Também botânico, Patrick Blanc percebeu que a terra servia apenas como alicerce e na própria natureza a vegetação já brotava em superfícies íngremes
No ano de 604 a.C., Nabucodonosor II (634-562 a.C.), rei da Babilônia, construiu um terraço arborizado sobre altas colunas. A grandiosa obra foi feita para agradar à esposa, a princesa meda Amitis, que estava com saudade das florestas de sua terra natal. Nascia aí o “Jardim da Babilônia”, o primeiro do tipo vertical de toda a história e uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Já no cenário contemporâneo, o botânico e designer francês Patrick Blanc (60) é considerado o criador dos atuais jardins verticais, com um processo que mistura arquitetura e paisagismo para fazer um pouco de verde subir pelos muros cinza dos centros urbanos. Ele começou a desenvolver a ideia ainda adolescente, quando percebeu que a terra servia apenas como alicerce e na própria natureza a vegetação já brotava em superfícies íngremes, como penhascos e cachoeiras. O botânico patenteou em 1988 sua criação, uma estrutura metálica coberta por uma camada de PVC e uma folha de feltro, que leva água e fertilizantes para as plantas. Ao expor o projeto no Festival Internacional de Jardins Chaumont-sur-Loire de 1994, na França, o sucesso foi imediato. Em 2001, o pai do jardim vertical foi convidado pela arquiteta francesa Andrée Putman (1925- 2013) para fazer uma instalação no hotel Pershing Hall, em Paris. Desde então seu trabalho ganhou o mundo. Além de transformar fachadas e paredes em verdadeiras obras de arte, os jardins verticais são ótimos isolantes térmicos, limpam o ar, abrigam a biodiversidade e trazem uma bela paisagem natural para os olhos de quem vive nas selvas de pedra.