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Ao lado do amado, Totia Meireles comemora o sucesso de sua 1ª vilã

Totia Meireles fala do êxito em 'Salve Jorge' e da relação sem culpas

Redação Publicado em 22/01/2013, às 10h18 - Atualizado em 19/03/2020, às 13h21

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Em seu grande momento na TV, como a vilã Wanda, a atriz revela a rotina com o marido, com quem está há 21 anos: casas separadas e sem arrependimento por não ter tido filhos. - César Alves
Em seu grande momento na TV, como a vilã Wanda, a atriz revela a rotina com o marido, com quem está há 21 anos: casas separadas e sem arrependimento por não ter tido filhos. - César Alves

Logo que chegou à Ilha de CARAS com o marido, o médico Jaime Rabacov (57), Totia Meireles (54) avisou para não repararem na voz rouca, em alguns hematomas e arranhões pelo corpo, resultados da gravação de uma cena de briga entre sua maquiavélica Wanda com a mocinha Morena, papel de Nanda Costa (26), em Salve Jorge. “Ela está a cada dia pior. Apanhei pela segunda vez”, diverte-se. Quem conhece bem a atriz sabe que o alto-astral é constante. Mas o sorriso fácil ficou ainda mais luminoso com a excelente fase profissional. A enxurrada de elogios pela atuação como a aliciadora de garotas na trama de Gloria Perez (64) transformam Totia na vilã do momento na TV. O reconhecimento, em 27 anos de carreira, é recebido com felicidade, mas também com cautela. “Tudo o que conquistei foi de degrau em degrau, como uma escadinha que ficou um pouco mais alta. É uma profissão difícil, já fiz trabalhos bacanas, agora houve o estouro. Ao mesmo tempo, sei que passa. Mas vou aproveitar, é meu momento”, avalia. Com a mesma sensatez, analisa também decisões da vida afetiva, como a opção por não ter tido filhos. A atriz já sonhou com a maternidade, tentou engravidar com tratamento, mas não conseguiu e a vontade passou. “Não tenho nenhum arrependimento. Percebi depois que não queria mesmo ser mãe, ter esta responsabilidade de criar e educar uma criança”, ressalta. Casada há 21 anos com Jaime, os dois vivem uma união feliz, mas em casas separadas, ela, no Rio, ele, em Miguel Pereira, serra fluminense. O médico, aliás, é fã número um. Nem os cochichos no posto de saúde onde trabalha sobre as cenas quentes de Wanda com o coronel Nunes, vivido por Oscar Magrini (51), o tiram do sério. “No dia seguinte ninguém comenta nada, como se fosse por respeito, solidariedade comigo. Pensam, coitadinho do doutor... É engraçado!”, conta Jaime.

– O sucesso da Wanda tem influenciado a vida a dois?

Totia – Jaime me conheceu fazendo teatro e TV. O assédio tem sido maior agora. Mas ele entende, diz que devo aproveitar. E fica feliz por eu estar conseguindo isso.

Jaime – O mais legal não é nem propriamente o sucesso, isso é consequência. Mas o reconhecimento pelo trabalho. Totia a vida toda buscou o correto. Estuda muito e tem uma história que, de certa forma agora está sendo legitimada pela qualidade do trabalho.

– Jaime, como você lida com as cenas de romance?

– Tenho ciúmes, mas não me rasgo. Quando vai ter beijo, algum ‘trelelê’, ela me avisa e não vejo a cena. É estranho e desagradável olhar minha mulher tomando um amasso de outra pessoa, por mais que seja ficção.

Totia – Ele é muito tranquilo. Na relação, sempre sou a mais agitadinha, estouradinha. Jaime fala baixo, ponderado. Não brigamos por causa dele. Quando vê que vou estourar, sai de perto, não alimenta isso. É difícil um homem assim.

Jaime – Acima de tudo, respeitamos o jeito do outro, isso gera menos conflito. Além disso, é alegre, verdadeira. Olho para ela e sei o que está passando.

Totia – Vivem perguntando se o segredo da relação seria o fato de não vivermos na mesma casa. Não sei se é bom ou ruim. Mas se está dando certo, não vamos mexer. O contrário, talvez, não funcionasse. O sonho dele sempre foi morar em um sítio, não tenho esta paixão. Se ele tem, por que não respeitar? Com isso, não temos o desgaste do dia a dia. Mas, às vezes, chego em casa e quero estar com a pessoa e ela não está lá, enfim... 

Jaime – Mas o principal é que a gente se ama muito.

– Há algum tipo de cobrança por não ter sido mãe?

– Em meu círculo de amizade seis mulheres não tiveram filhos. Sei que hoje é muito mais difícil tomar uma decisão assim. Há pressão da família, da sociedade... Acho besteira frases feitas como: ‘Mulher só é mais mulher quando tem filho’. Nada disso. Não me sinto menos que ninguém. Maternidade a gente exercita de várias formas, não só parindo. Mãe que adotou não vai ser tão mulher como a que pôs no mundo?

– E já pensou em adotar?

– Nunca passou pela minha cabeça, não queria ter a responsabilidade de educar. Agora estou curtindo os netos — Santiago, de 4 anos, Pilar, de 5 meses, filhos de Olívia, de união anterior do Jaime.

– E como é a Totia avó?

– Fui direto para a parte boa. Acho tão bonitinho me chamarem de vovó. Mas não estrago muito, acho sacanagem com a mãe. Quando Santiago vai lá para casa, desarruma tudo, a gente brinca, faz suas vontades, mas ele precisa seguir algumas regras. Hoje em dia, louvo criança bem-educada, vejo o quanto é difícil impor limites. Então, não vou estragar.

– E o passar do tempo?

– Dizem que cheguei bem à idade. Mas os números assustam. Lembro que estava louca para fazer 50, depois que fiz, não achei bom. Envelhecer não é nada engraçado. Tomara que demore para os 60.

– Qual sua receita de beleza?

– O que fiz a vida inteira sem saber foi me cuidar e vejo resultados hoje. Nosso corpo é como uma máquina. Por isso, é sempre necessário uma boa alimentação e a prática de exercícios. Meu pai, José Meireles, que morreu há cinco meses, aos 89 anos, era engenheiro, mas foi quem sempre me estimulou. Aprendi com ele a nadar, jogar vôlei, basquete. Depois, comecei cedo no balé e me formei em Educação Física. O Jaime, por ser médico, também se preocupa muito com a nossa alimentação.

– Tem boa autoestima?

– Gosto do meu corpo, do que vejo. E procuro sempre estar bacana. Só que, às vezes, ela está em baixa. Mas há algo em mim que acho muito positivo. Não tenho uma ‘nuvenzinha negra’ na cabeça. Se preciso acordar supercedo para gravar, não fico de mau humor. Afinal, estou fazendo um personagem maravilhoso. Quantos atores  estão desempregados? Por isso, procuro tirar sempre o máximo proveito de todas as situações, isso faz a vida ficar mais leve.

– E a repercussão da Wanda?

– Ela tomou um vulto que eu não esperava, muito rapidamente caiu no gosto do povo, ou no desgosto. Todos perguntam se alguém me bate na rua, me xinga, mas não rola. Acho que tenho crédito na praça. Quando me veem, as pessoas, em primeiro lugar, elogiam: ‘Ah, o teu trabalho está muito bacana, mas estou te odiando’.

– E como recebe os elogios?

– O sucesso é pelo trabalho de todos da equipe, da direção. No momento, Wanda ganha a fama, pois coloca a mão na massa. Tudo tomou esta proporção quando a Gloria resolveu mostrar como uma aliciadora age. Não que ela seja a mais malvada, a mais vilã. 

– Acha que demorou para ter um papel assim?

– Chegou no momento que tinha de ser. Não tenho expectativa de grandes saltos, vou levando. O que vem, tiro proveito máximo. Mas estou muito feliz.

– É seu melhor personagem?

– Vai marcar, assim como a Vera de América. Mas creio que as pessoas vão me enxergar de outra forma depois dela. A gente se supera. Já tinha feito vilãs no teatro, mas nunca na TV, no horário nobre.

– O que as pessoas podem esperar ainda dela?

– É um polvo que solta tentáculos para todos os lados. E há um deleite dela com a coisa do mal, de tripudiar, é quase uma psicopata. Wanda vai aprontar muito ainda. 

– A trama já ajuda na luta contra o tráfico de seres humanos?

– Sim, os aliciadores estão com mais dificuldades de agir. É muito difícil saber, as traficadas não falam, é tudo muito escondido, um crime invisível. Antes de estudar o assunto, não tinha noção do que o ser humano era capaz. É o terceiro maior tráfico do mundo, que inclui prostituição, trabalho escravo. O primeiro é droga, o segundo, arma. Tratam as pessoas como objetos. Mas só a possibilidade de alertar já é um grande serviço.