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Perda de audição prejudica aprendizado da criança. Saiba como fazer o diagnóstico precoce

Seu filho está demorando a falar, troca as letras, fala alto ou sempre aumenta o volume da TV? Pode ser perda de audição. Fique atento: quanto mais cedo o problema for detectado, melhor, pois há tratamento. Veja como fazer o diagnóstico precoce

Redação Publicado em 11/01/2013, às 12h46 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Desconfie que a criança tem algum problema de audição se ela não responder a estímulos sonoros, falar errado ou assistir televisão com volume alto - Shutterstock
Desconfie que a criança tem algum problema de audição se ela não responder a estímulos sonoros, falar errado ou assistir televisão com volume alto - Shutterstock

Quem tem um recém-nascido em casa está sempre atento a qualquer sinal - por menor que seja - que indique que o bebê está incomodado. É assim com as cólicas, por exemplo. Mas, infelizmente, existem problemas que o bebê não consegue expressar, como a perda de audição. Ela não causa dor ou dá qualquer sinal visível. Portanto, pode ser percebida tarde demais pelos pais, apenas quando o filho estiver na escola, devido ao baixo rendimento. Mas o ideal é que seja descoberta antes de o bebê aprender a falar para não provocar déficit de aprendizado durante a infância.

Não é à toa que dizem que “criança é como um papagaio”. Elas aprendem a falar ouvindo - e repetindo - a conversa dos adultos, músicas e histórias que ouvem e todos os sons que fazem parte do ambiente em que vivem. “A forma como a criança fala e interage com as outras pessoas está relacionada aos sons que ela escuta e como ela escuta, se é perfeitamente ou com algum ruído”, diz Marcella Vidal, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas. Daí a importância do estímulo à audição. Se você quer que o bebê diga “mamãe”, ensine-o. “Conversando com os filhos, os pais aumentam o vocabulário deles”, continua. Por isso, criança que não escuta ou escuta pouco não desenvolve a fala de maneira adequada.

Quanto mais cedo a perda de audição for detectada e começarem os tratamentos, melhor será a qualidade de vida e de aprendizagem da criança. O problema pode ser descoberto ainda na maternidade, com o teste da orelhinha, que na verdade se chama triagem auditiva neonatal. “Ele avalia o sistema auditivo através de um aparelho que emite estímulos e recebe de volta um gráfico de audição. O teste é rápido e indolor”, diz Marcella.

Caso o resultado indique algum problema, o paciente precisará fazer uma audiometria. Esse teste indica o grau (leve, moderado, severo e profundo) e o tipo da surdez, que pode ser condutiva - relacionada à parte mecânica da audição, que é responsável por captar os sons e transmitir para a parte neurológica - ou neurossensorial, que significa que a lesão está no ouvido interno, onde ficam a cóclea (estrutura que transforma o som no impulso elétrico que chega ao córtex auditivo, no cérebro), o nervo auditivo e tronco encefálico.

O uso de aparelho auditivo ou até mesmo de um implante coclear (dispositivo eletrônico que funciona como a estrutura do ouvido interno) podem ser a chance de quem sofre de casos graves de surdez ouvir melhor e levar uma vida normal. Para os demais, apenas o acompanhamento médico pode ser o suficiente para solucionar o problema. “A surdez mais fácil de ser resolvida – parcial ou totalmente – é a decorrente de um mau funcionamento da parte mecânica do ouvido. O tipo neurossensorial pode ser melhorado com implante coclear, mas é difícil reverter”, diz Alfredo Lara, otorrinolaringologista do CEMA (Centro de Medicina Avançado), hospital especializado no tratamento de olhos, ouvidos, nariz e garganta.

Mesmo tendo passado no teste da orelinha, alguns bebês fazem parte de um grupo de risco (veja lista abaixo) e precisam de constantes avaliações auditivas. É que, além da surdez congênita (quando o bebê já nasce com o problema) - parcial ou total - existe a surdez adquirida. “Se a criança faz parte do grupo de risco, precisa fazer outros testes de audição aos seis e aos nove meses”, diz Simone Bley, fonoaudióloga do Hospital Pequeno Príncipe.

Mas a surdez adquirida pode aparecer em qualquer momento da infância. Por isso, fique atento. Observe a reação da criança a todo som a que ela é exposta e desconfie caso ela demore a falar, tenha dificuldade para entender o que as pessoas falam, não consiga se comunicar direito, aumente muito o volume do rádio e da TV, fale muito alto, troque letras e sílabas das palavras e peça para repetir o que lhe dizem.

Fazem parte do grupo de risco crianças que:

- Têm histórico familiar de outras crianças que tiveram perda de audição; - Nascem com doenças ou síndromes que prejudicam a formação do crânio;
- Têm icterícia (que deixa a pele amarelada) e precisam de transfusão de sangue;
- Nascem com menos de um quilo e meio;
- Ingeriram medicações tóxicas para o ouvido como aminoglicosídeos;
- Ficaram internadas em UTI Neonatal por mais de cinco dias;
- Tiveram meningite bacteriana, otites ou infecções;
- Passaram por complicações no parto;
- A mãe teve rubéola, toxoplasmose, sífilis, citomegalovirus ou HIV durante a gestação. 

Por Juliana Cazarine