A atriz global ressalta suas prioridades na vida
Redação Publicado em 05/09/2011, às 19h23 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43
A majestosa natureza de Ushuaia, na Patagônia argentina, inspirou momentos de reflexão em Leona Cavalli (41). Foi com alegria que a atriz fez um balanço altamente positivo de sua trajetória, mesmo consciente de que abriu mão da vida pessoal em detrimento da profissional. E nem mesmo temas tão caros à maioria das mulheres provocam arrependimento. Leona admite que casamento jamais fez parte de seus planos, assim como aceita com serenidade o fato de que nunca sentiu ter encontrado o momento certo para ser mãe. E a justificativa para isso ela dá com ar de orgulho: os ventos sempre sopraram rumo à carreira. “Entrei em cena pela primeira vez aos seis anos em uma peça na escola. Desde então, nunca parei”, explica a convidada da 12ª temporada CARAS/Neve.
Em contraponto, na ficção, a maternidade é o maior anseio de Celina, sua personagem em A Vida da Gente, novela global das 6 que estreia no próximo dia 26, com direção de Jayme Monjardim (55). “Já fiz Olga no cinema e estou superfeliz de trabalhar com Jayme de novo. Ele é sensível e delicado na direção de atores, tem um olhar apurado”, assinala a gaúcha de Rosário do Sul, que viajou com a madrinha, a escritora Ana Vitoria Vieira Monteiro (66).
– Já conhecia a Argentina?
– Tinha ido a Buenos Aires, mas só de passagem. Para cá, nunca. E estou adorando. Tenho um amor especial por reservas ecológicas e Ushuaia é de uma beleza intensa. É impossível não se sensibilizar com um lugar que precisa ser preservado. Ao mesmo tempo em que se chama fim do mundo é também um começo. Daqui, uma energia forte sobe para o planeta todo.
– Você se lembra da primeira vez em que viu neve?
– Na adolescência, em Londres. Mas nunca tinha praticado esportes de neve. Fiquei apaixonada pelo esqui. Além disso, vivi coisas opostas em um dia. Andei de trenó, meio de locomoção ancestral, e voei de helicóptero, que representa bem o nosso tempo.
– Como foi o passeio?
– Foi emocionante ver as montanhas de cima e saber que estamos pertinho da Antártica, que não há mais nenhuma cidade ao sul. Não fiquei com medo, já tinha viajado de helicóptero. Achei legal conhecer Ushuaia, cenas da novela foram gravadas aqui. Ela se passa também no Rio Grande do Sul.
– Tem ligação com sua terra?
– Celina, minha personagem, também é gaúcha. Uma pediatra que tem adoração por crianças, como sempre tive. Para compor os personagens, eu e outros atores do núcleo médico, como Thiago Lacerda, visitamos hospitais. Fiquei tocada em conhecer pessoas que dão a vida para curar o outro.
– E o que mais a comoveu?
– Ela é a favor da vida. Lida com criança o dia todo e quer muito ter o seu bebê. Estou torcendo para que consiga. É casada com o personagem do Leonardo Medeiros, mas ele não deseja ter filhos.
– E como lida com esse tema?
– Já tive vontade de engravidar, só que até hoje não senti o momento certo. Houve época em que quis muito, quando tive meu primeiro namorado, com quem fiquei cinco anos. Ele também desejava. Mas era nova e estava no começo da profissão, tive de escolher. A opção foi a carreira e não me arrependo. Gosto de crianças, mas não tenho o sonho da maternidade. Se tivesse, já teria acontecido.
– Você está namorando?
– No momento estou sozinha. Acho que o meu romantismo está em outro lugar: no trabalho.
– Como você se define?
– Sou bastante focada, disciplinada e autocrítica. Sempre acho que poderia fazer um pouco melhor. Me considero um pouco ansiosa também, mas procuro manter a serenidade. Gosto demais de viajar. Não sou ‘de balada’, mas sim de sair para jantar com amigos, ir ao cinema, teatro ou a um show. Me vejo alegre e muito otimista. Adoro a vida.
