Mulheres falam sobre gordofobia e feminismo
CARAS Digital Publicado em 22/06/2018, às 13h55 - Atualizado às 14h57
Gaby Amarantos bateu um papo com Gabriela Pugliesi nesta quarta-feira, 20. A cantora falou sobre cuidados com o corpo, crescimento social como comunicadora e, principalmente, tabus como empoderamento feminino.
No começo da conversa, a entrevistadora se surpreendeu com a idade da cantora. Aos 39 anos, a artista revelou que seu segredo é se cuidar mais. De uns anos para cá, ela começou a encaixar um estilo de vida fitness na vida corrida. Com alimentação apropriada e exercícios, conseguiu conciliar a rotina com um estilo de vida mais saudável.
Porém, diz que não têm a preocupação de se encaixar nos padrões. "Eu sempre fui uma pessoa que aceitou o corpo, não tinha essa questão de querer emagrecer. E sempre [falava sobre isso]. Acho que estamos num momento que estamos desmitificando isso. O fato de você ser uma mulher plus não significa que não pode ir para a academia", argumenta. "Ajudo muitas mulheres que são plus ou curvilíneas. Tem uma opressão que a gente sofre na academia. Tem muita gente que fica mal quando vê alguém malhado. Acho que você tem que se aceitar e ficar feliz com seu corpo. A gente tem que aprender a respeitar o próximo".
Gabriela comentou que aceitação não significa não se cuidar. A cantora pop concorda."Eu passei por um longo processo para entender como meu prato poderia melhorar. Tive até um momento vegana. E quando contava para as pessoas elas me olhavam como se eu fosse um ET. Tem essa coisa do estereótipo da pessoa vegana, né".
Hoje, a artista tem uma alimentação com base vegana, ou seja, eventualmente come produtos de origem animal. Ela resolveu tomar essa atitude porque defende a preservação do mundo animal e da Floresta Amazônica.
Sobre redes sociais, explica que não fala tudo que gostaria. "Como comunicadora, temos uma responsabilidade de passar uma boa mensagem para as pessoas". No dia 6, virou notícia criticar Sílvio Santos em seu Twitter. No vídeo, ela também comenta sobre isso. "As coisas estão mudando. Em programas de TV dez anos atrás era normal vermos piadas racistas, homofóbicas, misógenas. Era normal. Mas estamos em 2018. Não dá mais pra ver coisas ruins acontecendo e não se manifestar. Mas muita gente gosta de ver um comunicador ridicularizando uma pessoa", desabafou.
Depois de sofrer duras críticas, Gaby se defendeu e disse que não vai parar de falar disso por conta da relevância social que o assunto tem. "As pessoas já chegam: 'Que mulher chata!'. Tudo virou mimimi. Todas as lutas viraram mimimi. E não é mimimi. Racismo, homofobia, transfobia... Temos o país que mais mata LGBTs, mulheres e negros no mundo. Mas as pessoas entraram nessa moda de achar que é vitimização. E me sinto preocupada, porque vim da periferia, e vi muita gente que conheço morrendo. Não estou dentro de uma bolha. Não consigo não falar nada".
No final, Pugliese ainda comentou sobre o clipe de Sou Mais Eu, e perguntou da onde veio a ideia de ter um elenco diversificado. A cantora explicou que compôs a música há quatro anos, mas que resolveu voltar para o show business com essa mensagem. Depois de perceber que não haviam clipes com negros e indígenas, resolveu fazer assim. "Quero normalizar a pessoa negra num lugar de beleza. Tem vários padrões, tem vários tipos de beleza, e temos que contemplar todos".
Sobre a vida amorsa, explicou que está com o inglês Gareth Jones há quatro anos. Ela o conheceu em Belém, onde ele tinha um projeto de viajar o norte do país em uma canoa. Ela o achou lindo e adorou o fato dele querer conhecer a Amazônia. No segundo dia de relacionamento, ele se mudou para a casa dela. E estão juntos até hoje com planos de casamento.
Veja o vídeo abaixo:
