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Bruno estrela peça com o pai e dispensa comparações. 'Não sou um novo Antônio Fagundes'

Juntos pela primeira vez no teatro, Antônio Fagundes e Bruno estrelam o drama 'Vermelho', em São Paulo. Para o filho, comparações com o pai veterano não incomodam. "Ele é meu parceiro de vida"

Kellen Rodrigues Publicado em 20/03/2012, às 19h31 - Atualizado às 19h36

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Pai e filho em cena na peça 'Vermelho' - João Caldas/Divulgação
Pai e filho em cena na peça 'Vermelho' - João Caldas/Divulgação

Em um ateliê em Nova York, o artista consagrado Mark Rothko recebe seu novo assistente, Ken. Pouco a pouco, dá início a uma tarefa nada fácil: passar o bastão para uma nova geração de artistas, muito mais inquietos e provocadores que ele, que vive sua fase de amargura e rabugice. É o começo de uma relação conflituosa, mas determinante em suas histórias. O enredo de Vermelho, estrelado por Antônio Fagundes (62) e seu filho, Bruno Fagundes (22), nada tem a ver com a relação de pai e filho na vida dos dois, mas marca um momento importante para ambos, que pisam pela primeira vez em um palco juntos. “É interessante para nós a possibilidade de viver esse embate fictício e esquecer isso para o resto da vida”, diz o veterano.

Na tarde desta terça-feira, 20, os dois Fagundes receberam a imprensa para falar sobre os detalhes da peça e contaram em um bate-papo com CARAS Online os desafios de contracenarem juntos pela primeira vez. Confira a entrevista!

- Vocês já falaram que a peça escolheu vocês. Como foi isso?

Antônio - Eu recebi esse texto de uma amiga, ela disse ‘pode ser bom para você’ e eu fui pra casa, fui dar uma lida e não consegui parar. Daí eu disse: eu quero comprar esse texto.
Bruno - Comigo foi quase a mesma coisa. Eu recebi o livro de presente da minha amiga Rachel Ripani (36), - que traduziu a peça -, e também não consegui parar de ler. É um personagem que tem muito a ver com o meu perfil.
Antônio - E o outro personagem tinha muito a ver com o meu. Então a gente se ligou para contar e no meio do papo a gente falou: 'mas é a mesma peça'. Por um acaso, o texto escolheu a gente.

- E como está sendo trabalhar juntos?

Antônio - Maravilhoso, além de eu ter um profissional apaixonado e apaixonante do lado, no camarim ele é meu filho, o que mais eu quero? (risos). Os personagens são muito diferentes de nós, até porque a nossa relação sempre foi muito tranquila, muito cordial, afetuosa. Não vivemos esse embate. Talvez esteja sendo interessante para nós a possibilidade de viver esse embate fictício e esquecer isso para o resto da vida. Está sendo exatamente o oposto do que é a nossa relação e talvez por isso seja mais fácil nos jogarmos mais no lado profissional e se esquecer como pai e filho. Tenho certeza que o Bruno olha para mim como profissional da mesma forma como eu olho para ele. Claro que no intervalo é bom que a gente pode dar um beijinho, se abraçar.
Bruno - Ele é meu amigo, meu cúmplice, meu parceiro de vida.

- Ele é durão, Bruno?

Bruno - Não, nem um pouco. A gente sempre se entendeu, nunca teve essa relação conflituosa.
Antônio - A gente troca muito, ouve muito um ao outro. E acho que está sendo divertido fazer um conflito real em cena, já que a gente nunca teve isso na vida real.

- Antônio, que conselho você dá para o Bruno como ator?

Antônio - Nenhum. Quando eu vi o processo de trabalho dele, tão apaixonado e dedicado quanto o meu, acho que não tem conselho nenhum. Tenho uma teoria que experiência não se transfere, é um farol voltado para dentro. Você curte a sua experiência e pode até tentar passar isso para alguém, mas a outra pessoa sempre vai assimilar de uma forma diferente. Eu acho que precisa ter uma vontade própria para que isso aconteça e eu sinto que o Bruno tem. Então me despreocupei de passar experiência e decidi trocar com ele como profissional.

- Bruno, você sente algum peso por ser filho de um dos maiores atores do país?

Bruno - Acho que estou construindo meu caminho aos poucos e a gente escolheu a mesma profissão em tempos antagônicos. Então as dificuldades que ele enfrentou não são necessariamente as mesmas que eu enfrento e é isso. Estou construindo o meu espaço, meu caminho e vou enfrentar as mesmas dificuldades que meus amigos, colegas da minha idade enfrentam. Só de fazer um personagem deste já é uma pressão, fica por aí. Um grande desafio para mim como ator. É o personagem mais importante da minha vida. A pressão parte do meu profissionalismo, da minha vontade de fazer com que dê certo.

- Você foi bastante elogiado pelo diretor Jorge Takla, você diria que é um novo Antônio Fagundes?

Antônio - Eu diria que é um novo Bruno Fagundes.
Bruno - Não posso dizer que sou um novo Antônio Fagundes, porque ele é ele e eu sou eu, mas estou trilhando minha trajetória com muita dedicação, muito esforço.

Serviço:
Estreia: 30 de março, às 21h30
Local: Teatro GEO. Rua Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo.
Horários: quinta e sábado, às 21h; Sexta, às 21h30 e Domingos, às 18h.
Duração: 80 minutos
Classificação Etária: 12 anos