CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil
Esporte / Superação!

Bicampeão mundial, Phil Rajzman fala como o surfe o ajudou a lidar com a dislexia

Em busca de mais um título, o filho do medalhista olímpico de vôlei, Bernard Rajzman, falou sobre a importância do esporte em sua vida

Nataly Paschoal Publicado em 22/09/2021, às 17h32 - Atualizado às 18h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Phil Rajzman - Foto: Ana Catarina
Phil Rajzman - Foto: Ana Catarina

O surfista Phil Rajzman (39) falou sobre a busca de mais um título para o Brasil!

Em entrevista exclusiva para a CARAS Digital, o filho do medalhista olímpico de vôlei, Bernard Rajzman (64), contou como iniciou no esporte diferente de seu pai e como o surfe o ajudou a lidar com a dislexia.

COMO TUDO COMEÇOU

Nascido em uma família de atletas, Phil Rajzman diferente do pai, que escolheu o vôlei, e da mãe ex-patinadora, Michelle Wollens, optou pelo caminho das ondas.

"O surfe eu fui bem novinho com meu pai, que foi quem me colocou no mar, quando tinha 3 anos, meu pai me introduziu no mar pra pegar onde de peito, a partir daí comecei a ter uma paixão pelo mar, pelo oceano, sempre queria tá dentro d'água por ter começado a natação desde bebê", falou ele.

Sem saber, o bicampeão mundial de longboard em 2016 e 2017 estava tendo o surfe como uma terapia para um distúrbio com o qual nasceu, mas não sabia ter. "Tenho dislexia, na época não tinha esse diagnóstico, muitas dificuldades na escola e no lado social, o esporte me salvou de uma certa forma, era através do esporte que conseguia encontrar paz e equilíbrio...", contou.

Na adolescência, Phil Rajzman então decidiu seguir o surfe como sua profissão. "Sempre tive meu pai como meu grande mestre, ele sempre me falou desde criancinha que até os 14 anos era importante praticar todos os esportes, mas que com 14 anos deveria escolher um esporte caso eu quisesse me tornar um atleta, isso me ajudou de uma certa forma me ajudou a organizar minha mente, sempre tive isso na minha mente de ser um surfista profissional, mas era como esportes complementares...", explicou.

+ Medina fala sobre vitória ao lado de Yasmin Brunet e críticas da mídia: ''É difícil, é um desafio''

Apaixonado pelas ondas, o surfista tentou fazer uma graduação, porém o mar nunca deixou. "Alguns períodos tentaram estudar, educação física, psicologia, administração, entrei e sai, porque no meio do caminho tinham competições... me tornei campeão mundial em 2007", disse ele.

O SURFE COMO ESTILO DE VIDA

Ao decidir ter o surfe como sua profissão, Phil Rajzman encarou o desafio de sobreviver do esporte no Brasil. "Então comecei a produzir pranchas de equilíbrio, foi o que me ajudou a continuar a competir... Em 2016 me mudei pros EUA e lá as coisas começaram a tomar outros rumos e consegui viver do esporte", disse ele que só voltou para o país há dois anos para ter sua filha.

Apesar de o esporte ainda não ser tão valorizado por aqui, o atleta - que foi o primeiro a trazer o título mundial para o país em 2007 - contou que lá fora os surfistas brasileiros são muito respeitados e explicou o motivo: "O Brasil tem grandes nomes no surfe por ter características irregulares, por ter fundo de areia... Todo mundo achava que as ondas no Brasil eram gigantes... as ondas aqui não são tão grandes muito menos perfeitas, de certa forma isso gerou mais respeito, ainda mais esse momento histórico do surfe que estamos vivendo...".

O bicampeão mundial, empresário no ramo de pranchas, ainda descreveu como se sente no mar. "A dislexia me leva pra esse lado meditativo, vejo o surfe como uma forma de você se conectar com o todo e é isso um pouco o que acontece comigo, entro em um estado de meditação, muitas vezes quando termino uma onda, não lembro muito bem o que fiz na onda", comentou.

Por fim, ele revelou como se comporta em um campeonato: "Acho que acabei desenvolvendo essa prática de não ter que pensar no movimento, uma coisa intuitiva de seguir a energia da onda... quando eu to numa competição eu foco no lado mais clássico do surfe, mas no dia a dia fico mais livre".