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Plásticas no nariz precisam harmonizar o rosto e podem ser perigosas em alguns casos. Saiba tudo sobre rinoplastia!

CARAS DIGITAL Publicado em 03/04/2014, às 12h09 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Anitta - Divulgação/TV Globo
Anitta - Divulgação/TV Globo

Nos últimos dias, a cantora Anitta tem sido o centro das atenções. Tudo porque a jovem de 21 anos fez sua segunda rinoplastia (plástica no nariz) e mudou a feição de seu rosto. A polêmica trouxe algumas questões importantes que muitos jovens, pais de adolescentes e pessoas insatisfeitas com a aparência física sempre têm: existe uma idade certa, ou mínima, para fazer uma plástica no nariz? O nariz fino e pontudo fica bom em todos os rostos? Se não gostei do resultado da operação, o que eu faço?

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Pensando nisso, a CARAS DIGITAL entrevistou  o cirurgião plástico Doutor Alexandre Piassi Passos, do Núcleo Avançado de Mastologia do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, que revelou todos os detalhes dessa cirurgia, que é uma das mais procuradas no Brasil. Entenda e tire suas dúvidas!

-Quando e em quais casos a rinoplastia é indicada?
A rinoplastia é indicada quando o paciente aponta uma queixa estética no nariz – dorso alto, ponta gordinha, ponta caída, nariz torto.

- Existe uma idade mínima para ser feita a operação? O nariz continua a crescer até determinada idade, por isso é indicado fazer a cirurgia só após isso ou não existe critério?
Não existe consenso neste sentido. O que se leva em conta é o desenvolvimento crânio-maxilo-facial: até os 15 anos, este sistema ainda está em desenvolvimento. E o nariz é o centro do crescimento facial. A partir desta idade, já há uma estabilização. Outra questão: a adolescência é um período complicado. Nem sempre o adolescente é capaz de decidir se deve ou não submeter-se à cirurgia. Muitas vezes, ele enfrenta questões psicológicas e coloca no nariz o seu problema. Precisa do envolvimento dos pais para que o jovem, realmente, esteja confiante frente à cirurgia porque isto é coisa séria. É uma intervenção cirúrgica como outra qualquer. Mas vale ressaltar que quando a criança ou o adolescente sofre um trauma facial que afeta o nariz, a cirurgia é indicada independentemente da idade.

- Muita gente faz a operação de desvio de septo e depois faz uma rinoplastia. É realmente necessário fazer as duas juntas ou apenas a operação de desvio de septo dá certo?
Rinoplastia, conforme mencionei, é uma cirurgia estética. A cirurgia de desvio de septo é para corrigir um problema funcional. Muitas vezes, quem apresenta este problema tem dificuldades na respiração. Nem todas as pessoas que têm desvio de septo apresentam alterações funcionais do nariz. Elas respiram bem e o problema é meramente estético. Neste caso, o cirurgião plástico é indicado para realizar a rinoplastia. Há pessoas que têm desvio de septo, mas não têm o nariz torto, ou seja, têm apenas o problema funcional. O otorrino é o mais recomendado para fazer tal cirurgia. Se a pessoa apresenta a queixa estética (nariz torto) como o funcional, faz, então, ambas as cirurgias. Há cirurgiões plásticos capazes de corrigir tanto o aspecto estético como o funcional.

- O que é considerado abusivo em uma rinoplastia? Deixar o nariz pequeno demais, reto demais, empinado demais?
Abusivo é a artificialização do nariz, a não preservação da estrutura, fazer intervenções agressivas que sejam incompatíveis com o rosto. A rinoplastia exige um planejamento. O cirurgião precisa preocupar-se em harmonizar o nariz com todo o aspecto facial. Quem tem o rosto maior, não pode ter um nariz de boneca. Precisa de um nariz compatível. Se a pessoa tem o queixo grande, o nariz precisa acompanhar esta estética.
E mais: não se pode pensar só na parte estética. As intervenções não podem comprometer a parte funcional do nariz.

- Fiz uma rinoplastia e não gostei. O que é indicado?
É preciso avaliar cada caso. A técnica cirúrgica é limitada. Se o resultado foi o máximo que o cirurgião conseguiu, não tem o que fazer. Obviamente, há cirurgias que dão margens a refinamentos posteriores e eventuais correções.

-Uma operação pode prejudicar a saúde?
Cirurgia plástica é coisa séria, não me canso de repetir. A pessoa que apresenta a queixa estética, mas não têm condições clínicas de submeter-se à cirurgia – por diabetes, problemas cardíacos ou hipertensão – não pode realizá-la dependendo da gravidade destas situações. No caso da rinoplastia, se o cirurgião não for criterioso, pode resolver a queixa estética causando problemas funcionais.

- Tem muita gente que deseja um nariz que não combina com o rosto? O que você indica nesse momento?
É preciso explicar que o nariz tem de harmonizar com o rosto. O nariz de boneca - pequeno e arrebitado - não combina com todo mundo. Tem gente que chega no consultório com a foto de uma celebridade. Se aquele nariz não harmoniza com a pessoa, o cirurgião precisa dizer “não”. A pessoa não pode fazer uma cirurgia plástica com a expectativa irreal ou exagerada e cabe ao cirurgião falar a verdade, ser firme neste sentido. A cirurgia plástica moderna combate a artificialização. Não se pode olhar para o nariz de uma pessoa e ter a certeza de que ela fez a cirurgia. É preciso corrigir os defeitos sem artificializar.

-Acredita que exista um padrão “nacional” de nariz perfeito (pequeno e pontudo) e quem não o tem sofre com isso?
Isto é algo que precisa ser desconstruído, mas muitas pessoas querem este padrão de nariz – que, obviamente, não combina com todo mundo. Padrão tem de ser assim: ‘nariz harmônico com a face, sem defeito estético e que funcione bem’.