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Cobogó: charme retrô volta a ser tendência na decoração

Raquel Brandão Publicado em 20/06/2013, às 11h21 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Casa Cobogó, idealizada por Marcio Kogan com co-autoria da arquiteta Carolina Castroviejo. Fotografia de Nelson Kon - Nelson Kon
Casa Cobogó, idealizada por Marcio Kogan com co-autoria da arquiteta Carolina Castroviejo. Fotografia de Nelson Kon - Nelson Kon

Sucesso nos anos 1950 e 1960, os cobogós voltaram com força total. O nome pode causar estranheza, mas é provável que todo brasileiro já tenha visto um. O cobogó surgiu em Recife, na década de 1930, quando Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis, sócios numa fábrica de tijolos, tentavam criar algo capaz de aliviar as altas temperaturas nordestinas. Assim, projetaram um elemento vazado de concreto que permitia circulação de ar e de luz. O nome, por sua vez, veio da junção dos sobrenomes dos autores.

Adotado por Oscar Niemeyer e Lucio Costa, o cobogó virou febre no Brasil, mas, com o tempo, começou a sumir. Hoje, a peça ajuda a criar um ambiente de estilo retrô. “Assim como toda a releitura de uma peça histórica, ele retém em suas origens a nostalgia de tempos antigos”, explica o arquiteto Márcio Barth.

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Mas quem não quer se prender ao estilo do passado também pode optar pelo cobogó. “A aplicação de materiais modernos - como resina, acrílico, e pvc - possibilita um ar contemporâneo ao ambiente em que será instalado, além das formas geométricas mais ousadas que remetem a um design condizente com o nosso tempo”, diz Barth.

O cobogó também é eficaz na divisão de pequenos espaços e consegue criar a sensação de amplitude. Por sua “fluidez”, consegue criar diferentes ambientes sem deixá-los com sensação de aperto. “Por ter uma estrutura que permite a passagem de luz e ar, esse elemento acaba definindo um ambiente, tornando-o mais privativo, contudo sem constituir uma barreira robusta”, diz o arquiteto.

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Não há regras no uso de cobogós, mas é preciso bom senso para conseguir um visual harmonioso. “Muitas vezes, o menos é mais. Ter equilíbrio na linguagem arquitetônica é fundamental”, afirma Barth. O elemento vazado pode ser utilizado interna ou externamente, mas é preciso saber o que cada ambiente pede. “O efeito que desejamos deve ser levado em consideração: mais ventilação, mais iluminação natural, privacidade ou permeabilidade? Se o ambiente não permite alguns desses efeitos, opções mistas são preferíveis”, sugere. Para um ambiente interno, o arquiteto indica madeira e resina, “tanto pela leveza do material quanto pela possibilidade de formas contemporâneas”. Em ambientes externos, o vidro, a cerâmica e cimento são ótimas opções, “tanto pela resistência como pela facilidade de limpeza”, completa.