa visão de igualdade que Débora e o marido, o ator José Loreto (31), administram sua união. O casal assumiu o romance em outubro de 2012, no fim da novela Avenida Brasil, em que contracenavam. Juntos, decidem várias questões do dia a dia, como a decoração da nova casa, no bairro carioca da Barra da Tijuca, para onde devem se mudar em maio. “Vamos agregar nossos gostos para sair uma composição diferente, que nenhum de nós imaginava, mas com nossa cara”, explicou.

A mudança de um apartamento para uma casa significa que vocês já pensam em filhos?
Não. É para não ter briga sobre onde vamos guardar nossos sapatos, para os cachorros terem espaço... É uma conquista mútua. Essa questão de filhos é planejada, teremos daqui a uns quatro anos. Não estou preparada para ser mãe e ainda não bateu a vontade.

Em maio, faz um ano que você e o José se uniram, realizando uma cerimônia em Abu Dhabi...
Já estamos até planejando a próxima, que a gente chama de celebração do amor. Nossa união foi mágica. Essa coisa de papel não importa muito. Se um dia quisermos fazer isso, vai ser de forma natural também.

O que mais a faz feliz ao lado do seu marido?
Ele é muito parceiro e nós somos enlouquecidos um pelo outro. É uma coisa de cheiro, de pele, parece que somos namorados há dois meses. Acho que é isso, essa paixão e essa espontaneidade. Se queremos brincar de subir em uma árvore, vamos. Topamos tudo um com o outro. É uma relação romântica, tipo ele passeia com as cachorras e volta com uma florzinha que viu em um canteiro.

Sua boa forma é sempre enaltecida. Quais os cuidados que tem com o corpo?
Ah, depois dos 30 anos, o bumbum já diz: ‘Você tem 30.’ Mas não sou encanada, procuro diversificar, me manter em movimento. Agora, revezo crossfit com yoga. Mais para manter a saúde do que o corpo em forma. E no dia a dia faço um lanche no fim de tarde e janto uma sopa ou uma saladinha. O José é mais rigoroso. De vez em quando, eu me entrego, me liberto e me jogo na macarronada, no sorvete, adoro comer. Ele me controla: ‘Já é o segundo pão.’ Mas é tudo com bom humor.

Feliz com seu corpo?
Dei uma engordadinha de três quilos, aí, antes de gravar, já perdi um quilo e meio, estou com 67. Tenho sorte que distribuo legal. Na verdade, vai tudo para o quadril. Mas está tudo certo, sem neura. Tenho estria sim, celulite. Não tenho um corpo perfeito, mas sou perfeita com minhas imperfeições. Meu marido diz que gosta quando fica um pneuzinho. Me aceitei também como mulher brasileira, do meu tamanho. Tenho 1,78m e parece mais porque sou toda grandona. Tenho peitão, bundão, coxão. Ser grande já foi uma questão, ainda mais quando entrei na TV. Eu dizia: ‘Nossa, não tem com quem contracenar, sou um mulherão e a maioria dos atores é de baixinhos.’ E não dá para fazer uma menina nova e ingênua. De repente, veio a Filomena, que, no início, era uma roceirinha, ingênua, doce, virgem. Foi, realmente, um desafio. Não é porque sou grandona que não posso ser frágil, delicada, doce e sensível.

Você é frágil?
Sim. E romântica, sensível, choro, me descabelo pelo meu marido, peço atenção. Mas sou durona também. Algumas vezes, imponho a minha vontade, bato o pezão. Eu me permito ser tudo isso, essa mistura, e não tem certo nem errado.

E se considera vaidosa?
Não ao extremo. Em casa, ando totalmente sem maquiagem, não arrumo nem a sobrancelha. Escovo os dentes e passo protetor solar. José prefere quando não tenho nada no rosto, tanto que, no início da novela, ele dizia que esta era a minha personagem mais linda, que eu estava só luz, não tinha maquiagem, era eu. Ele também costuma falar que o melhor momento é quando acordo com os cabelos desgrenhados. Ele adora quando estou com os cabelos em pé. (risos) No início da trama, a personagem não tinha nenhum cuidado estético e me sentia livre de qualquer crítica de perfeição nesse sentido. Podia até ter espinha, mulher é isso. Só porque eu sou protagonista e estou na Globo tenho que ser perfeita?

Tem encarado com tranquilidade a sua primeira protagonista na carreira de nove anos?
Fiquei muito ansiosa antes de começar a gravar, principalmente pela concepção da Filomena. Mas a única coisa que difere é a quantidade de cenas. O trabalho e a dedicação são os mesmos. E a novela traz uma mensagem linda de que tudo que acontece na vida da gente é para melhorar. É uma história bonita de ver, ouvir, sentir, um acalanto para os brasileiros. E pessoalmente aprendo muito com Elizabeth Savalla, Ary Fontoura, Rosi Campos, Flávio Migliaccio, Marco Nanini, presto atenção nas escolhas deles. Acho que vou terminar esse trabalho melhor do que sou hoje.

Em 2007, você atuou no filme americano O Incrível Hulk. Não quis investir mais lá fora?
O que me estimula são bons personagens, desafios. Se são lá fora ou aqui, não faço diferença. Agora, tenho contato com o pessoal de lá, vira e mexe estou indo, às vezes, faço uns testes, mas não fico ansiosa nem na pilha.