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Doenças cardíacas são a principal causa de morte entre as mulheres

Otavio Celso Eluf Gebara Publicado em 05/02/2014, às 18h05 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Saúde - Divulgação
Saúde - Divulgação

É provável que você esteja entre as pessoas que ainda desconhecem esse fato. As doenças cardíacas sempre mataram e ainda matam cinco vezes mais mulheres do que o câncer de mama e o de útero juntos. Mas, por ignorância, durante muito tempo todos  o desconheceram. Os médicos, aliás, colaboraram para isso. Até os anos de 1970, eles só cuidavam da prevenção de doenças cardíacas em homens, pois se dizia que as mulheres não as tinham. Quando se passou a fazer pesquisas epidemiológicas mais bem elaboradas sobre o problema nelas se descobriu a realidade.

Porém isso não levou a mudanças de comportamento no Brasil. Só há cerca de dois anos a Sociedade Brasileira de Cardiologia, junto com a Associação Americana de Cardiologia, estuda e realiza campanhas de prevenção das doenças cardíacas nas mulheres.

Hoje, 35% das mulheres no Ocidente e no Japão morrem de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC). O número de mortes de homens e mulheres por essas moléstias no mundo é este: até 40 anos, o de homens é o dobro do de mulheres; a partir dos 50 anos, tendem a ficar iguais; e a partir dos 75 anos, o número de mulheres ultrapassa o de homens, porque elas vivem mais.

As doenças responsáveis por tais mortes, como disse, são o infarto agudo do miocárdio, músculo do coração, e o AVC. O infarto se caracteriza pela inflamação das paredes das artérias e a deposição de gordura e de outros materiais, formando uma “placa”, um processo chamado aterosclerose. Ocorre então a obstrução parcial ou total da circulação do sangue oxigenado e, com isso, o tecido do músculo que não recebe o sangue nem o oxigênio suficientes pode morrer. Chama-se AVC, de outro lado, quando esse fenômeno se manifesta nas artérias do cérebro.

Cerca de 20% dos riscos de ter infarto devem-se à predisposição genética. Os 80% restantes estão ligados à hipertensão, ao diabetes, ao tabagismo, ao colesterol elevado, ao sedentarismo e à obesidade. Todos são problemas que você pode evitar.

Os sintomas clássicos do infarto são: dores no centro do peito que  irradiam para o braço esquerdo ou a mandíbula, acompanhadas de sudorese e náusea. Tais sintomas, contudo, só ocorrem em 30% dos casos. Nos casos restantes ocorrem sintomas disfarçados, como suor frio, sensação de que se vai desmaiar, dor no peito que irradia para as costas, dores na boca do estômago ou na mandíbula e cansaço absurdo súbito. Os sintomas clássicos, vale destacar, são mais comuns em jovens e nos homens; os maiores de 50 anos e as mulheres em geral têm sintomas difusos. Há ainda os infartos assintomáticos.

O ideal, naturalmente, é evitar os fatores de risco. Mulheres que têm casos de infarto na família, em especial de irmãos, devem consultar o seu médico, medir a pressão e fazer exame de sangue para avaliar o colesterol pela primeira vez aos 20 anos. As que não têm casos na famíliam podem fazê-los aos 30 anos e também, com um médico, avaliar se seu perfil é de risco. A partir daí, claro, fazer o que ele prescrever.

Mulheres que têm sintomas de infarto, finalmente, devem ir ou ser levadas logo ao serviço de emergência de um bom hospital. Quanto mais rápido isso ocorre, maior a possibilidade de livrá-las da morte ou de ficar com sequelas que podem ser graves.