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Mariana Ferrão faz desabafo sobre a sua experiência com a amamentação

Mariana Ferrão faz relato emocionante sobre como foi o processo de encerrar a amamentação com os dois filhos

CARAS Digital Publicado em 14/07/2017, às 16h06 - Atualizado às 16h32

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Mariana Ferrão - Instagram/Reprodução
Mariana Ferrão - Instagram/Reprodução

Mãe de dois meninos, Miguel e João, a apresentadora Mariana Ferrão fez um relato sobre as suas duas experiências com a amamentação. Em seu texto nas redes sociais, ela relembrou como foi a dificuldade de voltar ao trabalho depois da primeira gestação, a dor de ver o seu leite secando por causa do estresse, a alegria do contato de mãe e filho e, por fim, como foi para de amamentar o caçula.

Mariana começou o seu depoimento contanto sobre como se sentiu ao voltar ao trabalho depois do nascimento do primeiro filho, Miguel. "Eu estava de luto.Perdi as contas de quantas vezes chorei ao deixa-lo na escola. De uma hora para a outra - o dia vazio. Tudo cabia naquelas horinhas vagas. Mas vontade mesmo de fazer alguma coisa, eu não tinha. Estava me preparando para a volta ao trabalho. Era um ajuste da rotina, mas mais do que isso, parecia um treino para uma maratona emocional. (...) Uma semana antes de voltar peguei dengue pela segunda vez. Foi a pior dor que já senti. (...) O desgaste físico aumentava com a amamentação, mas eu sentia que era o que eu tinha que fazer. Afinal, que culpa aquela criaturinha tinha de eu não estar me sentindo bem? Já eu, tinha todas as culpas do mundo. Tive de adiar em uma semana a volta ao trabalho e isso só aumentou ainda mais a minha insegurança. Os planos feitos durante a licença aterrados por algo que me deixava imóvel de tanta dor, presa à cama. Chorei várias vezes no banheiro da Globo. Medo de não ser mais necessária ali. Medo de não conseguir fazer tão bem o meu trabalho. Medo de estar sendo negligente como mãe. Medo. Medo. Medo. Eu chegava em casa e o que mais queria era por o Miguel no peito. Sentir aquela conexão inabalável e a certeza de que ali eu estava no lugar onde tinha que estar. Sentir que alguém realmente precisava de mim. Mas o estresse estava secando meu leite. Os peitos murcharam e o Miguel, sempre glutão, começou a não querer mais mamar. Eu pensei que tudo acabava ali. O luto ficou represado. Não consegui conversar com ninguém sobre o fim da amamentação. Não consegui escrever nenhuma linha sobre o que estava sentindo. Guardei a dor e o medo de a história se repetir", disse ela. 

Já com o segundo herdeiro, João, a apresentadora decidiu que queria amamentar por pelo menos um ano, mas o processo não foi tão fácil. "Aparentemente ele era mais preguiçoso pra mamar. (...) As mamadas eram verdadeiros suplícios. Fui ao pediatra e ele não estava engordando o quanto deveria. Não estava perdendo peso, mas também não estava ganhando o tanto ideal. Por um momento pensei em me desesperar. Depois lembrei de tudo. Lembrei, na verdade, de mim. Eu já sabia o que era ser mãe. Simplesmente ser. Não ter que fazer nada. Apenas confiar naquilo que sentia, os meus instintos que me diziam ferozmente que tudo aquilo estava errado, que a amamentação tinha que ser boa para nós dois. Deixei todas as manobras de lado e deixei ele ficar no peito o quanto quisesse, mesmo que dormisse no meio da mamada. Parei de ter vergonha de amamentar em público e, pela primeira vez, entendi que a livre demanda era na verdade, a maior liberdade que uma mãe pode ter. Se o bebê mama quando quer - não há hora marcada - é possível encher a barriga a qualquer momento para poder planejar a depilação ou o sacolão, por exemplo. (...) As mamadas com o segundo filho, especialmente quando o primeiro está em casa, são diferentes. Elas perdem a calma, ganham abraços de urso e também pitadas de ciúmes declaradas ou não. Quando o João dormia no peito, Miguel sempre falava: “Tá vendo, mamãe, ele não quer mais”. Por isso eu fiz questão de voltar muitas tardes pra casa para amamentar o João enquanto o Miguel estava na escola, mesmo depois que ele já tinha completado um ano. Sim, desta vez o estresse não me pegou. Eu já sabia como seria voltar. Mais do que isso, sabia que o mais importante da volta não era o que eu ia encontrar, mas o que eu já tinha encontrado dentro de mim", continuou. 

Mariana Ferrão ainda revelou que foi diagnosticada com tireoidite viral há poucos meses. "Há três meses, depois da minha série sobre meditação no Bem Estar, fiquei muito cansada. Peguei uma dor de garganta que não passava. Depois de tomar antibiótico, corticoide e anti-inflamatório, a dor continuava lá. (...) Liguei para o meu médico e ele me pediu para ir até lá: “Preciso apalpar a sua tireoide”. Me pediu um ultrassom e alguns exames de sangue. “Você está com tireoidite viral”. Mesmo há seis anos no Bem Estar, nunca tinha ouvido falar naquilo. Ele explicou: “Qualquer vírus pode atacar a tireoide. A sua imunidade está baixa e o chato é que não dá pra saber quanto tempo este desconforto vai durar”. O desconforto incluía além da dor, variações incríveis de humor que me fizeram pensar que estava novamente à beira de uma depressão, dor nas articulações, muita fome, cansaço, dificuldade para dormir, calor extremo, como se estivesse na menopausa. “Os remédios são apenas para amenizar os sintomas. A gente tem que esperar e repetir os exames.” Tomei os remédios por 10 dias e depois disso decidi que ia aguentar os sintomas, dar tempo ao tempo".

Depois do diagnóstico, a apresentadora viajou para trabalhar e aproveitou a viagem para passar alguns dias descansdo. Quando voltou para casa, foi a hora de se despedir da amamentação do caçula. "(...) Miguel foi me acordar dizendo que o João já tinha acordado. “Filho, vai até lá e diz pra ele que já estou indo”. Quando cheguei ao quarto o Miguel estava distraindo o João no berço com aquela vozinha doce dos irmãos mais velhos quando falam com os pequenos quando ninguém está por perto. Eles estava ótimos. Pareciam mais unidos depois da minha pequena ausência. Peguei o João no colo e ele disse: “mama, mama”. Percebi que meu peito estava vazio. Ele tentou sugar. Disse: “ma”- querendo mais. Mudei ele de peito. Não resolveu. “Filho, acho que o leite da mamãe tá acabando”. Miguel fez um cafuné que penteou todo o cabelo que João ainda não tem: “Não tem mais nada aí, Pupão.” João olhou para o irmão com um olhar suave, tranquilo. Olhou pra mim. Só senti meus olhos refletirem a doçura da cena. João levantou do meu colo e foi brincar com o irmão na sala. Depois nós três tomamos café da manhã juntos", concluiu.