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Art Nouveau, Art Déco, Pop Art e Retrô: como a arte influencia a decoração da sua casa

Do rebuscado art nouveau ao estilo clean da decoração contemporânea, saiba como movimentos artísticos influenciam a decoração da sua casa

Juliana Cazarine Publicado em 02/10/2012, às 09h31 - Atualizado em 22/02/2013, às 01h04

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Esse projeto, do escritório de arquitetura AMC, tem linhas retas características Art Déco. Os motivos geométricos também estão presentes - Divulgação
Esse projeto, do escritório de arquitetura AMC, tem linhas retas características Art Déco. Os motivos geométricos também estão presentes - Divulgação

De tempos em tempos, surgem movimentos artísticos que manifestam os anseios da sociedade nas mais puras vertentes de arte. Em uma viagem no tempo desde a corrente romântica até a pop art, chegando aos movimentos de resgate ao passado, é possível perceber o quanto o universo de formas, objetos e cores vinculados a períodos de produção específicos está presente também na dentro das nossas casas. “A decoração é reflexo do desejo e da personalidade do dono da casa, que busca inspiração nos estilos com os quais mais se identifica visualmente e pessoalmente”, afirma Vanessa Féres, arquiteta.

Conheça cinco estilos de decoração inspirados em movimentos artísticos:

Art Nouveau: curvas sinuosas

O movimento europeu art nouveau, do final do século XIX e início do XX, é essencialmente decorativo, relacionado ao universo da arquitetura e do design. “O art nouveau foi o primeiro movimento a unir arquitetura e decoração. As correntes anteriores não tinham essa preocupação”, afirma Arthur Casas, arquiteto. As construções dessa corrente artística são marcadas pelo abandono da simetria e adoção de linhas curvas e delicadas. Em metal, de alto e baixo relevo, apliques de metal, madeira e pedrarias, o design dos móveis da época foi inspirado em formas orgânicas: folhagens, flores, animais como cisne, entre outros. “Apesar de não ser contemporânea à época, a cadeira thonet representa bem o que foram os móveis desse período, além dos biombos e penteadeiras”, diz o arquiteto.

Art Déco: a corrente da modernidade

O art déco surgiu na década de 1920 e ainda carregava elementos do movimento anterior, o art nouveau, bem como do bauhaus, do cubismo e do futurismo. Motivos florais, por exemplo, que eram inspiração para a corrente antecessora, também faziam parte das obras déco, porém com um toque de modernidade, dado pelas formas geométricas cubistas. Aliás, as formas geométricas e as linhas retas são as marcas da arquitetura art déco, como o Empire State Building, localizado em Nova York, ou até mesmo o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, em São Paulo.    

Para o arquiteto Arthur Casas, o movimento art déco divide-se em dois momentos: “No início, tudo ainda era bastante ornamentado, apesar das linhas retas advindas das obras descobertas na tumba do faraó Tutancâmon, no Egito. Depois, as obram passam a dialogar com a produção industrial e são trabalhadas formas ainda mais limpas, como as tubulares”, afirma. De fato, a exposição “Art Déco”, de 1934, realizada no Metropolitan Museum de Nova York pode ser considerada um divisor de águas para o movimento. Antes, eram usadas matérias-primas de alto custo para composição das obras, como marfim e laca. Após o episódio, os materiais foram pensados a fim de obter uma produção em massa.  

Pop Art: o movimento das cores

Como forma de crítica à sociedade, a corrente artística “popular art” (ou arte popular, em português), da década de 1950, transformou elementos massificados pelo consumismo e pela publicidade, tais como latas de sopa, histórias em quadrinhos e até mesmo peças publicitárias, em obras de arte tradicionais: quadros e esculturas. Para tal, os artistas usavam cores vibrantes e fluorescentes e materiais de baixo custo, como gesso, tinta acrílica, poliéster e látex.

Diferente dos movimentos anteriores na linha do tempo da história da arte, a pop art não estabeleceu relação direta com a arquitetura. Em contrapartida, sempre esteve mais relacionada à decoração de interiores. E hoje está ainda mais. “Acessórios decorativos, como pôsteres, móveis com “pés-palito”, almofadas, quadros, cortinas, papéis de parede e outros elementos inspirados na corrente pop garantem a casas e apartamentos o mesmo tom inusitado, ousado e moderno das obras”, diz Naomi Abe, designer de interiores. Segundo Neza Cesar, designer de interiores, o estilo pop art é o mais popular dentro da decoração vintage, que compreende a produção decorativa entre a década de 1920 até 1970. “Prova da popularidade dos anos 1950 para a decoração é a volta das geladeiras coloridas às lojas”, diz.   

Retrô: resgate do passado

“O retrô traz de volta para a atualidade o conteúdo de um movimento de decoração do passado, seja ele qual for. A tendência pode aparecer em peças novas que remetam outra época, peças restauradas ou simplesmente pelo olhar que você dá ao objeto antigo”, afirma Neza Cesar, designer de interiores. Dentro da decoração retrô, o romantismo é uma corrente forte. “Uma decoração que remeta a esse movimento artístico é composta por móveis curvilíneos, como as poltronas inglesas, motivos românticos, como flores, e tecidos aveludados”, diz.

Decoração contemporânea: prática e sofisticada

Se a decoração e a arquitetura acompanham as necessidades atuais da sociedade, “o lar contemporâneo deve ser simples e sofisticado, prático e aconchegante”, afirma Vanessa Féres, arquiteta. Para criar ambientes com tais características, os principais materiais utilizados são aço, vidro e gesso sem aplicações rebuscadas. “A decoração pode ter qualquer característica, pode até mesmo ser vibrante, por exemplo. Desde que se enquadre na ideia de criar volume sem muitos adornos e ornamentos”, sugere a arquiteta.

Partindo do conceito de praticidade, nenhum elemento da decoração contemporânea é apenas decorativo. “As cozinhas gourmet, por exemplo, são fortes tendências atuais: decoram o ambiente e são totalmente ‘usáveis’. Além dos espelhos, que são lindos acessórios e ainda dão sensação de amplitude ao espaço”, exemplifica Vanessa.

Por Juliana Cazarine