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Martine Grael e Kahena Kunze: encontro de ouro

As velejadoras comemoram o triunfo e exaltam tradição e DNA

por Roberta Escansette Publicado em 24/08/2016, às 07h34 - Atualizado às 10h09

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Vencedoras na categoria 49er FX, Martine e Kahena autografam foto ao lado de campeões como Michael Phelps - BRUNO RYFER/DIVULGAÇÃO
Vencedoras na categoria 49er FX, Martine e Kahena autografam foto ao lado de campeões como Michael Phelps - BRUNO RYFER/DIVULGAÇÃO

A sintonia entre Martine Grael (25) e Kahena Kunze (25) vai muito além dos mares. Medalhistas de ouro olímpico, elas, que herdaram dos pais, Torben Grael (56) e Cláudio Kunze (61), o gosto pela vela, estreitaram os laços afetivos após a convivência diária para os Jogos Rio 2016. E, após quatro anos de intenso treinamento e relação, as meninas vão se desligar uma da outra temporariamente. “Será bom tirar férias longe. Esse momento é só meu e também dela. Mas devemos fazer outro projeto juntas. A gente nunca vai se desgrudar”, garantiu Kahena, em dia de confraternização com a parceira na Casa Omega, Rio. “Fiquei feliz de seguir essa tradição histórica de medalhas da família”, acrescentou Martine, a mais tímida da dupla.

A filha caçula de Torben, maior medalhista brasileiro, garantiu a oitava medalha do clã Grael em Olimpíadas. Seu pai, que foi o coordenador técnico da seleção na competição carioca, tem cinco pódios: dois ouros, Atlanta (1996) e Atenas (2004), uma prata em Los Angeles (1984) e dois bronzes, em Seul (1988) e Sidney (2000). Já seu tio Lars Grael (52) tem dois bronzes, em Seul e Atlanta. “Martine já me deu orgulho. Ela tem determinação e paixão pelo esporte”, elogiou Torben, ao lado da mulher, Andrea Grael (52). O casal, que também tem outro herdeiro velejador, Marco Grael (27), encheu de carinho a filha durante o evento. “Fui criado ganhando beijo e abraço do meu pai. Tenho a mesma conduta com os meus filhos. Esse calor humano é importante. Tem o abraço do parabéns e o consolo quando nem tudo dá certo”, derreteu-se Torben, deixando de lado a frieza dos tempos de atleta.

Vocês são de famílias com história na vela. Isso aumenta a pressão e a responsabilidade?
Martine – Sempre gostei de ser melhor em tudo o que eu faço. Desde jogar bolinha de gude até velejar. Me cobro muito. Então, tento relaxar com a pressão de suceder pais de sucesso. Não é ser filha do Torben que vai me fazer ganhar o campeonato, mas, sim, a quantidade de horas que coloco no meu treino.

Ensinamentos dos mais experientes ajudaram na disputa?
Martine – O meu pai já me deu muitos conselhos. Mas acho que aprendemos competindo. Temos que tentar dar o melhor em tudo o que fazemos. Aproveitar as oportunidades e se divertir. Ele sempre falou isso. E tem toda a razão. 

Kahena – Durante a campanha, foi muito importante ter Torben por perto. Ele passa segurança para a gente. Acompanhou a maioria das nossas regatas no bote e nos passou informações precisas sobre nuvens e o vento. Ele acredita muito na gente . Isso ajudou a deixar a pressão de lado e nos levou a velejar tranquilas.

Quem é a mais meticulosa?
Martine – Valorizo que as coisas sejam realizadas da melhor maneira possível, bem feitas. Mas não sou perfeccionista. No barco, sou mais chata do que a Kahena nesse ponto.

O que gostam de fazer juntas quando estão longe da vela?
Kahena – Adoramos ir para a praia e pedalar na orla. Martine é uma companheira e amiga de todas as horas. Mas, às vezes, a gente se separa, até porque ela mora em Niterói e eu, no Rio. Durante esses dias de competição, optamos por dormir em quartos separados também para ter assunto uma com a outra. Deu supercerto. Já tínhamos feito isso em outros campeonatos e gostei bastante.