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Alessandra Maestrini conta que a música ajudou a resgatar sua autoestima

Na Ilha, atriz e cantora mantém o bom humor até mesmo ao falar de uma fase que considerou a mais difícil em sua vida, a adolescência

CARAS Publicado em 17/03/2014, às 18h07 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Alessandra Maestrini - Mariana Vianna; Maquiagem: Duh; Produção: Christina Boller. Agradecimentos: Victor Dzenk.
Alessandra Maestrini - Mariana Vianna; Maquiagem: Duh; Produção: Christina Boller. Agradecimentos: Victor Dzenk.

Os olhos observadores e o jeito sereno da atriz e cantora Alessandra Maestrini (36) podem passar uma impressão de timidez para quem acaba de conhecê-la, descaracterizada dos personagens engraçados que marcaram sua carreira na TV, como a diarista Bozena, do seriado global Toma Lá Dá Cá, de 2007 a 2009, ou das mulheres com vozeirão que interpretou em oito musicais, entre elas, Francine Evans, em New York, New York, em cartaz de 2011 a 2013. Aos poucos, no entanto, a paulista de Sorocaba se revela muito divertida. Essa transformação avassaladora de personalidades sempre a acompanhou em sua vida. “Acho que tudo está dentro da gente. Sempre tive esses dois lados, extrovertida e reservada, muito fortes”, conta ela, na Ilha de CARAS, no litoral fluminense.

Dona de um sorriso cativante, Alessandra mantém o bom humor até mesmo ao falar de uma fase que considerou a mais difícil em sua vida, a adolescência. “Eu era gordinha, cheia de espinhas no rosto, tinha o cabelo mal cuidado, usava ‘freio de burro’ nos dentes, óculos e roupas de hippie. Resumindo, eu não ajudava”, conta, rindo. Com a mesma leveza e sem a baixa autoestima já vivenciada, ela agora comemora as conquistas alcançadas nos seus 17 anos de carreira, sobretudo no ano passado, quando realizou a sua primeira turnê como cantora, a Drama’n Jazz. “Assumi a minha carreira como cantora. Pela primeira vez, assinei a produção do show, em parceria com o Jorge Elali. Estou orgulhosa. Quero conciliar minha carreira de cantora com a de atriz”, revela ela, já com apresentações agendadas para este ano nos EUA. Além disso, ela faz participação em um episódio do seriado cômico As Canalhas, no canal pago GNT, com estreia prevista para abril, e no filme A Primeira Missa, da diretora Ana Carolina (64), que será lançado no primeiro semestre.

– Como você descobriu que sua voz era especial?

– Eu sempre cantei, mas não tinha consciência de que cantava de forma diferente dos outros. Na adolescência, fui assistir, contrariada, a um filme no cinema com a minha mãe, chamado O Príncipe das Marés, com a Barbra Streisand. Fiquei tão hipnotizada com aquela figura que a pipoca caiu da minha mão. Assisti a todos os filmes e escutava os discos dela a toda hora. Um dia, eu estava tomando banho e a minha mãe chegou em casa e me deu uma bronca, dizendo que eu ia morrer eletrocutada se continuasse ouvindo som dentro do chuveiro. Eu disse que não tinha rádio e que era eu quem estava cantando. Ela ficou paralisada e me fez ir às aulas de canto.

– A música lhe transformou?

– Foi o que me ajudou a me libertar da baixa autoestima. Eu só tinha uma amiga e sofria bullying. Quando comecei a estudar ópera, resolvi que ninguém mais iria me limitar e comecei a cantar no pátio da escola em altos brados. A música mudou tudo. Todos os alunos que não me notavam saíam das aulas para me ver cantar e me aplaudir. Eles começaram a querer ser meus amigos. Passei a fazer recitais dentro do banheiro! Resgatei a minha segurança.

– Quando começou a viver deste seu dom?

– Aos 18 anos, fiz um teste para o musical Os Fantástikos, do Claudio Botelho, e não passei. Resolvi estudar Artes nos Estados Unidos. Voltei depois de nove meses e reencontrei o Botelho, que me disse que estava escrevendo um musical inédito e tinha um papel feito para o meu perfil. Era As Malvadas, o início da parceria dele com Charles Möeller. Foi uma mudança para o teatro musical no Brasil. Começou a se fazer musical com o talento que se precisa e com acabamento. Hoje, todos querem fazer musical.

– E como você avalia esse momento atual dos musicais?

– Está maravilhoso. Mesmo os atores que nunca tinham pensado em cantar estão cantando. Agora, eles cuidam da saúde da voz e fazem aula de dança para complementar as suas habilidades. As pessoas estão ficando cada vez mais preparadas. Os diretores de elenco também começaram a assistir mais aos musicais e nos convidar para atuar em televisão.

– Você sentiu preconceito dos atores de televisão quando passou a atuar com eles?

– Eu senti um certo recalque descarado de algumas pessoas. Ainda hoje, quando não estou no ar, tem pessoas que me tratam diferente. Mas brinco com os colegas do teatro dizendo que nós, dos musicais, estamos invadindo a TV.

– Nas telinhas, você ficou marcada por personagens divertidos. Esse bom humor a acompanha na sua intimidade?

– Sou bem-humorada, mas prefiro o humor mais sutil como o que eu faço com a Margô, da série As Canalhas. Ela é uma enfermeira recalcada que resolve acabar com a vida de uma nova colega, que é realizada. Foi muito divertido.

– Esta sua realização profissional se estende ao lado pessoal?

– Se perguntam quem eu gostaria de ser, se pudesse nascer como outra pessoa, eu digo que queria ser eu mesma. Quanto mais o tempo passa, mais eu vejo que não tenho que ceder às expectativas dos outros. Quanto mais você é fiel a você mesma, mais você é fiel aos outros. Se você não está sendo fiel a você, está em falta com a natureza. Estou feliz.

– Está namorando?

– Estava namorando uma pessoa incrível, mas acabou. Casar e ter filhos nunca foram os meus sonhos. Mas ainda busco um amor.

– Como é o parceiro ideal?

- Tenho horror a gente certinha. Antes, buscava certa loucura nos meus parceiros, mas agora busco paz e entusiasmo.